domingo, 31 de dezembro de 2006

DOSSIÊ VEDOIM - É O RIOCENTRO DO PT

Os dois episódios atentaram contra o regime democrático. O atentado no Riocentro, onde militares do exército viram explodir a bomba que manipulavam para provocar uma tragédia durante um show popular. Enquanto, os petistas foram surpreendidos e presos na posse de uma "montanha de dinheiro" - de origem ilícita - com a qual pensavam comprar um dossiê incriminando os políticos do PSDB com o escândalo dos sanguessugas. Nas duas ocasiões o objetivo era influir no caminhar da democracia brasileira - no riocentro, um atentado daquela ordem poderia muito bem ser conferido ao movimento de esquerda e com isso prolongar a estada dos militares no poder; já no caso da compra do dossiê vedoim, os petistas buscavam igualmente desmoralizar a oposição ao governo federal, facilitando a reeleição do atual presidente e favorecendo a vitória do PT no governo paulista. Apesar das evidências, os inquéritos relacionados com os dois episódios tiveram o mesmo destino - nada apuraram, por manifesta disposição de manipular o seu resultado. Pelo resultado das investigações, tanto em um, como no outro, o governo federal ficou isento de qualquer responsabilidade pelo ocorrido. Embora houvesse, carradas de elementos para envolvê-los nas duas lamentáveis ocorrências. Como diria Sherlock Holmes - elementar meu caro WATSON! Em ambos, caberia apenas indagar: a quem interessava o resultado do crime ?

sábado, 23 de dezembro de 2006

FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO NOVO

Acabei de ser alertado pelo organizador do blog sobre a conveniência de deixar uma mensagem de final de ano para os leitores - assíduos e eventuais - que registraram o número expressivo de dois mil e setessentos acessos durante 2006.

Confesso que o tema não me apraz. Tenho alguma dificuldade de felicitar as pessoas sobre o natal e o ano novo. Não que seja insensível ao espírito natalino e da passagem de ano. Apenas tento não confundir esse sentimento com sua exploração, principalmente comercial. Toda e qualquer afetividade podem e devem ser demonstrada em qualquer momento. A oportunidade não deve ser estabelecida pelo calendário, mas sim pelos nossos sentimentos - sendo imprescindível a sua espontaneidade.

Portanto, quero desejar aos meus leitores um natal - como outras datas importantes da vida de cada um - completo pela paz de consciência e harmônia, sempre que possível, com seus circunstantes. E que no ano novo, tenha possibilidade de conduzir a sua vida com dignidade na busca de seus objetivos e realizações, que podem ser pessoais, coletivos e até mesmo de terceiros.

Com esses propósitos, voltaremos a nos encontrar - ou não !

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Gerente foi feito para ser desautorizado

A expressão é antiga, mas oportuna para justificar a maneira como o presidente da república afronta os seus ministros - principalmente o Mantega. A discussão sobre o novo salário-mínimo evidenciou a forma de seu conduzir do chefe do executivo. Logo depois das eleições, o governo anunciou o reajuste valor do salário mínimo em 367 reais - correspondendo apenas à reposição da inflação do período. Depois os petistas sugeriram 375 reais. O ministro da fazenda, inadvertidamente ou não, veio a público dizer que não concordava. Agora, diante das centrais sindicais, o ministro do trabalho - certamente, autorizado pelo presidente - concordou com o valor de 380 reais. Nisso, o ministro Mantega - mais uma vez - engole sapo e declara não se sentir desautorizado. Se resume em subserviência explícita. Já que o presidente admite que não leu Maquiavel, então deve ter assimilado o diretor da empresa tratar o chefe da seção onde trabalhou - ainda que por pouco tempo !

Benefício para 47 presos - alcança menos de 3 % da população carcerária

É preciso desmistificar alguns procedimentos adotados pela política penitenciária brasileira. Um deles é a concessão de benefícios nos finais de ano. Tornou-se regra e a expectativa do benefício, não só contribui para a boa administração carcerária, como também estimula o preso ao bom comportamento e obediência às regras internas do presídio. Entra ano e sai ano, quando se aproxima desta data, alguns membros do ministério público e uma corrente da imprensa nacional insurgem contra a medida, sempre denunciando que haverá uma avalanche de criminosos invadindo as nossas cidades. Evidente, que alguns condenados - pelo perfil criminológico, manifesta tendência para o crime - haverão de reincidir na prática delituosa. É o risco de vivermos sob regras democráticas, onde a lei vigente alcança a todos indistintamente. Mais uma vez, assistimos o benefícios - saída de final de ano / indulto de natal - alcançar apenas 47 anos sentenciados de um universo de 1.500 presidiários. Corresponde a menos de 3 % da população carcerário do CDP de Piracicaba. Certamente, a maioria não ficará em nossa cidade, deverá se dissiminar entre mais de uma dezena de cidades da região e capital do Estado de São Paulo. A exploração do sentimento de medo da população, novamente fica desmascarado por se fundar em mera falácia dos seus propagadores. É a visão do profissional que passou metade da vida combatendo o crime e prendendo criminosos.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

Mais do mesmo também na Polícia Civil

O "Estadão" publicou hoje as mudanças introduzidas na Polícia Civil pelo novo governo do Estado de São Paulo. O delegado Jordão, indicado para ocupar a DGP, marcou sua gestão à frente da seccional / centro pela descoberta de uma delegacia clandestina que funcionava defronte ao prédio da sua repartição. A transferência do delegado Godofredo do DEIC para o Deinter / São José dos Campos, revela mais um desagravo. Na década de 80 (ou início de 90), Godofredo, então seccional de Taubaté, foi recolhido e mantido na NASA a pedido do então deputado Robson Marinho - expressão política do Vale do Paraíba. O Deinter / Santos vai ser dirigido pelo delegado Waldomiro, cujo perfil é semelhante ao do seu antecessor Tanganelli - até mesmo a origem de ambos é a mesma. No interior, Bicudo - em Campinas; Anivaldo Registro - Ribeirão Preto; Mestrinho - em São José do Rio Preto; Annibal - em Bauru, Urdiales - em Presidente Prudente e Cleber - em Piracicaba, foram mantidos. Aguardam-se mudanças - ou não ? - no Detran, Denarc, DHPP, Decap e Demacro. Talvez por isso, a Polícia Civil venha assistindo, nos últimos anos, a diminuição de suas atribuições. Sendo, portanto,
natural que suas lideranças não traduzam a mesma expressão e nem demonstrem capacidade de interferir nos destinos da corporação.

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Advogados dos pilotos americanos - atuam fora dos tribunais

Os advogados dos pilotos Legacy - para exibir empenho e eficiência - podem dispensar o questionamento público da atuação do delegado da PF. Estão cansados de saber que o inquérito policial é mera peça informativa e de caráter administrativo. Os simples indiciamentos dos pilotos podem ser impugnados via HC - é o instrumento legal para coibir a coação ilegal que julgam estar os dois pilotos americanos a sofrer. A imprensa pode até ser um meio a ser utilizado para tornar pública a irresignação e criar um ambiente favorável aos indiciados - tornando-os, adredemente inocentes. Parcialmente, já obtiveram êxito nessa estratégia, mas foi a Justiça que liberou os passaportes permitindo que deixassem o território brasileiro. Evidente que a justiça brasileira - no estreito campo da legislação penal - jamais os alcançará, simplesmente por se tratar de cidadãos americanos, agora no território de sua nacionalidade. Então o comportamento dos advogados - ilustres e consagrados profissionais - deixa apenas antever que estão querendo exibir seus dotes e prestígios pessoais, certamente para justificar a justa e merecida remuneração pelo serviço prestado. Por outro lado, colocam em evidência a figura do delegado de polícia, que de outro modo não teria como usufruir dessa projeção profissional. Portanto, a discussão é equivocada, exclusivamente por acontecer em ambiente inadequado e sob patrocínio de interesses não confessados !

quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

Enfim, um Oliva como ministro da guerra

Já houve tempo que as três armas - exército, marinha e aeronáutica - ficavam subordinadas ao Ministério da Guerra. Posteriormente, cada área dispôs do respectivo ministro. Mais recentemente, por força de injunções internacionais, o Brasil criou o Ministério da Defesa, tentando fazer crer que o poder militar estará sempre subordinado ao poder civil - como se isso fosse possível obter através de um texto legal. A partir de então sucederam-se uma série de ministros da defesa. Todos, sem exceção, com expressivo currículo político / administrativo, mas nenhum deles conseguiu se firmar como líder inconteste - na acepção mais abrangente do termo - das três armas da república. Essas administrações se sucederam sem que houvesse qualquer evolução na relação - digamos, sensível - entre o poder civil e o poder militar. Os ministros da defesa viveram esses momentos, assim como uma "rainha da inglaterra" - apenas reinaram. Agora ouço e leio sobre a possibilidade do senador Aloizio Mercadante Oliva ser investido como Ministro da Defesa, em substituição ao desastrado Waldir Pires. Sabe-se que o senador Mercadante é oriundo de uma dinastia de militares. Seu pai, general Oswaldo Muniz Oliva foi atuante no movimento de 31 de março e teve participação preponderante nos anos do governo militar. O irmão Osvaldo Oliva Neto, atualmente no posto de coronel do exército, ocupa alto cargo na administração federal e já atuou como intermediário entre o chefe do exército e o presidente da república - ignorando o ministro da defesa. Portanto, o senador Aluízio Mercante Oliva, embora tenha buscado por décadas omitir o seu lado militar, por seu histórico familiar desenha o perfil adequado para exercer de forma efetiva o cargo de ministro da defesa. Aliás, poderá inclusive recuperar o feitio original desse ministério, nos moldes do antigo ministério da guerra e reagrupar as três armas sob um comando
único. Enfim, para gáudio da família, teremos um Oliva como Ministro da Guerra !

A crise na UNIMEP

O editorial do JP foi feliz ao expor para discussão pública a crise administrativa da UNIMEP. Tanto a universidade, como o Instituto Piracicabano de Ensino - como entidade mantenedora - são instituições relevantes para a área da educação / ensino da cidade e região. Contudo, seria oportuno o registro, que o centenário IPE - como entidade privada - funciona há mais de cem anos, sempre prestando serviço de qualidade e sem subvenção do poder público. Então, neste momento de crise e dificuldades econômico / financeiras - que colocam em risco o seu funcionamento - há que se permitir que sua direção e a organização religiosa que a orienta - continuem a conduzí-la com as mesmas regras impostas à atividade privada. Se rigorosas e insensíveis ao interesse individual ou de grupos - havendo de respeitar sem as leis e preservar os direitos - certamente terão de acontecer, diante do interesse maior, que é a preservação da UNIMEP como instituição. O JP vem acompanhando e elencando as medidas administrativas adotadas pela atual gestão, com destaque para sua repercussão social e resistência dos atingidos, mas em nenhum momento foi lido ou ouvido alguma outra sugestão que pudesse ser adotada - neste momento - para amenizar ou solucionar a grave crise da Universidade Metodista de Piracicaba. A coragem, abnegação e disposição administrativa do reitor Davi Barros - atuando com transparência e publicidade, já que tem vindo a público justificar as medidas adotadas - há que serem respeitadas, porém discutidas e confrontadas com outras alternativas viáveis. Desde que sérias e isentas de corporativismo ou interesses menores !

Dilma foi tarefeira - não é mais . . .

O texto "O mito da administradora", da Dora Kramer, como diziam lá no interior, "tocou na ferida". O mito criado em torno da figura de Dilma Roussef - como de outros militantes de esquerda - transformou essas pessoas em gestores capazes de desempenhar os mais diferentes cargos na política e administração pública. Somente não os vejo, com a mesma freqüência, atuando com desenvoltura na iniciativa privada - salvo quando privilegiados pelo poder público. A eventual coragem, obstinação, altivez e alguma firmeza de atitude - alguns usam termos menos elogiosos - demonstradas durante a militância política / resistência armada atribuíram a essas pessoas qualidades que muitas demonstraram não possuir. A ministra Dilma - por sua rudeza no trato, já foi apelidada de "dama de ferro" - acabou tendo seu perfil de boa administradora desmistificado, como bem lembrou a colunista. Ao contrário do que acontecia na luta armada, a jornalista lembrou que nem mesmo como tarefeira, Roussef conseguiu desempenhar o seu papel com coragem e obstinação. Apenas restou a altivez e firmeza na atitude para se desvencilhar da pergunta embaraçosa sobre sua responsabilidade governamental pela crise na aviação brasileira. Ao contrário do movimento revolucionário, onde apenas cumpria missões - ainda que relevantes e de alto risco - as dificuldades de criar, gerir e fazer acontecer situações nas mais variadas áreas da administração pública ( e da política nacional ) revelou que não bastam as qualidades de militante para torná-la uma ministra competente. Isso já havia acontecido com seu antecessor - e os mitos vão caindo. Felizmente !

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Petismo, tenta inovar - mas apenas repete a fórmula

Puro jogo de cena - o Cesar Maia falava em "factóide" - é o que o petismo vem empregando como estratégia política. Antes foi o pseudo apoio ao mineiro Paulo Delgado para a vaga no TCU - o deixaram segurando na "brocha". Sua postura isenta e correta não era conveniente. O propósito era apenas desmoralizá-lo - como relutava em deixar o PT, acabou desmoralizado. Agora, na forma de dissimulação, sugerem a candidatura de Arlindo Chinaglia para presidente da Câmara dos Deputados. Outro jogo de cena - sabem de antemão da rejeição ao petismo. Agem assim, com o propósito de fazer migrar para a candidatura do comunista Aldo Rebelo os votos oposicionistas. Com isso, acabam elegendo a candidatura favorita do Palácio do Planalto - sem contestação. O governo prefere Aldo Rebelo na presidência Câmara dos Deputados que qualquer petista mais voluntarioso que vai lhe causar problemas - o comunista já demonstrou que sabe ser sorrateiro, sem perder a utilidade !

sábado, 9 de dezembro de 2006

Um país engessado

Não saberia dizer se o STF agiu corretamente ao julgar inconstitucional a cláusula de barreira imposta aos partidos políticos. Apenas entendo como mais uma representação do engessamento do país - em cima pela Constituição de 1988 e por baixo pela conduta espúria dos políticos e de uma administração pública ineficiente e corrupta. Os membros do Poder Judiciário, em particular os ministros do Supremo Tribunal Federal, agem como pretores de uma sociedade refém de um feixe de regras constitucionais e leis infra-constitucionais contraditórias e muitas vezes inaplicáveis, no conjunto do ordenamento jurídico. Abaixo, praticamente no submundo, onde atuam os políticos e os altos escalões da administração pública, a sociedade se vê rendida pela manipulação do poder, malversação do dinheiro público e total desinteresse pela boa administração. Os primeiros - como todo bom pretor - sempre encontram meios para aplicar o direito, segundo um entendimento enviesado e muitas vezes esdrúxulo para compreensão do brasileiro médio. Em outros momentos, não agem com o mesmo rigor e tampouco com a mesma compreensão extensiva, mormente quando levados a apreciar a conduta de detentores de mandato popular. Regra geral, são benévolos e tolerantes. Novamente, confrontam-se com a percepção do cidadão responsável e cumpridor dos seus deveres. Ficamos então nesse impasse - fazendo lembrar a propaganda do biscoito ou, então ao locupletemos todos - o que é pior !

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Absurdo - é a existência de Casa Militar em Governo Estadual

Leio que o governador eleito José Serra concluiu seu secretariado. A única exceção foi a Casa Militar, cuja indicação caberá ao Ronaldo Marzagão, futuro secretário da segurança pública. Fui levado a refletir:- como justificar a existência de gabinete militar, em área governamental que não dispõe de exército, marinha ou aeronáutica. Diria o incáuto:- mas existe a Polícia Militar, cujo efetivo supera a maioria dos exércitos da América Latina. Mesmo com esse poderio todo não se trata de força militar, na acepção legal do termo. Assim agindo, sabiamente o governador eleito tenta mantê-la subordinada ao Gabinete do Secretário da Segurança Pública, situação até então não vivenciada. Curioso era ver o chefe da Casa Militar, representando a Polícia Militar, reportando diretamente ao Governador. Na prática ignorando sua subordinação com a SSP. Diante da incongruência, para dizer o mínimo, dessa denominação, haveria de ser a Casa Civil desativada ou transformá-la em Casa Policial - eminentemente civil, como regra da administração pública.

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Lula e seus interlocutores - lições para perpetuar-se no poder

Em fevereiro de 2006, durante viagem à Africa - ao visitar Benin, Luiz Ignácio admitiu querer aprender com o presidente Mathieu Kérékou como ficar mais de trinta anos no poder. Após a reeleição viajou para a Venezuela, com propósito de levar o seu apoio para o candidato Hugo Chaves, que também buscava reeleger-se. Agora, recebe a visita do presidente venezuelano - já reeleito para um novo período de 6 anos. Ainda que não se disponha a tanto, mas a insistência do ex-sindicalista manter relacionamento cada vez mais estreito com governantes longevos, acabará lhe indicando uma fórmula de obter um terceiro - ou, quiçá quarto mandato. Eleitores, beneficiados - eu não disse aliciados - pelo bolsa-família, certamente não haverão de lhe faltar. Resta manter alguma esperança na resistência do Congresso Nacional - nem sempre coeso com os interesses da democracia - e, principalmente com a imprensa nacional, desde que livre !

Paulo Delgado destoa da forma petista de governar

As qualidades do deputado Paulo Delgado, como intelectual e político, são reconhecidas em todas as áreas da política nacional. Evidente que sua indicação para o TCU não atendia os interesses do governo petista. Sua postura de independência e retidão de caráter não se coadunam com o comportamento de seus companheiros de partido. Sendo assim, sua atuação no Tribunal de Contas da União não representaria a certeza de condescendência com os "erros" e "equívocos" da administração petista. Se for para criar caso é melhor dispor de uma pessoa compreensiva e maleável. Certamente, o deputado Aroldo Cedraz, escolhido com os votos do baixo clero, preencherá esse perfil conveniente a um governo que costuma agir à margem da lei e distante das boas regras administrativas. Lamentavelmente, Paulo Delgado - avis rara do petismo - foi abatido pelo fogo amigo. Isso pela segunda vez, já que não conseguiu sua reeleição para a Câmara dos Deputados. Agora, deve-se recolher à sua querida Juiz de Fora, enquanto define seu futuro político - esperamos que encontre abrigo seguro algum outro núcleo que saiba reconhecer e valorize as suas qualidades. Estamos carentes de pessoa com o seu perfil !

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

É lamentável . . .

Há que se lamentar a notícia, hoje estampada em todos os jornais do Estado, dando conta da malversação de finalidade do Centro de Ressocialização de Piracicaba. Certamente, como se tornou praxe nos dias atuais, dirão:- outras unidades também foram mal administradas ou, simplesmente, algumas pessoas incorreram em erros. Não cabe apenas lamentar, que para instalação do centro de ressocialização - da rua São José - a área então pertencente ao patrimônio da Polícia Civil ter sido segmentada. Há que se indignar ! Qualquer outro projeto mais amplo, com vista a abrigar os inúmeros serviços prestados pela corporação, tornou-se inviável. Enquanto isso, assistimos impassíveis a instalação de um presídio no centro da cidade - foi na contramão da contrapartida para construção do CDP no município. É questão de justiça reconhecer que delegado Sérgio Augusto Bastos, então seccional, resistiu bravamente a essa transferência. Durante sua gestão foi inviabilizada, diante dos interesses da Polícia Civil e da sociedade piracicabana. O mesmo comportamento não encontramos nos dirigentes que o sucederam - quer os regionais, como os seccionais. Como inevitável, o imóvel acabou caindo em mãos - pelo visto - descompromissadas com a Segurança Pública. Curioso é ainda registrar, que nas duas últimas décadas a Polícia Civil, ao invés de incorporar imóvel ao seu patrimônio como era de se esperar, face o aumento da demanda pelos seus serviços, acabou assistindo a desmobilização de parte do seu acervo. É deverás lamentável !

Texto do deputado Simões merece comentário ( Diário de Assis)

A versão oficial da relação do presidente com o petismo deve ser destacada pelo governo e por seus companheiros - já foram camaradas. Felizmente, a imprensa nacional - de um modo geral, exceção da Carta-Capital e outras - não se transformou em porta-voz dos interesses do petismo. Simplesmente, reproduzir os pontos coincidentes entre o pensamento petista e a forma de conduzir do atual governo é assunto para a polícia, ministério público e a justiça - aliás, o fazem de forma morosa e sem vontade de alcançar a verdade real - e não para a imprensa. O interesse jornalístico são os pontos conflitantes entre o lulismo e o petismo, cada vez mais evidentes. Dizer o contrário, como quis denunciar o deputado Simões - por sinal, foi melhor como promotor público - é querer tornar a imprensa nacional órgão oficial do seu partido. É aí que mora o perigo. A democracia haverá de superar esse período - a versão oficial, em geral é tendenciosa. Apenas para lembrar, vide o "apagão aeroviário" - pouco se sabe sobre os problemas do controle do nosso espaço aéreo.

Ronaldinho Gaucho e Kaká são escadas para Dunga

Chega a ser irritante ! Isso para dizer o menos, quando Dunga diz que Ronaldinho Gaucho não preenche o perfil de atleta que busca para compor a seleção brasileira. Sua mediocridade como jogador e, agora sua limitação como selecionador, justificam sua aparência ridícula e sua fala quase-lógica. O jornalismo esportivo em particular e a torcida em geral, assistem impassíveis o gaucho Carlos Caetano tripudiar contra os jogadores Kaká e Ronaldinho Gaucho. Ao afastá-los do time principal passa a utilizá-los como escada para sua projeção pessoal - cria a polêmica e assim surge na mídia esportiva como corajoso e inovador. Pura bravata ! Quando as partidas se apresentam difíceis - ou quando os adversários são expressivos - logo lança mãos dos dois craques. Cabe a eles darem um sentido de jogo objetivo ao selecionado - são indispensáveis, mas o selecionador insiste em minimizar o valor de ambos. Além disso, Dunga deve explicações mais honestas sobre a convocação de jogadores inexpressivos. É bom dizer logo a quem interessa tais convocações - antes que algum gaiato denuncie. Lembram-se do Jonatas, então jogador Flamengo - foi convocado apenas uma vez e logo vendido para o futebol europeu. No Brasil acabou virando moda elegermos pessoas medíocres como salvadores da pátria - eis aí mais um exemplo. Puro engodo !

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Há que se respeitar as peculiaridades das cidades

Se tivesse o poder de intervir, colocaria apenas um reparo na reunião das guardas civis. Destaque para a troca de experiência e inovações no campo da segurança pública são sempre bem-vindos. Apenas não se pode repetir a padronização - isso já vem acontecendo com a Polícia Militar, com suas as formas de "policiamento padrão". Há que se observar e compreender as peculiaridades das cidades e adaptar o serviço de policiamento à suas características e necessidades - nunca o contrário. É justamente essa a principalmente virtude e possibilidades das guardas civis inovarem - não haveremos de desperdiçar a oportunidade e o momento. Pode se observar o que existe de bom e as medidas saudáveis adotadas, mas estabelecer padrão - certamente, estaremos realizando o mesmo do mesmo ! Então ...

Bem-vindas as guardas civis municipais

Leio no JP sobre o resultado do 9ª Reunião das Guardas Civis da Região Leste. A iniciativa é louvável e a troca de experiência sempre contribui para melhoria e aperfeiçoamento dos serviços prestados. É oportuno lembrar, que salvo raras exceções - como é o caso da Guarda Civil de Piracicaba - as corporações municipais adquiriram status constitucional a partir de 1988, com o advento da nova Constituição da República Federativa do Brasil. Particularmente, há mais de vinte anos - primeiro, no âmbito da Polícia Civil - venho sugerindo que a participação dos municípios nos assuntos relacionados com a segurança pública é indispensável. Constato, com expectativa que o atual quadro da área de segurança pública somente não é pior, graças a criação e atuação das guardas civis municipais. Ainda que sofram restrições e preconceitos de toda ordem, inclusive de ordem constitucional - ao restringir sua atuação apenas como defesa dos próprios municipais - revelam-se como a única iniciativa do poder público, nesse segmento da administração, que trouxe alguma inovação como experiência de avançar no serviço de policiamento nitidamente comunitário. Aproveito a oportunidade - já o fiz para os políticos recém eleitos - para sugerir que parte das verbas oriundas do Conselho Nacional de Segurança Pública, aliada às possibilidades dos governos estaduais, sejam carreadas para criação e manutenção de guardas civis nos municípios brasileiros. Inicialmente, essa sugestão atenderia os municípios com mais de cem mil habitantes - seguramente não atingiriam 10% das nossas cidades. Para viabilizar essa medida, haveria de ser acompanhada de emenda constitucional alterando o Artigo 144 da CF ., a fim de conferir às guardas civis atribuições de policiamento ostensivo uniformizado - no âmbito de cada município. Com isso os Estados manteriam os efetivos das Polícias Militares - sem necessidade de aumentar indiscriminadamente as despesas nesse setor - transferindo para os municípios parte desse encargo. Cabe lembrar que esse tipo de descentralização já vem acontecendo e com sucesso, nas áreas da saúde e do ensino. Com isso, a segurança pública - no âmbito do policiamento preventivo - poderia atender as peculiaridades de cada município, tornando o serviço mais eficiente. Enquanto isso as corporações estaduais se voltariam para a especialização com vista a combater e vencer o crime organizado. Há que se ousar, rompendo preconceitos e vencendo eventuais resistências corporativas !

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Serviço Público é Múnus

A discussão se repete periodicamente. Aliás, já serviu de mote para eleição de um presidente da república - lembram-se dos marajás ?

Agora, novamente surgem nas páginas dos jornais críticas e denúncias sobre os altos vencimentos - que se revelam em privilégios de servidores públicos. Se não bastasse vem o Conselho Nacional de Justiça propondo ampliação do teto salarial dos Ministros do Supremo Tribunal Federal - que serve de parâmetro para os vencimentos dos demais poderes e de todo funcionalismo público brasileiro.

Durante o governo passado, o assunto foi alvo de discussões objetivas e no foro apropriado. Durante o processo legislativo da reforma do Poder Judiciário, o maior entrave - aliado à adoção da súmula vinculante e criação do Conselho da Nacional de Justiça, como órgão de controle externo da administração da justiça - foi a questão dos vencimentos dos magistrados e sua repercussão, em toda seara da administração pública, como forma de estabelecer norma para evitar a proliferação dos famigerados "marajás".

O patamar máximo de ganho dos ministros do STF chegou a ser estabelecido, como orientação e teto para os demais poderes. Mas, logo algumas exceções e possibilidades de maior remuneração - algumas justas outras oportunidades - evidentemente contribuíram para violentar e descaracterizar, esvaziando e tornando inócua a medida.

É de domínio público, que a regra dentre os poderes, para admissão dos seus servidores acontece através de concurso público - regra geral, de provas é títulos. A inscrição é voluntariamente, exigindo-se do candidato pré-requisitos e pagamento de taxa - sem outras limitações, inclusive de idade.

As exceções ficam por conta dos detentores de mandato popular - Hely Lopes Meirelles, se referia a esse grupo como agentes políticos. Restrito ao chefe do poder executivo e parlamentares - nos três níveis de governo. Nem mesmo essa condição os deixou isentos de auferirem vencimentos ou subsídios acima do teto de remuneração permitida ao ministro do Supremo Tribunal Federal - é verdade que também aí, alguns subterfúgios foram criados, se não para burlar a lei, certamente para contorná-la.

É oportuno lembrar que o servidor público, de um modo geral, além da remuneração recebem outros benefícios que a atividade privada não oferece. As que se destacam à primeira vista do interessado, sem qualquer dúvida, é a possibilidade de estabilidade no emprego - aqui se diz, no cargo ou função - outra, é a presença de uma aposentadoria em condições infinitamente melhores que as oferecidas aos trabalhadores da iniciativa priva. Até pouco tempo atrás proventos iguais ao dos vencimentos, enquanto no serviço ativo.

A estabilidade funcional, vencido o período de estágio probatório, é a garantia do emprego. Salvo situações especialíssimas - outra exceção - o servidor público goza de plena segurança no emprego. Não importam as dificuldades enfrentadas pela união, estados e municípios - nem mesmo a extinção do ente administrativo - o servidor efetivo estará sempre com seu cargo ou função garantido.

Assim, observamos que não há como comparar e avaliar, de forma objetiva, o ganho do servidor público com os profissionais que atuam na esfera privada. Reputo, o juiz de direito, o fiscal de renda, o economista, o médico, o promotor de justiça e o delegado de polícia - em situações normais, não é justo reivindicar reivindicar remuneração igual ao salário e vantagens que o profissional equivalente que atua na esfera privada - nem mesmo, daqueles sem grande expressão.

Se outras diferenças e peculiaridades não houvessem, bastaria indicar o risco da atividade privada e a segurança e tranqüilidade que o serviço público oferece. Lembrando que não ficam restritos aos aspectos financeiros e de estabilidade.

Em outro aspecto é sempre oportuno e conveniente lembrar a questão da produtividade e eficiência. Medidas indispensáveis para sobrevivência da atividade privada - inclusive, como meio de valorizar o trabalhador e prestar remuneração compensatória, até mesmo o empresário obtém o seu obedecendo essas regras. O serviço público, de um modo geral, as dispensa totalmente.

Sobre o assunto é oportuna a expressão:- "... a autonomia universitária, cujo sentido é, antes de tudo, intelectual, e não financeiro, como às vezes se faz crer ... " do sociólogo Demétrio Magnoli, em brilhante artigo publicado no "Estadão - Aliás de 27/11" - que tomo a liberdade de acrescentar, a vocação e disposição para servir ao público, muitas vezes renunciando tacitamente a possibilidade de altos ganhos na esfera privada.

A par da busca da realização profissional, ascensão social , remuneração satisfatória e aposentadoria garantida, não há que se esperar do serviço público - desde que se disponha a exercê-lo dentro das regras da moralidade, eficiência, dedicação exclusiva, probidade ... - situações que a administração pública não oferece, como a formação de patrimônio e acúmulo de riqueza, simplesmente por que não cabe ao Estado produzí-los.

Evidente que essa regra do teto, não elimina a possibilidade de reajustes periódicos, mas este haverão de observar o mínimo razoável. Não há que se buscar ou oferecer índices de reajustes equiparáveis ao das carreiras com menor remuneração. Já dizia o governador Mário Covas:- "... independente de reajuste, a folha de pagamento do serviço público tem crescimento vegetativo ..."

Melhor explicando, o funcionário público estatutário -que é a regra - a cada cinco anos de serviço prestado, têm seus vencimentos acrescidos em 5%, independente de produtividade ou eficiência. Além de licença-a-prêmio, correspondente a três meses de descanso remunerado. As férias anuais são sagradas e direito de abonar uma falta por mês.

O serviço público ainda oferece liberdade de opção ao seu servidor. Ao contrário da Consolidação das Leis Trabalhistas, as regras das administração pública permitem que seus agentes deixem o quadro do funcionalismo - salvo de estiverem respondendo processo administrativo - sponte sua.

Repetidamente, temos assistidos juristas consagrados, administradores capazes, economistas famosos e outros profissionais de qualidade, abandonarem o serviço público para buscarem na atividade particular objetivos eminentemente materiais - que, certamente não encontraram no serviço público. - Especialmente, melhor ganho e possibilidade econômico / financeira . A fama e experiência, em geral, já haviam obtido no administração pública.

Nesse quadro, torna-se em afronta para ao cidadão mediano, deparar com servidor público, seja ele de qualquer nível ou esfera da administração pública, exibir e ostentar sinais exteriores de riqueza desmedida - ainda que sejam oriunda de remuneração regular e fruto de boa administração financeira - não comuns à média da população nacional.

Outro dia, os jornais noticiavam que a mulher de um magistrado foram assaltada no Rio de Janeiro quando dirigia um automóvel Mercedes Benz, tipo conversível. O delegado, recentemente preso, tinha na garagem dois carros importados e morava em um edifício de alto padrão. Fiscal de renda encontrado na posse de milhares de dólares e reais. Policiais ostentando jóias e carros de alto luxo.

Se outros motivos não houvessem, esse sentimento viria, unicamente da sensação de ser - os sinais exteriores de riqueza - oriundos da sua contribuição exclusiva, através do pagamento de taxas e impostos.

Reconhecidamente, existem cidadãos vocacionados para o serviço público e cientes dos limites que a administração pública dispõe para remunerá-los. Ainda assim contribuem com seus conhecimentos, experiência e, principalmente, disposição de vontade para aperfeiçoamento dessa área - sensível da atividade humana e de suma importância para a organização social do estado - até alcançarem a merecida e justa aposentadoria, sempre que a natureza permitir.

Muitos, ainda com disposição e vigor físico suficiente, vão buscar na atividade privada os altos ganhos e possibilidade de construir patrimônio e riqueza - através dos conhecimentos e experiência adquiridos no âmbito da administração púbica.

Então fica a compreensão que o serviço público, como seu nome diz destina-se a servir ao público - na compreensão exata do termo, múnus? e não meio ou forma de obter riqueza e acumular patrimônio. A remuneração deve ser compatível com as possibilidades do erário e realidade social do país.

Exige vocação para o cargo ou função. Disposição para servir. E despreendimento para suportar remuneração, geralmente, inferior àquela que poderia obter atuando no âmbito da atividade privado. A realização é profissional, mas seu sucesso restringe-se ao campo pessoal, fruto do reconhecimento pelo bom serviço prestado - que pode vir ou não !

Ficando a certeza de haver combatido o bom combate !

sexta-feira, 24 de novembro de 2006

Delegada Sato precipita seu relatório

Também entendo que este não era o momento da delegada Sato encerrar as investigações policiais sobre a morte do petista Celso Daniel. Os promotores reclamam que a delegada não esgotou a pauta de diligências - certamente, sugeridas pelo processo-crime em andamento. Por outro lado, o relatório da delegada Sato não representa seus melhores trabalhos de Polícia Judiciária. "Aqui e acolá", em geral, não são expressões apropriadas para concluir investigação peculiarmente complexa. Dar como concluído seus trabalhos e oferecer resultado pífio e decepcionante - não só pela conclusão da inexistência de crime político - de conteúdo jurídico discutível, ainda assim, tornado público pela autora. O momento igualmente não nos revela o mais apropriado, revela curiosa coincidência com o término do primeiro mandato petista e organização de uma nova equipe. O prestígio e fama adquiridos pela delegada Sato - fruto exclusivo do seu trabalho desde a época de escrivã - aliado ao relatório de agrado ao petismo, poderá lhe abrir algumas portas na administração federal. Aliás, isso já aconteceu com o delegado Mauro Marcelo - infelizmente, acabou atropelado pelo próprio êxito na Abin. Evidente que a delegada Sato desagradou, com seu gesto, figuras expressivas do futuro governo paulista e tornou exíguas suas possibilidades no âmbito da polícia paulista. Há que se aguardar o desenrolar dos acontecimentos !

quinta-feira, 23 de novembro de 2006

"Chips" com cheiro de maracutaia

Desde a vigência do novo Código de Trânsito - que já não é tão novo - ficou estabelecida a obrigatoriedade da vistoria veícular. Lá já se vai uma década ou mais, e a medida ainda não foi adotada. No Estado de São Paulo, certamente ! A licitação chegou a ser realizada e os interessados em prestar o serviço foram escolhidos. Contudo, diante da evidências de manipulação do processo licitatório e notícia de vazamentos e favorecimentos, a vistoria vecular ficou para as calendas. A diretoria do DETRAN / SP acabou sucumbindo diante das denúncias. Até mesmo envolvimento de filho do então governador do estado - como interessado na escolha dos concessionários do serviço - chegou a ser comentado. Agora surge outra inovação - os chips para identificação dos veículos automotores. A idéia surge - nos parece - de repente e foi se incorporando ao dia-a-dia como num "rastilho de interesse". A Prefeitura Municipal de São Paulo incentiva a medida, adiantando-se para anunciar que firmará convênio com o DETRAN/SP para utilizar-se do sistema. Seria oportuna a discussão: - de onde partiu a iniciativa e a quem interessa a adoção do chips ? Há que se reconhecer tratar-se de uma sacada de gênio ! Digna dos melhores momentos da atual direção do DETRAN / SP.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Lista "negra" da OAB vem de longe

Acabo de ler comentário sobre a existência de lista "negra" patrocinada pela OAB, impondo restrições à inscrição em seu quadro de integrantes do Poder Judiciário, Ministério Público, Procuradoria do Estado e Autoridades Policiais, que tenham de algum modo agido contra os interesses da classe. Quero lembrar já ter ouvido falar da existência de "index" no âmbito do Ministério Público - mas a presidência e integrantes, além de confirmarem sua existência, ainda sempre dispensaram tratamento condigno e respeitoso. No decorrer do ano de 1996, meses após a publicação da minha aposentadoria como delegado de polícia, encaminhei pedido de inscrição na OAB / SP através da subsecção de Piracicaba. Mesmo porque desde a época da faculdade de direito já dispunha do certificado específico que me garantia esse direito. Aguardei resignadamente pelo tempo necessário - aproximadamente 9 meses - e quando consultava a OAB obtinha a informação que o processo estava sob análise do relator - conselheiro de nome Padilha, da subsecção de Ribeirão Preto. Como não havia pressa e muito menos necessidade, considerando que a obtenção da inscrição apenas atendia sentimento de vaidade e possibilidade de acesso à justiça, acreditava até ser normal aquela demora. Ocasionalmente, provocado por um amigo advogado e conselheiro - Dr. Carlos Pinheiro, da subsecção de Assis - sobre minha disposição de exercer a advocacia, comentei que não poderia fazê-lo diante da ausência da inscrição. Achou estranha a demora e prontificou-se a verificar o problema. Segundo ele, em meio a uma reunião do conselho estadual, se inteirava da existência de um "dossiê" organizado por um grupo de advogados da Subsecção de Piracicaba dando conta que, enquanto delegado de polícia, dificultara a ação de profissionais daquela Comarca, inclusive assacando outra inverdade como a minha disposição de discriminar advogados negros. Coube ao amigo, na condição de advogado e conselheiro, testemunhar perante aquele órgão a forma isenta, proba e honrada - legalista, sim - da minha atuação, enquanto autoridade policial. O parecer contrário à minha inscrição teria sido substituído e dias depois recebia a carteira da ordem, em
cerimônia singela perante a presidência da Subsecção de Piracicaba - como um reconhecimento da improcedência da impugnação. Hoje, como advogado militante, atuo junto à 73ª Subsecção de Guarujá onde integro a Comissão de Ética e Disciplina e Assistência Judiciária, com participação efetiva nos assuntos corporativos. Com a disposição de não guardar ressentimento e muito menos alimentar qualquer tipo de revanche, preferi não me inteirar do teor e, tampouco, do nome dos autores da representação. Apenas registro, ainda que o zelo e cuidado da OAB para admissão em seu quadro, seja justificado e as obedeça formalidades legais, há que se preservar a sua transparência, cumprimento de prazos e estrita observância ao princípio do contraditório para não refletir sentimentos menores e muitas vezes injustificados. Agora, se for o caso seria interessante obter cópia do processo de registro da minha inscrição com a exclusiva disposição de discutir o assunto - num momento de dificuldades para reconhecimento das nossas prerrogativas e importância da advocacia para preservação dos valores democráticos.

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Elementar meu caro Rufino

Evidente que o acidente do vôo 1097, da Gol, produz e continuará produzindo profundas alterações nos procedimentos no âmbito da aeronáutica brasileira. Primeiro, desnudou o mito - fruto do ufanismo exacerbado - que colocava a aviação nacional entre as mais seguras do mundo. Ficou estampado que os vôos - sobre o nosso território - pelas precárias condições do seu monitoramento pelos controladores despreparados, se equiparavam à "roleta russa". Já as investigações realizadas pelo Ministério da Aeronáutico, por morosas e prolongadas, sempre pecaram pela falta de publicidade - até certo ponto misteriosa, por sigilosa. Sob o aspecto policial, a Polícia Civil sempre trabalhou a reboque dos relatórios da Comissão de Investigações Sobre Acidentes Aéreos (?), sem possibilidade de questionar o conteúdo e conclusão da perícia. Nunca era atendida quando cobrava pela agilidade - muitos crimes de natureza culposa devem ter ficado impunes. Com a decisão do STJ conferindo competência à Justiça Federal para apreciar acidentes aeronáuticos, parece que as policiais civis dos estados deixaram de realizarão de realizar a primeira fase da persecução criminal - nesses casos - por ter extensão passou a ser atribuição da Polícia Federal. Nesse mesmo sentido, outra decisão judicial interveio nas atividades do Ministério da Aeronáutica, determinando que Polícia Federal tenha acesso às provas colhidas - independente da conclusão da perícia. Por fim, a própria qualidade das investigações realizadas pelo Ministério da Aeronáutica são colocadas em cheque. O Cel. Rufino, responsável pelo serviço, antecipando ao que será enviado para a Polícia Federal, vem a público anunciar as fases já realizadas. Admitindo dificuldades, adianta que será preciso avaliar o trabalho das equipes dos Cindactas e no mesmo sentido verificar as condições de funcionamento dos equipamentos utilizados no controle do tráfego aéreo nacional. Isto nos leva a indagar do Ministério do Aeronáutica porque as investigações não se iniciaram pela verificação dos equipamentos, registros e procedimentos de controle do espaço aéreo. Qual seja, pelas provas que permaneceram intactas e preservadas, depois do evento. A outra foi o Legacy, fabricado pela Embraer. Obtidas essas verificações, aí então se caminharia na direção dos demais pontos que diz ter investigado. Elementar meu caro Watson !

domingo, 12 de novembro de 2006

País caminha enquanto políticos dormem

O atual governo brasileiro tomou ao pé-da-letra o adágio popular "o país cresce enquanto os políticos dormem". A paradeira é geral, salvo no front da malversação do dinheiro público, corrupção e negociatas para formar o futuro ministério. O presidente e seus asseclas mais próximos, movimentam-se como se estivessem a trabalhar pelo Brasil - lembrando o jogador "Biro-Biro", que corria com a bola nos pés sem qualquer senso de objetividade. Os nossos governantes programam-se e discutem, como a demonstrar alguma disposição para conduzir o país a um porto seguro, mas nada de prático ou objetivo se realiza. Vamos agora buscar ajuda da Venezuela para construção da refinaria no nordeste - a que ponto chegamos ! O novo edital para transposição das águas do Rio São Francisco foi outra notícia alvissareira - agora o apoio do governo da Bahia e Sergipe é certo - mas sem data para começar ou prazo para conclusão. Apesar desse desgoverno o país cresce 2% ao ano. Certamente o resultado seria melhor se o pessoal trabalhasse - pelo menos um pouco.

Discussão extra-autos

Com todo o respeito ao cientista político Jefferson O. Goulart, reconhecido por sua sapiência e capacidade de transformar sua cultura e conhecimento em textos bem estruturados, desta vez - "Quando o agressor vira vítima (JP l2/11)" - não reproduziu o mesmo brilhantismo. Evidente que a solidariedade com os nossos serão sempre bem recebidas - amizade, identidade de propósito e forma de pensar o mundo - e, geralmente, move os nossos passos. Apenas não podem turvar a visão dos fatos e a nossa realidade. O exercício da democracia - ao lado da liberdade e direito que nos proporciona - obriga ao cumprimento de determinadas regras. Uma delas, é a possibilidade de ser responsabilizado pelos nossos atos. Não podemos - e o ilustre cientista, neste mesmo espaço, já denunciou esse descalabro - admitir a impunidade como regra. Nesse contexto, existem os meios e instrumentos legais para se buscar a punição, daqueles que - em tese - extrapolarem os limites de comportamento que a norma legal estabelece. Vale para todos - embora, em algumas ocasiões . . . - indistintamente. Infelizmente, isso nem sempre acontece e quando realizada - por essa mesma razão - não encontra a aceitação unânime. Muitas vezes, tanto do ofendido - que não se vê atendido em seu pleito, ou pelo condenado - que se julga injustiçado. Enfim, esse é ônus de vivermos numa democracia. Felizmente, existem outros instrumentos legais que permitem buscar - novos julgamentos - em outras instâncias, inclusive discordando publicamente da decisão proferida. Recentemente, outras situações - via imprensa - mais ou menos semelhantes foram vividas. Órgãos de comunicação foram impedidos de veicularem opiniões de profissionais da área. Considerando que a justiça age exclusivamente por impulso, apenas lamente-se que não foram buscar - com a mesma ênfase - o motivo e muito menos os autores daquela iniciativa. Não conheço - assim como o senhor - integralmente a prova dos autos, ainda assim sou levado a supor que nenhuma das partes envolvidas revolveram a vida pregressa - tanto do autor, como do acusado, no aspecto que diz respeito a atuação política/ideológica e partidária de ambos - e se, porventura, o foram, o magistrado ao prolatar a sentença deve ter se atido exclusivamente aos fatos discutidos e sua repercussão no mundo do direito. Então, falar que o político atuou - em outras eras - sob a égide de valores antidemocráticos é querer ampliar o julgamento de um fato além do razoável e da sua repercussão social. Finalizando, não vislumbrei durante essa discussão - princípio contraditório - antes e depois do processo, fora do seu contexto, qualquer avaliação sobre o comportamento do ofendido, enquanto professor e acadêmico, certamente por dispensável. Reputo, exclusivamente, não ser oportuno e muito menos justo repercutir no âmbito de uma discussão - entre o certo e o errado, ainda sub judice - a vida pública, de uma forma parcial, dirigida e enviezada, de um cidadão que buscou através dos meios legais a satisfação de um direito que julgou violado. O jus sperneand é inalienável, inclusive a solidariedade !

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Não sabe, foi sem querer . . .

O grande jurista Márcio Tomaz Bastos, detentor de uma carreira brilhante, que fez fama nos tribunais do país - principalmente no juri, onde debatia idéias, princípios e sustentava teses das mais criativas - se reduziu a simples "inventador de desculpas". Antes foi o caixa 2 - anunciado na França - como fomentador de todos os males das campanhas eleitorais e compras de apoios, por prática comum a todos os partidos. Depois vieram as justificativas - "eu não sabia", "não fui consultado", "fui traido" , "o filho de qualquer brasileiro pode ter sucesso nos negócios". Agora, como se estivéssemos participando de uma brincadeira infantil, onde existe a figura do "café com leite", vem o ministro Tomaz Bastos - tentar justificar - a violação dos telefones dos jornalistas da Folha, alegando que foi "sem querer" e que a Polícia Federal "agiu apressadamente", "em virtude da pressão" - a vítima foi e culpada. Imaginem, o grande tribuno - defendendo um acusado - utilizando-se dessas mesmas teses diante do Tribunal do Juri:- "o acusado matou por que estava com pressa". Certamente, o advogado Márcio Tomaz Bastos, quando voltar para sua banca, vai enfrentar dificuldades para se readaptar às lides forenses e readquirir a mesma embocadura (leia-se criatividade e estratagema jurídica) que o consagrou !

STJ decide - acidentes aeronaúticos são de competência da Justiça Federal

O STJ reconheceu a competência da Justiça Federal para conhecer, sob o aspecto criminal, do acidente aeronáutico envolvendo o Boeing da GOL e o Legarcy (vôo 1097), certamente por visualizar predominância do interesse na União. Uma vez dirimido o conflito de competência, a Polícia Civil do Estado do Mato Grosso - detentora das atribuições de polícia judiciária para investigar crimes comuns ocorridos na área territorial daquela unidade da federação - já deve estar providenciando a remessa do inquérito policial instaurado para a Polícia Federal. Essa decisão, certamente produzirá repercussão diante de outras situações semelhantes. Até então, cabia às policiais estaduais registrarem os acidentes aeronáuticos e instaurarem os respectivos inquéritos policiais - inclusive quando aviões militares caiam fora das áreas de sua jurisdição. A partir da publicação da decisão do STJ o assunto adquire outra dimensão. Caberá à Polícia Federal comparecer aos locais e proceder os levantamentos indispensáveis ao registro do fato e instauração do inquérito policial. Dessa atribuição as Polícias Civis se desincumbiram e estarão desobrigadas de realizá-las nos demais casos - por força da decisão do STJ. Evidente que os feitos em andamento, igualmente, deverão ser remetidos à Justiça Federal - no estado em que se encontram. Os órgãos estadual, também se livrarão do desconforto de ficarem na expectativa do recebimento - sem prazo, indefinidamente - do laudo produzido pela Comissão de Investigações da Aeronáutica, indispensável para conclusão da primeira fase da persecução criminal.

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

AVAN-PREMIER DA DENUNCIA

Há que se admitir:- o fato é inusitado. A apresentação, preliminar, da denúncia do promotor Luiz Fernando Vaggione, a ser oferecida contra Carla Cepollina, acusada da morte do coronel Ubiratan, realmente foi sui generis. Assemelha-se à leitura da peça de teatro, que antecede à sua encenação. Seria assim, como uma prova - caso haja reparos - ainda haverá tempo de ajustá-la ao feitio do gosto popular ou do entendimento da assistência da acusação ou da defesa (desta, seria no sentido inverso). Se correta a notícia veiculada, o acusador não se fez de rogado - caso não exiba o seu passaporte - a prisão da acusada Carlo Cepollina acontecerá. Como se o decreto da custódia provisória dependesse, exclusivamente, da sua vontade. Sabemos que a vaidade move as pessoas, mas desde que não seja excessiva. Neste caso, transforma-se em voluntarismo que desagua no descrédito, geralmente acompanhado de insucesso !

quarta-feira, 8 de novembro de 2006

Escuta telefônica indiscriminada - vilipendia a cidadania

Está sendo noticiado que os telefones utilizados por jornalistas da Folha de São Paulo foram "grampeados" pela Polícia Federal, mediante ordem judicial - durante investigação sobre o Dossiê Vedoin. É bom lembrar que, recentemente, os jornais noticiaram - sem que houvesse repercussão - juízes de direito concedendo senhas para policiais acessarem, indiscriminadamente, sigilos, inclusive telefônicos, de qualquer cidadão sob suspeita ou interesse da polícia. O uso da "escuta telefônica" - antes uma exceção, utilizada apenas em casos extremos, onde a integridade física ou mesmo a vida de uma pessoa estivesse em risco - tornou-se instrumento ordinário de investigação policial. Incrível, até mesmo diante de uma denúncia anônima - dessas do disk-denúncia da esquina - tem sido suficiente para autoridades judiciárias autorizarem, não só a escuta e quebra do sigilo telefônico, como também permitir buscas e até mesmo prisões temporárias. Tudo, sob o pretexto e alegação, de imprescindíveis para o êxito da investigação policial - é a lei da prisão temporária que inovou com essa expressão. Não existe parâmetro e muito menos medida, quando se autoriza a escuta de um ou mais aparelho, já que passam a se rastreados os demais telefones - que, porventura, proposital ou involuntariamente, venham a ligar para o aparelho monitorado. A partir daí não se tem mais qualquer controle sob a extensão dessa violação da intimidade das pessoas - ainda que não implicadas em qualquer ilícito. Ainda que houvesse "comprometimento" não estariam elas sujeitas a esse tipo de investigação - simplesmente, por não estar autorizada pela justiça. Então, a invasão da privacidade do jornalista e do seu sigilo telefônico e, por extensão profissional não é novidade e nem causa mais espanto - apenas indignação ! O quadro é esse - vivemos em regime de exceção, onde os direitos e garantias individuais estão sendo vilipendiados, sob qualquer pretexto, até mesmo os mais espúrios. A cidadania haverá de prevalecer - que não seja tardiamente !

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Lula e Telemar - apenas troca de favores

A relação empresarial entre a Telemar e a Gamecorp, do Lulinha, foi desmascarada pela revista Veja como evidente favorecimento ao filho do presidente petista. Agora, numa espécie de retribuição, o BNDES anuncia financiamento ao grupo Telemar, no valor de 2,5 bilhões de reais. Dizer que as duas negociações se resumem a troca de favores é muito pouco. Infelizmente, os parlamentares da oposição não fizeram repercutir o assunto no Congresso Nacional. No mínimo, a população - que votou no Alckmin - espera explicações e justificativas detalhadas da concessão desse empréstimo - e, sob o ponto de vista, econômico / social - teria atendido os interesses nacionais ? Parabéns à revista Veja, mais uma vez se adianta aos fatos !

domingo, 5 de novembro de 2006

Dilma é a tarefeira

Talvez venha do seu tempo de luta armada. Naqueles microcosmos cada membro tinha sua atividade, tomada como tarefa a ser realizada dentro de determinadas regras e tempo. A disciplina, hierarquia e obediência irrestrita eram condicionantes, não só para permanência no grupo, como para levar a bom termo suas tarefas - sempre limitadas à sobrevivência. Naquelas condições, as opiniões pessoais poderiam até ser levadas para discussão perante o grupo, mas a iniciativa própria - individualizada - nunca fora admitida. Vejo no comportamento da petista Dilma (camarada em armas, como diria José Dirceu), enquanto ministra do governo atual, ainda como uma disciplinada e obediente militante. Embora ocupe cargo estratégico, não a vemos colocar como medida de governo nenhuma posição pessoal - quando muito pronuncia alguma opinião, mas sem levá-la adiante (lembram-se do seu desconforto com os 4,25 do superavit primário). A casa civil, durante sua gestão, diminuiu - não só de estatura - como na expressão de política governamental. Se reduziu, a uma boa tarefeira, a cumprir suas atribuições de maneira burocrática e até certo ponto - vide o apagão aeroportuário e uso de cartões de crédito - com alguma eficiência. Na medida do possível, conseguiu evitar as marolas diárias - mas os escândalos continuaram a pipocar nas imediações do 3º andar do Palácio do Planalto. Realmente, sua cara de contrariada, aliada à sua história de luta e jeito de malcriada, sempre impõe alguma dificuldade de aproximação - inclusive para criticá-la !

sábado, 4 de novembro de 2006

Procurador Geral entra no jogo

A princípio, era apenas o presidente da república - depois vieram o ministro da justiça e o diretor da polícia federal - proclamando que nunca antes se investigou tanto e a todos. A expressão tornou-se mantra do governo petista. Agora, surge o procurador-geral Antonio Souza aderindo ao mesmo discurso. É lamentável, mas não totalmente descabido - pode-se até mesmo justificar - já que foi nomeado pelo atual presidente e seu mandato está em vias de ser renovado ou não. Sua afirmação chega a ser leviana, por não levar em conta que outras áreas de atuação do ministério público e da justiça vêm obtendo resultados - cada vez mais expressivos. Tome-se por conta o número de presos encarcerados - certamente, não estão nas cadeias e penitenciárias por sponte sua - foram ali colocados pela ação das policiais (estaduais, federal e guardas civis municipais), depois pelo mp e por último do poder judiciário. Evidente não se tratar de nenhum fenômeno e muito menos intervenção (ou seria intuição ?) do petismo. Advém, isto sim, do aperfeiçoamento da democracia brasileira e das instituições que a compõem - aliada ao descaramento dos atuais governantes, que abandonaram qualquer tipo de constrangimento ou medida, para investirem contra as regras democráticas e o tesouro nacional. Quando a criminalidade escancara fica mais fácil detectar e reprimi-la. O douto procurador poderia rememorar os casos mais expressivos - que coube a ele encaminhar para apreciação do poder judiciário - sempre com os envolvimento de altos próceres petistas. Também não poderia ter esquecido da introdução de novos instrumentos legais - evidente, que aperfeiçoaram e tornaram mais eficazes o aparelhamento do Estado na realização da persecução criminal. Até mesmo o advento da telefonia celular e sua expansão tornaram a conduta criminosa mais vulnerável à ação do poder público -
por permitirem escuta e rastreamento das ligações. Há que se reconhecer a incisão do ministério público - atuando sem muito alarde e com mais eficiência - mas não devemos esquecer da manipulação, no período anterior, desse importante órgão por figuras extravagantes e sempre ligadas (quando não comprometidas) com esse mesmo grupo que hoje detém o poder da república, felizmente muitos deles já desmascarados e processados criminalmente.Seria bom continuar vendo o doutor Antônio de Souza atuando com serenidade e objetividade que marcaram sua gestão à frente da Procuradoria Geral da República, sem precisar vincular os bons resultados alcançados com o governo petista, salvo para revelar algumas passagens ainda não desnudadas.

Agora, Mitiko não pode assumir

A procuradora Mitiko que participou - não apenas assistiu, pois admite ter intervindo - da oitiva dos jornalista da Veja, fica difícil (para ela !) reconhecer que houve algum tipo de constrangimento por parte do delegado Moysés. Considerando que a procuradora participou efetivamente da audiência, inclusive admite que interveio para reparar algumas irregularidades - certamente praticadas pelo delegado Moysés. Considerando que na saída - no hall - teria orientado a advogada e os jornalistas para não deixassem aquela situação se repetir. Agora, evidentemente, a doutora Mitiko não pode mais assumir que houve o constrangimento alegado pelos profissionais da imprensa, pois se assim se comportasse estaria confessando a prática do crime de prevaricação - consistente, quando o agente público deixa de praticar ato de ofício, em razão de sentimento pessoal (no caso solidariedade com o delegado). Ainda não ficou claro em que condições - sob compromisso ou não - os depoimentos foram tomados. Por último, fica o registro não ser comum autoridades tomarem o mesmo elevador que as partes e tecer comentário sobre o que ocorrera durante a audiência, incluindo recomendação - se aconceteceu!

Polícia Federal acredita em duendes

É assim como a "liberdade provisória". É o réu que reivindica quando está preso e tem obrigação de demonstrar ser merecedor do favor legal. Penso não caber ao órgão público - polícia e mp - responsável pela persecução e promoção da ação criminal, oferecer a delação premiada, como se fosse uma mercadoria disposta na prateleira. Ainda que seja de interesse das partes - acusação e defesa - penso que o poder público, diante de evidências de culpa do acusado, deverá criar-lhe - sempre dentro da lei - dificuldades de tal ordem, que o induza a procurar pelo benefício. A partir do momento que o agente público sugere a obtenção do benefício, revela estar em dificuldade para encontrar o "fio da meada". Ou seja, em linguagem mais apropriada, não encontra meios de obter as provas necessárias para estabelecer a autoria e materialidade do crime - em toda sua extensão - adequando o fato à norma legal vigente. Indaga-se:- porque o investigado vai se submeter a confessar participação em um fato delituoso, apontando outros implicados e, ainda fornecer subsídios para individualizar a culpa dos envolvidos, se a polícia e o mp não demonstram dispor de meios para encontrá-los ? Negociar é uma coisa, mas mostrar fraqueza e clamar pela colaboração do criminoso é o mesmo que acreditar em duendes - nesta altura, basta a credulidade do povo !

Providência é com o Ministro da Aeronáutica

Quando é para engambelar a imprensa e, por extensão os usuários e a população brasileira em geral, surge o ministro da defesa Waldir Pires. Fala como se estivesse cumprindo um ato meramente burocrático - sem qualquer compromisso com a verdade e, muito menos, com o provimento da situação instalada. Agora, para anunciar medida objetiva e com vista a solucionar o problema, ainda que por enquanto, surge o brigadeiro Luiz Carlos Bueno, ministro da aeronaútica. Com autoridade e conhecimento do assunto, revela que seu ministério - em nenhum momento fez referência ao ministério do Waldir - convocou 149 controladores do cindacta I. Justifica:- "tive que fazer esta intervenção, convocação militar, por perceber que tinha alguma coisa de anormal". Ainda bem ! Indaga-se:- o ministro Waldir Pires nem desconfiava disso - quiçá soubesse de suas atribuições constitucionais ? Adiante o militar da FAB ameaça:- "quem não se apresentar será punido" - leia-se:- preso e conduzido ! Mesmo assim, esse grupo ficará aquartelado (confinado, quase preso, em alguma unidade militar), mas sob cuidado de médico e 4 psicólogos, logicamente sendo alimentado.Aproveita para atribuir às companhias aérea responsabilidade pelos atrasos registrados - tira o seu da reta, quando não é o ministro Waldir, usa as empresas como "bode expiatório".. Apenas se esqueceu de mencionar a aviação executiva. Enquanto isso, o Ministério da Defesa confirma a edição de Medida Provisória para contratação de 60 controladores, em caráter emergencial e por tempo determinado. Como podemos observar, a intervenção militar é mais prática e direta - ainda que reduza o controlador a um simples número, quase um objeto.

O corporativismo pega - PF não é exceção

Considerando o espírito de corpo e o corporativismo que impera - não só na Polícia Federal - mas em todas as corporações (magistratura, mp, advogacia, legislativo . . .), a conduta do delegado Moises Pereira, durante a oitiva (ou seria interrogatório?) dos jornalistas da Veja, não é de causar tanta estranheza. Sua corporação fora vilipendiada, naquilo que é mais sagrado, o sigilo de suas ações e o segredo daquilo que ocorre em seu interior. Um colega de Moisés, com nome mais incomum, depois de interrogar Hamilton Lacerta (este sim, indiciado) declarou aos jornalista que o petista era uma pessoa coerente, acreditava no que estava fazendo e não se dizia arrependido, embora negasse o transporte do 1.7 milhão de reais. Esse conformismo - diante do insucesso - foi estranho. Não se tem notícia de realização de busca e apreensão - nem mesmo diria, de forma espalhafatosa - nos escritórios e residência dos envolvidos no esquema. Ainda que compreensiva, essa indignação com a imprensa não se justifica, ainda que o contato entre o preso e o assessor da presidência da república, não tenha ocorrido. O episódio - como a revelação das fotografias do dinheiro - deverá servir de alerta- "pode-se enganar alguns durante todo tempo; pode-se, até mesmo, enganar a todos, durante algum tempo; mas, certamente, não se poderá enganar a todos, durante todo tempo." Pense nisso, doutor Moisés . . . ! (Kennedy, que não é o da folha)

Inacreditável - pouso e decolagem a cada 2 minutos era motivo de orgulho

Os órgãos responsáveis pela administração, segurança e fiscalização das atividades da aviação civil, jactavam-se de possibilitar - a cada 2 minutos - um pouso e/ou decolagem do Aerporto de Congonhas. Nós, embora nunca tenhamos voado, que passamos freqüentemente pela avenida que margeia aquele "campo de aviação", não conseguíamos entender como era possível administrar aquele caos. Era assim que compreendíamos aquele "sob e desce de aviões" - sempre rezando para que um deles não caísse sobre nossas cabeças. Diante do atual escalabro, há que se admitir aquela situação sempre foi de "alto risco" e que seu controle era deficiente e com expressiva parcela de incúria. Agora cabe, não ao Ministro da Defesa - que se revela jejuno no assunto - mas aos especialistas na área encontrar soluções viáveis para adequação do problema. Alguém já deve ter sugerido o uso dos espaços da aviação militar - um tanto, digamos ociosos - para abrigar a movimentação dos aviões executivos, deixando os aeroportos civis, exclusivamente para a aviação das linhas comerciais.

Espaço aéreo ou barafunda

Ninguém - usuário ou não, como eu - em sã consciência pode desconsiderar evidências que o espaço aéreo brasileiro é uma mixórdia. A partir do acidente com o vôo 1097 da Gol e o Legacy da Embraer, a situação se deteriorou e suas entranhas revelaram uma situação caótica - aliás, como outras áreas da administração pública federal. Infelizmente, não se pode mais atribuir essas mazelas, exclusivamente, à "herança maldita". Quando o jornalista Joe Sharkey, passageiro do Legacy, publicou nos EUA, artigo comentando os problemas existentes na utilização do espaço área brasileiro e as dificuldades dos pilotos se orientar quando o sobrevoavam, causou comoção em nosso sentimento de nacionalidade e - somente não foi expulso ou preso, como ocorre nas prática com os pilotos do avião executivo - porque já se encontrava seguro em solo americano. Não seria o caso de reconhecermos que Joe estava correto em suas críticas e agradecê-lo pelo alerta ? Ou, como o PT, vamos continuar ignorando nossos equívocos ?

Convocações sob suspeita

Considerando que a maioria dos jogadores de futebol - brasileiros, é lógico ! - tem seus direitos federativos vinculados à empresários: Considerando que, desde as primeiras convocações, da atual comissão técnica da CBF, figuram jogadores inexpressivos - vide o caso do volante/apoiador Jonatas - que logo depois são transferidos para algum time extrangeiro e deixam de figurar nas convocações seguintes. Sugiro que na futuras convocações - deixem de constar o nome dos times aos quais os jogadores prestam serviço naquele momento - tragam o nome dos empresários a quem estão vinculados. Assim poderemos aferir eventuais favorecimentos e/ou exploração de prestígio - em outros momentos isso já aconteceu. Aos denominados repórteres e cronistas esportivos, fica a sugestão - pesquisem, acompanhem e confiram essa possibilidade - o caso do "Carlinhos" (?) reserva do time do Santos é emblemático.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Gabrielli - de onde você veio, mesmo ?

Poucos sabem da sua origem. Deve ser de algum escaninho da administração público. Algum nicho petista, que os outros governos não se ativeram de resguardar. Como ocorreu com a área dos fundos de pensão e FAT. Diante de alguns bons resultados da Petrobrás - até o Chaves sobressaiu com o petróleo a 80 dólares o barril - alguém sugeriu que se deveu à sua boa gestão. Bem ! Depois da passagem do José Eduardo Dutra qualquer administração seria melhor. Agora, vem a público, primeiro para tentar nos convencer que a Petrobrás saiu lucrando com a privatização do seus negócios pelo governo bolivano; depois, não se fez de rogado, desmentiu a possibilidade de assumir o Ministério da Fazenda. Gabrielli, além de nome pouco comum, ainda revela pretensão que vai além da sua estatura.

E Lula respondeu - aqui não Bush

Quando Bush pediu à Lula o know-how emprestado, a ligação teria sido interrompida. Ainda não se sabe se a ligação caiu ou Lula bateu o telefone na cara do Bush. Isso é coisa que se peça emprestado ?

Atrasos nos vôos não se justifica tamanho alarido

Há mais de uma semana, os grandes espaços dos jornais e noticiários do rádio e da televisão, vêm sendo ocupados para repercutir a série de atrasos nos vôos comerciais - principalmente no aeroporto de Brasília. Considerando que apenas uma pequena parcela da população brasileira, utiliza-se desse meio de transporte, tamanho alarido parece injustificado. Além do mais, o assunto vem substituindo a repercussão das idas e vindas do governo petista, quanto as suas promessas eleitorais. Os ministros mais expressivos - como Dilma e Tarso - dizem uma coisa, como redirecionar a política econômica e o presidente recém eleito, surge nos principais jornais televisivos, desautorizando seus auxiliares mais diretos. Sugiro que a imprensa se preocupe mais com os problemas que digam respeito à democracia brasileira - como agressões contra jornalistas na porta do Palácio Alvorada, outros profissionais da imprensa são chamados à Polícia Federal para prestarem depoimentos como testemunhas e acabam sendo submetidos a prolongados interrogatórios.

segunda-feira, 30 de outubro de 2006

Saiu hoje do Jornal do Brasil - economia com destaque

As empresas petrolíferas - norteamericana, francesa, brasileira e espanhola - instaladas na Bolívia e que acabaram aceitando as regras impostas pelo governo de Evo Morales, apenas optaram pela preservação das suas instalações. Não resta dúvida que se humilharam ao concordar com a simples condição de prestadoras de serviço e recebendo apenas 18% do resultado de sua produção. Tudo indica, que assim e conduziram, não por adesão ao projeto do presidente boliviano, de cunho nacionalista e afrontando regras contratuais e do direito internacional, muito menos por solidariedade àquela população sofrida. Apenas acreditam que a curto ou médio prazo, o quadro político boliviano sofrerá alterações e poderão então retomar suas atividades plenas. Com isso, evitam perder investimentos expressivos - no caso da Petrobrás giram em torno de 3 bilhões de dólares - passar por algozes de um país pobre e de povo sofrido, além de evitar delongas intermináveis em tribunal e arbitragem internacional. O Brasil ainda tem o problema do gás, fornecido pela Bolívia e que abastece as indústrias do sul e sudeste - onde o país existe. Apostam no desgaste de uma política de viés nacionalista e com forte influência do "chavismo venezuelano", já com forte dissidência interna - região de Santa Cruz de La Sierra. É esperar para ver ...

NÃO NOS DISPERSEMOS

O exercício da democracia exige
disposição para o embate de
ideias e discussão sobre
projetos de governo.


É o momento de resgatar a expressão cunhada por Tancredo Neves. É hora de recuperarmos o espírito das "Diretas Já". Não há motivo para desalento. Ganhar ou perder faz parte do jogo democrático.

A democracia exige o engajamento político - de preferência partidário, ainda que não obrigatório. A manifestação política é livre e advém da liberdade de pensamento e de expressão. Através dessa atuação é que se congrega as forças políticas representativas e por seu intermédio - os meios legais empregados - na busca do poder.

Porém não se trata do poder hegemônico - com disposição para eliminar o dissidente ou adversário. A preponderância deve ser passageira, nunca absoluta e sua alternância é indispensável para se permitir o diferente e a contradição. Quando os meios passam a justificar os fins, regras, valores e respeito a princípios são desprezados, a dissensão se estabelece, em geral provocando rupturas e produzindo seqüelas difíceis de ser recuperadas.

Finda a campanha eleitoral e apurado o seu resultado - eleito o candidato preferido dos eleitores - acordamos nesta segunda-feira, com a certeza que a democracia não feneceu. Caberá a cada um de nós - vencedores, vencidos e indiferentes - recuperar-se do embate, restaurar as forças, representada pela crença nos princípios democráticos e cada um retomar a sua posição - em defesa dos seus direitos e dos valores que aprecia.

Aos vencedores cabe aglutinar seus aliados, buscando de forma legitima estabelecer a maioria no poder legislativo e organizar sua equipe de governo, com vista a implementar seus projetos e viabilizar suas promessas de campanha, segundo suas prioridades administrativas. Formar essa maioria é obrigação exclusiva do vitorioso - desde que se restrinja aos instrumentos oferecidos pela democracia.

Por dever democrático, cabe à oposição reorganizar-se ? no amplo espectro que a define - para reproduzir a vontade de mais de 40% do eleitorado brasileiro. Representar esse segmento com dignidade é o seu papel. A altivez, empenho, seriedade e postura ética hão de nortear o seu caminhar, sem hesitação e com o rigor fiscalizador e respeito a lei que o momento exige.

A oferta de alternativas é também obrigação da oposição. É sua faculdade apresentar correções para as medidas equivocadas que venham a ser oferecidas pela administração - mormente quando voltada para o atraso. Mas sempre será o seu dever repudiar projetos que venham a contrariar o interesse público e, principalmente, a ordem constitucional - principalmente aqueles que preconizam o obscurantismo e indesejado controle social.

A nossa indignação, contrariedade e vergonha pela série de desmandos, falcatruas e crimes - com evidente manipulação do poder - que envolve altos próceres do governo federal ou pessoas próximas da administração, devem servir de combustível para continuidade da luta democrática. O enfrentamento, oposição e resistência são instrumentos legítimos desse jogo - não há que se falar em radicalismo e muito menos cabe a alegação de golpismo quando se age com lisura e transparência.

Haveremos de aprender que oposição se pratica no dia-a-dia e com coesão de forças - sempre que possível voltadas para um mesmo objetivo, que é a retomada do poder - que o quadro atual exibe com nitidez. Por outro lado, desprezaremos comportamentos e ações que afrontam - não só a lei e os valores democráticos, indispensáveis ao convívio numa sociedade livre e que se quer emancipada - a inteligência e a razão do homem comum. Aquele que se conduz nos limites da lei, cumpre suas obrigações e serve de exemplo a seus filhos e à sociedade.

Portanto, a nossa participação há que ser efetiva. Partindo da associação de bairro; da nossa igreja; do sindicado; repartições públicas; locais de trabalho passando pela câmara dos vereadores; assembléias legislativas; até no congresso nacional.

Recentemente, deparamos com exemplos dignos desse engajamento com a ética, moralidade pública e passivos de ser copiados. O deputado Fernando Gabeira ao afrontar o presidente da Câmara dos Deputados - o fez em nome da moralidade e do interesse público. O delegado Bruno, da Polícia Federal, ao tornar públicas as fotografias do dinheiro apreendido em poder de figuras expressivas do partido do Presidente da República - não infringiu norma legal, pois sua ação estava voltada para o interesse público, ainda que o Ministro da Justiça não atenda assim.

Não olvidaremos de questionar e contestar o discurso estridente e, argumentações repetitivas de falsas lideranças - ou de lideres voltados para o seu próprio interesse ou do grupo que os mantêm no poder. O contraditório haverá de ser restabelecido, as discussões existirão e a permanência ou não no poder deverá decorrer do convencimento e nunca pela imposição de vontade, sem a desavergonhada manipulação dos favorecidos e concordância tácita dos indiferentes.

Lembremos que foi na desventura da derrota durante a votação das "diretas-já" que vislumbramos a possibilidade de aglutinarmos as figuras mais representativas na busca de um objetivo comum - redemocratização do país - assim conseguimos convencer aos indiferentes e até mesmo as forças retrogradas. Ainda que por vias reversas (colégio eleitoral, em tese adverso) chegamos a eleição do presidente Tancredo Neves e alcançamos a tão sonhada democracia.

Hoje, a situação é muito mais confortável, vivemos sob a égide do regime democrático, as instituições estão organizadas e funcionam com a liberdade e com garantias reguladas pela constituição da república. As eleições se realizam periodicamente, com obediência às regras estabelecidas, embora obrigatório o direito ao voto é exercido livremente. Os eleitos são diplomados e assumem seus mandatos regularmente, salvo quando alcançados pela lei e pela justiça - única condição para desapeá-los do poder, por obra e graça de ilícito praticado.

Então ! Não há motivo para esmorecimento e muito de desilusão. A derrota faz parte do jogo democrático. A indignidade é nossa ! Os valores e regras vilipendiados são reservas da sociedade - pertencem ao povo brasileiro.

Respeito e dignidade são atributos da cidade. Aos assistidos devemos oferecer bem mais que ajuda financeira temporária. Haveremos de permitir que tenham possibilidade de tornarem-se cidadão livres ? sem as amarras que o governante de ocasião lhes oferecem, a título de auxílio - emancipados para buscarem com o resultado da sua inteligência e do seu trabalho o sustento para sua família.

Por ora, cabe apenas respeitar a sua manifestação de vontade - legítima e válida, porém não suficiente livre - mas haveremos de levar-lhes informações e esclarecimentos suficientes para conhecerem dos seus direitos e garantias, inclusive constitucionais, como forma de alertá-los sobre a atuação de falsos profetas, cuja intenção nem sempre está voltada para o Reino do Céu - suas pregações visam à glória pessoal e o bem estar dos seus.

A complexidade da administração de um país não pode ficar reduzida à distribuição de dinheiro, como projeto de governo - sempre será insuficiente para todos - outras iniciativas administrativas haveriam de produzir melhor resultado, desde que realizadas com competência e definida como solução para o problema da pobreza, nunca como mero paliativo.

Não esqueçamos:- "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos . . ." (Art. 1º, parágrafo único da cf)

Ainda assim, há de ser exercido em conformidade com a lei. Conformidade significa - de acordo com as regras constitucionais. São elas que delimitam a atuação do administrador público. Legalmente, não há como administrar fora do seu eixo - é o mesmo que afrontá-las.

Uma lição do Covas - a ser recuperada

Durante o governo Collor, em meio à crise provocada pelo Fiat Elba, aliada à riqueza acumulada pelo PC Farias com o restos de campanha e a famigerada Operação Uruguai, que levava ao processo de impeachmant do presidente, o PSDB foi convidado a compor o seu ministério.Dado momento foi acenado para Fernando Henrique assumir o Ministério das Relações Exteriores, seu antigo sonho - foi tentado a aceitar o convite. Prontamente, o lider pessedista Mário Covas interveio e colocou um paradeiro naquela aproximação com um governo desgastado pela corrupção. Naquela altura Collor realizava o seu Canto de Cisne - buscava no PSDB sua tábua de salvação. Agora assistimos o governo petista - vivendo situação muito mais grave que aquela enfrentada por Collor - propondo um amplo pacto federativo, nos moldes da concertacion realizada pelas forças políticas chilenas, após a redemocratização. Cabe, nesta altura do embate político, recuperar a lição de Mário Covas. Certamente, não é este o momento de qualquer aproximação com um presidente - envolvido em mar de lama e com contas a acertar com a Justiça Eleitoral - mas que acaba de impor à oposição fragorosa derrota. Como adiantou Fernando Henrique - demonstrando que assimilou Mário Covas - cabe ao governo formar a sua maioria. Também não vivemos momento de transição democrática - que possa justificar a iniciativa de pacto nacional - pelo contrário, estamos em meio a ferrenha disputa política e, dentro das regras vigentes, haveremos de pelejar. Quanto ao aventado terceiro turno, este ficará por conta da Justiça Eleitoral !

Apostam na queda de Morales

As empresas petrolíferas - norteamericana, francesa, brasileira e espanhola - instaladas na Bolívia e que acabaram aceitando as regras impostas pelo governo de Evo Morales, apenas optaram pela preservação das suas instalações. Não resta dúvida que se humilharam ao concordar com a simples condição de prestadoras de serviço e recebendo apenas 18% do resultado de sua produção. Tudo indica, que assim e conduziram, não por adesão ao projeto do presidente boliviano, de cunho nacionalista e afrontando regras contratuais e do direito internacional, muito menos por solidariedade àquela população sofrida. Apenas acreditam que a curto ou médio prazo, o quadro político boliviano sofrerá alterações e poderão então retomar suas atividades plenas. Com isso, evitam perder investimentos expressivos - no caso da Petrobrás giram em torno de 3 bilhões de dólares - passar por algozes de um país pobre e de povo sofrido, além de evitar delongas intermináveis em tribunal e arbitragem internacional. O Brasil ainda tem o problema do gás, fornecido pela Bolívia e que abastece as indústrias do sul e sudeste - onde o país existe. Apostam no desgaste de uma política de viés nacionalista e com forte influência do "chavismo venezuelano", já com forte dissidência interna - região de Santa Cruz de La Sierra. É esperar para ver . . .

sábado, 28 de outubro de 2006

Fábio Luiz - o lulinha - entrou no jogo

Penso que o empresário Fábio Luiz, mais conhecido por "Lulinha", ao se dispor processar a revista Veja acabou entrando num jogo arriscado. Agora, a Editora Abril certamente argüirá a exceção da verdade e aquilo que a oposição e as CPMIs. não conseguiram realizar, vai acontecer. A discussão - no âmbito do poder judiciário - sobre a legalidade do dinheiro recebido pelo filho do presidente da república da empresa Telemar. É uma oportunidade única. O governo federal e o petismo não poderão alegar revanchismo ou golpismo. Não ficará "pedra sobre pedra" - o assunto será esmiuçado de tal forma, que acabará respingando no governo petista e, conseqüentemente na pessoa do presidente da república. Lamentavelmente, a Editora Abril terá que enfrentar essa batalha sozinha - não vejo disposição da oposição engajar-se nessa briga, salvo quando visualizar a possibilidade de vitória e querer angariar alguns dividendos.

quinta-feira, 26 de outubro de 2006

Delfin Neto diz que Lula intuiu - por isso o apóia

Vamos ao Dicionário Houaiss e encontramos a seguinte definição para o verbo intuir:-

n verbo
transitivo direto
perceber, deduzir ou concluir (algo) por intuição, sem recorrer ao raciocínio; intuicionar

O grande mestre da economia - isso, no passado - deve ter concluido que o nosso presidente dirige o país, sem se socorrer ao racicínio.


Mais adiante, quando define o substantivo intuição, o mesmo dicionário, ensina:

n substantivo feminino
1 faculdade de perceber, discernir ou pressentir coisas, independentemente de raciocínio ou de análise
2 Rubrica: filosofia.
forma de conhecimento direta, clara e imediata, capaz de investigar objetos pertencentes ao âmbito intelectual, a uma dimensão metafísica ou à realidade concreta
2.1 Rubrica: filosofia.
no cartesianismo, conhecimento de um fenômeno mental que se apresenta com a clareza de uma evidência, sem oferecer qualquer margem para a dúvida (como p.ex., o cogito)
2.2 Rubrica: filosofia.
no kantismo, conhecimento imediato de objetos oferecidos pela sensibilidade, seja a priori (espaço e tempo), seja a posteriori (objetos captados pelos sentidos)
2.3 Rubrica: filosofia.
no bergsonismo, conhecimento metafísico capaz de captar a essência temporal e fluida de uma realidade, oposto à quantificação e espacialização que caracterizam a inteligência conceitual
3 Rubrica: teologia.
visão clara e direta de Deus como a que possuem os bem-aventurados


Chegamos à conclusão que Delfim também acredita que Lula é um enviado de Deus !

Então ficamos assim, o nosso bem-aventurado vai continuar a dirigir o país no piloto automático. Ou será que o grão-mestre aguarda ser convocado para aplicar - outra vez - a teoria do "milagre econômico" da década de 70. Aguardemos !

quarta-feira, 25 de outubro de 2006

3º turno é com a Justiça Eleitoral

Na iminência de sair vencedor na eleição do próximo domingo (29/10), o petismo e seus aliados - na imprensa - invocam a possibilidade da oposição buscar, através da Justiça Eleitoral o impedimento da diplomação do candidato eleito. Jocosa ou ironicamente - até mesmo por receio que aconteça - denominam essa possibilidade jurídica de 3º turno. Decorre daí os comentários - desencontrados e ameaçadores - como aquele do José Dirceu, conclamando os eleitores a garantir a posse do petista ou indicando "golpismo" do segmento derrotado pelas urnas. Ainda procuram difundir discórdia entre os lideres oposicionistas, como se não houvesse essa possibilidade jurídica. Cabe apenas lembrar aos petista em geral - e, particularmente aos incrustados na imprensa - que os crimes eleitorais, pela sua própria natureza de interesse público, não comporta desistência ou renúncia do denunciante. Uma vez oferecida a notitia criminis - como já aconteceu, inclusive com possibilidade de defesa preliminar, já apresentada pelo candidato / presidente e seus asseclas - estará deflagrada a persecução a respeito da infração à legislação eleitoral. Assim, uma vez provocado o Tribunal Superior Eleitoral, obrigatoriamente haverá de decidir a respeito - independente de qualquer outra manifestação da parte interessada - de ofício. Quer para arquivar o feito, absolver os denunciados e, se for o caso, condenar os infratores - inclusive com o impedimento ou cassação do diploma, após eleito. O ex-ministro José Dirceu - certamente, pela sua formação jurídica e convivência com seus advogados - já percebeu e mandou um recado explícito para a Justiça Eleitoral. Resta aos jejunos da imprensa adotarem a mesma postura e deixarem de procurar pelo em ovo. O candidato Alckmin foi claro e conciso, quando respondeu:- a oposição não pode concordar com a impunidade !

sábado, 21 de outubro de 2006

China fecha nossas fábricas - desemprego anunciado

O governo petista jactancia-se da relação diplomática e, principalmente, do volume de comércio que mantém com a China. Lamentavelmente, o presidente / candidato acabou reconhecendo o mercado chinês - sem as restrições que o OMC impõe. A importância dessa relação comercial, há que ser medida levando em consideração algumas condições vividas pelos chineses. Por exemplo, a falta de legislação trabalhista, exploração de mão de obra abundante e com baixa remuneração, manipulação do câmbio impondo valor irreal à moeda chinesa. Por outro lado, fica difícil desprezarmos o comércio com um país, cuja população é superior a um bilhão de habitantes - sua capacidade de consumo é praticamente ilimitada. Então, como coadunar os interesses da indústria brasileira, diante da a ânsia chinesa de invadir o mundo com produtos - de baixo custo, qualidade questionável e produzidos em condições degradantes. É sempre bom lembrar que essa situação já causou sérios prejuízos - certamente, irreversíveis - para a indústria calçadista nacional e setor têxtil, grandes empregadores, inviabilizando suas atividades. Talvez a Argentina - vide mercosul - possa nos ensinar a agir nessa situação. Agora vem a notícia - o Jornal Valor publicou - dando conta que a Suggar, fabricante de fogões, coifas e exaustores, acaba de importar 70 contêineres de eletrodomésticos portáteis. Resta então indagar:- O setor metalúrgico será a próxima vítima dos chineses ? Como ficarão os empregos brasileiros ? Vale a pena exportar produtos primários - minério e soja, para importar manufaturados - tecido, calçado e agora eletrodoméstico ? Por tudo isso, recomendo - reflita bem antes de votar !

DORMITANDO

A passagem deve ter ocorrido na década de 70, Abílio Nogueira Duarte cumpria o primeiro mandato de Prefeito Municipal de Assis. Certa feita, quando voltava de uma viagem à São Paulo, acompanhado de sua inseparável esposa Candoca (?), em veículo oficial, acabou se envolvendo em grave acidente rodoviário. Algum tempo depois, coube-me - então escrivão de polícia - reduzir a termo os depoimentos do casal Nogueira Duarte e do seu motorista, funcionário público municipal. Já não me lembro de outros detalhes do episódio. Apenas ficou o registro do senhor Abílio - certamente, com o propósito de não dificultar a defesa do condutor implicado no evento e, por outro lado, manter-se isento - dignou-se apenas informar que "dormitava" no momento acidente. Depois de três décadas, essa expressão ainda me acompanha como lembrança da figura expressiva, político combativo e administrador competente. Agora, diante de seu falecimento, novamente me ocorre e a utilizo como forma de homenagear o ilustre assisense - que "dormita" em sono sereno e definitivo.

Favorecimento do "Lulinha" - era preciso dar nome aos bois

Parabéns ! Já que a oposição, MP e Justiça não tomaram a iniciativa, coube à Veja dar nome aos bois. Pode ser chamado de favorecimento - ou também, tráfico de influência e/ou exploração de prestígio - mas não poderia findar o atual mandato presidente sem essa colocação e cobrança conveniente, oportuna e, portanto, legal. Atendendo ao gosto e prazer petista, seria também o momento de compararmos a atuação - nessa seara - do governo Fernando Henrique ou "tucano", como preferirem. Atentem para essas situações, por relevantes - o tesoureiro da campanha tucano, o banqueiro Vieira Andrade - para quem não se lembra - dono do Bamerindus, teve a sua rede bancária liquidada, isto depois da intervenção do Banco Central. O mesmo aconteceu com o Banco Nacional - propriedade dos netos do ex-presidente Fernando Henrique - fechado e seus diretores processados criminalmente. Ainda que não se consiga provar - embora haja, em tese, indícios de conduta criminosa do grupo do "Lulinha" - o enriquecimento, sem mérito, de Fábio Luiz deveria, no mínimo, causar algum tipo de constrangimento e indignação de seu pai Luiz Ignácio "Lula" da Silva, presidente da república, em vias de ser reeleito. Quanto a nós - simples eleitores - apenas mais um momento de perplexidade e apreensão, porém oportuno para justa reflexão sobre os destinos do país.

Parece que José Dirceu aprendeu a matar no peito

Acabo de ler que o advogado do ex-ministro José Dirceu ou se preferirem Carlos Henrique, ao seu dispor, admite que seu cliente conversou - por telefone - com o companheiro petista Jorge Lorenzetti, churrasqueiro do candidato / presidente, enquanto agiam para compra do Dossiê Vedoin. Parece que o ex-deputado Roberto Jefferson fez história quando mencionou que "matou no peito" - situação parecida - durante a campanha de Marta Suplicy, evitando que a crise alcançasse a figura da candidata. Agora, tudo indica que José Dirceu insinua querer "matar no peito" assumindo a iniciativa e coordenação da malograda compra do Dossiê Vedoin. O propósito é idêntico - proteger a candidatura de Luiz Ignácio, já que o assunto a todo momento resvala no gabinete e no partido do presidente da república. Realmente, de desafeto declarado, Roberto Jefferson passou a ser modelo de conduta para o ex-ministro e, ainda lider petista.

sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Por ora, o esforço do delegado da PF será em vão

A atribuição para conduzir inquérito policial sobre o acidente com o vôo 1097 - da Gol - será definida pela justiça. A polícia estadual e a polícia federal, como é sabido, pleiteiam a direção das investigações - primeira fase da persecução criminal - mesmo tendo a Polícia Civil, Ministério Público e a Justiça do Estado do Mato Grosso saído na frente. Ainda assim, o dedicado delegado Renato Sayão vem se empenhando na busca de subsídios para instruir o seu inquérito policial. Bateu às portas do Ministério da Aeronáutica e não foi bem recebido e, portanto, não obteve de imediato as informações que buscava. Socorreu-se do Ministério da Defesa e, pelo que se conhece do estamento militar, pouca coisa ou quase nada deve ter obtido. Agora anuncia que vai ouvir o técnico da Embraer. Um conselho - de quem já viveu experiências semelhantes - vai tocando o seu inquérito policial ouvindo as pessoas circunstantes, enquanto a aeronáutica realiza as suas lentas, demoradas e infindáveis investigações. Depois então - nunca antes de um ano - acabará recebendo uma cópia do relatório com o resultado dos trabalhos daquela comissão. Se tiver um pouco de sorte - as investigações da comissão de acidentes aeronáuticos - serão conclusivas, apontando o(s) responsável(is) pelo acidente. Com isso, finalmente, poderá fechar o seu inquérito - demonstrando a materialidade e apontando a autoria - com possibilidade até mesmo de promover o (os) indiciamento(s) da (s) pessoa(s) considerada(s) culpada(s) pelo evento. Tudo isso, com base no relatório da aeronáutica, cujo teor dificilmente poderá questionar - salvo se conhecer e dominar o assunto ou contar a PF com experts em acidentes aeronáuticos - não só pela falta de pessoal especializado, mas principalmente pelo espirito de corpo que domina a área. Então, delegado Sayão, não se amofine, aguarde a manifestação da justiça - as vezes poderá até se livrar dessa missão, quase impossível !

Capitão do time aparece quando o jogo está quase ganho

O petista Carlos Henrique ressurge das trevas. Durante o primeiro e até essa quadra da campanha presidencial, o ex-ministro preservou seu candidato e manteve-se no merecido ostracismo. Sabia, caso aparecesse em momento de disputa acirrada, o prejuízo do petismo seria irreversível. Chegou até ameaçar que iria percorrer o país pregando a injustiça que sofreu e, certamente anunciando alguma boa nova - por exemplo, a recuperação de seus direitos políticos por obra de manobra legislativa. Mas preferiu não se expor e, por conseguinte, evitar constranger seus antigos comandados. Agora, acreditando que o jogo está ganho, surge para prenunciar - mais um dos seus vaticínios - com a certeza de sua redenção político / criminal. Desta vez, criou a figura do constrangimento preventivo, quando colocou o Poder Judiciário em confronto com os eleitores do seu candidato. Não se emenda - continua a pregar a discórdia e defender a cizânia. Acaba se dando mal ou não ...

Ministro Pires, fala quando não quer

O pessoal já deve percebido. O ministro da defesa somente fala quando os militares não podem ou não querem prestar algum tipo de informação ou esclarecimento. Agora, por ocasião do acidente com o vôo 1097, o ministro Pires - reiteradamente - vem sendo colocado em cheque e nem sempre dispõe informações plausíveis a oferecer para a imprensa. Então, como bom político e nordestino, acaba apenas proferindo platitudes - ou, simplesmente oferece lugares comuns. Mas, quando o ministério da aeronáutica tem informação relevante, surge o brigadeiro do ar - com farda impecável e ar de superioridade - dispondo-se para entrevistas. Nos resta concluir que o ministro da defesa apenas fala quando não quer - ocasião em que serve aos seus comandados - aliás como todos os civis que se aventuraram nessa área.

quarta-feira, 18 de outubro de 2006

Talvez seja o momento de jogar às claras

O jogo do poder na maioria das vezes dissimula situações que passam despercebida pela maioria dos circunstantes. É público e notório - expressão muito utilizada por José Dirceu - que a Universidade Metodista de Piracicaba, assim como, o Instituto Educacional Piracicabano, como entidade mantedora, enfrentam sérias dificuldades administrativas (leia matéria publicada no Jornal de Piracicaba). Também é do conhecimento da população que a situação atual decorreu de procedimentos administrativos, alguns reconhecidamente equivocados, durante a gestão do reitor Almir de Souza Maia e do seu sucessor. Igualmente, não se pode esquecer que esse período, sucedeu a administração do Davi Ferreira Barros, que alijado da reitoria da Unimep, foi dirigir a Universidade Metodista de São Bernardo do Campo - com reconhecido sucesso. Agora, o piracicabano Davi, criado e formado pela Igreja Metodista de Piracicaba, retorna, desta vez para acumular a reitoria da universidade e a direção do IEP, como coordenador de toda área de ensino Metodista de Piracicaba. Auguramos sucesso ao novo dirigente e que sua gestão, que ora se inicia, seja profícua e consiga restabelecer a vocação educacional da Unimep e da sua mantenedora, dentro dos princípios que nortearam suas atividades por mais de um centenário. As dificuldades serão superadas, para orgulho dos piracicabanos !

Falta gás, falta dinheiro e falta vergonha

Na segunda-feira faltou dinheiro para depositar a restituição de 105 mil contruibintes do IR. Hoje os jornais noticiam que nos meses de setembro de outubro faltou gás para 6 das 11 usinas térmicas - setor elétrico está em alerta. A queda dos níveis dos reservatórios prenunciam dificuldades para geração de energia elétrica. E para piorar, o ítem vergonha desapareceu das prateleiras do governo petista.

Faltou dinheiro para os contribuintes

O chefe da Receita Federal não encontrou explicações para a omissão de 105 mil contribuintes no lote de restituições depositado ontem nos bancos. Assim, a única justificativa plausível seria a falta de dinheiro no caixa do governo federal. Será que a campanha presidencial esgotou os recursos disponíveis? Bem, é o nosso dinheiro que vai se esvaindo na compra de dossiês, governadores e apoios de toda ordem.

domingo, 15 de outubro de 2006

É hora de agir - PF vai acabar criando situação desfavorável ao PSDB

Vão esperar até quando ?! A Polícia Federal vem anunciando - a cada dia - que caminha para colocar no colo do PSDB a origem do Dossiê Vedoim e não vejo qualquer ação dos tucanos para coibir esse "estado de coisa". Em um momento a PF admite dificuldades para identificar a origem do dinheiro. No outro, revela que está perto de estabelecer o "elo tucano" com dossiê. Convenhamos, não é o momento de acreditar na "boa vontade", "disposição", "seriedade" e "boa-fé" da Polícia Federal. Já é hora do PSDB tomar a iniciativa de procurar a Justiça Federal, através de HC, para trancar esse inquérito policial - até que se restabeleça a sua direção, na busca da verdade real e não tergiversar "num-vai-e-vem" estranho. Acabo ficando indignado e vou cuidar da minha vida.

P/S Para quem não sabe, a Justiça Federal mantém corregedoria permanente sobre a Polícia Judicial - leia-se inquérito policial instaurado pela PF.

MARIONETES OU PARLAMENTARES

A figura da marionete todos nós conhecemos. Foi consagrada e tornou-se popular a partir do teatro infantil, onde - protegido por cortinas e sob o efeito de luzes - o verdadeiro artista / manipulador utilizando-se de cordonéis movimenta os seus bonecos, com muita habilidade, segundo seu script para realizar a encenação do quadro ou dança no rítmo desejado.

Para quem não conhecia, está aí descrito o perfil da grande maioria dos parlamentares brasileiros - ou melhor, das marionetes - que supõem nos representar compondo os poderes legislativos e executivos da república. No âmbito municipal, vamos encontrá-los nas câmaras de vereadores; nos estados, existem as pencas nas assembléias legislativas: e, no congresso nacional, em suas casas legislativas - os mais sérios e sizudos no senado, enquanto os deslumbrados, epivitados e, digamos, mais afoitos se aglomeram na câmara dos deputados. Em todos os níveis, sem exceção, encontraremos os manipuláveis - as marionetes - atados aos mais diferentes tipos de cordéis que os conduzem e orientam seus votos.

Sendo fruto da fantasia - evidente, que do seu criador e interessado no resultado da sua performance - o fantoche não dispõe de vida própria, muito menos pensam ou agem por sponte sua - tal qual o boneco - torna-se pela vida afora dependente afetivo e intelectual do cordelista, que o transveste segundo suas conveniências e oportunidades.

A origem dessa subserviência - além do desvio de caráter e disposição para o ilícito na busca de algum tipo benesse - pode ser encontrada no âmbito da submissão familiar; partidária; intelectual e social. Certa feita, o milionário Nelson Rockefeller em reunião famíliar anunciou sua disposição de candidatar-se ao governo do Estado de Nova York (ou seria prefeito?). Sua mãe, com a autoridade da matriarca, levantou-se e o questionou:- ?Filho ! Essa não era atribuição sempre dada a algum dos nossos empregados... ??

Certamente, o aristocrata decepcionado com a atuação de algum preposto - que tomado de vontade própria, soltara-se dos cordéis - resolvera conduzir pessoalmente as diretrizes do governo do seu estado, segundo suas regras e interesses.

Assim, a partir de um determinado momento, a iniciação e sucessão política passou a tomar como critério, a escolha pelos laços de sangue ou afinidade pessoal ou familiar - tal qual ocorria nas dinastias e sucessões imperiais - como forma de preservar os seus feudos políticos e áreas de influências.

A par disso, os empregados, prepostos e agregados - os ?bem-mandados? - através de associações de classe, sindicatos ou representando algum segmento social, tornaram-se personagens ativos e, até certo ponto, independentes para atuar sem o pejo da manipulação. Ainda assim, muitos ficaram reféns de idiossincrasias fruto da sua origem. Seu padrão de conduta mantém-se de alguma forma restrito ao figurino - ainda como marionetes - que lhe fora imposto.

Já os bem-nascidos, por não terem amassado barro, comido poeira e/ou enfrentado dificuldades maiores, acabam encontrando o prato pronto e passam a agir , simplesmente respondendo ao modelo oferecido pelo patrono - em geral, um ascendente expressivo - como se lhes faltasse disposição para o novo ou coragem para ousar com idéias que lhes fossem próprias - caso as tivessem.

Em muitos casos, o interesse individual - ganância e busca desmedida do poder - acaba orientando a atuação do político e movimenta suas ações exclusivamente no sentido da realização pessoal, desprezando qualquer sentido coletivo decorrentes de eventuais compromissos pretéritos.

Poucos são aqueles - podemos contá-los nos dedos - que se mantêm fieis às suas origens e preservam seus vínculos com as causas que abraçaram, mantendo postura honrada e digna, ainda que tentado pelo meio e circunstância que cercam o parlamento brasileiro. Alguns acabam sucumbindo e outros dispersam pela incompreensão dos seus eleitores.

Com isso, a atividade política nacional e a atuação individual dos parlamentares, governantes e administradores em geral, vão se realizando nesse imenso teatro, chamado Brasil - num faz-de-conta constante - que nos conduz a um ponto indefinido do futuro !

Todos os direitos reservados.