sábado, 30 de junho de 2007

Meirelles, do Banco Central - seria o candidato de Lula!

Evidente que os motivos que levam uma pessoa a enfrentar desafios, situações de risco e vicissitudes são infinitas. Como diria Lima Duarte, nosso eterno "Zeca Diabo", os recôndidos da alma humana guardam segredos insondáveis - talvez a vaidade seja o menos insondável. No caso de Henrique Meirelles, consagrado no mundo dos negógios - chegou a presidente de um grande banco americano - ao retornar para sua origem (?) foi consagrado como o deputado federal mais voltado pelo Estado de Goiás. Ainda assim, mesmo filiado e eleito pelo PSDB, não se quedou ao convite do presidente para compor o governo petista. Acredita-se que sua condição de economista (?), homem de negócios - certamente afeito a grandes desafios, situações de riscos e até mesmo vicissitudes - deve ter sopezado os prós-e-contras ao abandonar o mandato de deputado federal, desfiliar-se do partido político que o acolheu fornecendo-lhe a legenda, para enfrentar os desvãos que um governo de esquerda prenunciava. Não há como ignorar o seu despreendimento e até mesmo reconhecer no seu gesto como manifestação de civilidade e espírito publico - revelando sua disposição de contribuir com seu conhecimento e experiência profissional na busca da melhor administração da economia e finanças do país. Mas, de tudo isso, não podemos desprezar a sua vaidade pessoal e vontade de tornar-se um homem público reconhecido - por sua inteligência, capacidade e despreendimento pessoal, voltados para os interesses nacionais. Logo adiante, no transcorrer da sua administração frente ao Banco Central, ficava claro que impôs algumas condições de trabalho para aceitar o cargo - sendo aceitas, de forma incondicional, pelo presidente eleito. Ainda que tenha contato com ambiente externo favorável, num mundo globalizado e com peculariedades que favoreceram os países emergentes, o êxito da sua administração encontra-se indissociável do seu prestígio e capacidade gerencial. Então como entender a sua aceitação - ou, seria imposição ? - em participar de uma pantomina representada pela inoportuna, por contrapudente, discussão sobre a flexibilização da infração brasileira, sugerida pelo ministro Mantega. Sugere, que teria Henrique Meirelles, ao abandonar o mandato de deputado federal, apenas adiado seu projeto político - ou, simplesmente buscado um atalho - vislumbrando, diante do sucesso de sua administração, a possibilidade de ser o escolhido pelo petista para sucedê-lo na Presidência da República. Diante do quadro que se vislumbra e a falta de compromisso do atual presidente com os seus pares - aliado ao seu pragmatismo político - mesmo não contando com a simpatia do Partido dos Trabalhadores, que sempre o criticou e nunca reconheceu os seus méritos na condução do Banco Central, não haveria grande surpresa na candidatura situacionista do ministro Henrique Merelles, por mera conveniência e evidente falta de opção - pelo menos o petismo estaria representado pelo que houve de melhor no governo Lula!

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Avenida Carlos Botelho - cartão postal da cidade

Felizmente, o boulevard piracicabano está sendo recuperado - agora, repaginada a avenida Carlos Botelho deverá em breve readquirir o status de outrora. Bela iniciativa do poder público, logicamente haverá de contar com a participação da iniciativa privada e colaboração da comunidade. Fruto da invenção do urbanismo moderno, a avenida Carlos Botelho foi projetada para atender uma plêiade de cidadãos e suas famílias cultivadores do bem viver. As suas amplas pistas de rolamentos, com canteiro central florida onde se destacam as palmeiras, trazia em suas margens belas e confortáveis residências. O desenvolvimento trouxe os estabelecimentos bancários e uma rede expressiva de comércio - onde, os bons restaurantes foram se instalando e dando um novo significado ao local. Infelizmente, por um longo período, teve sua utilização desvirtuada pela presença maciça de frequentadores - de todas as espécies. Evidente que sua estrutura, dimensões e peculariedades não permitiam aquela situação - lamentavelmente, suas principais qualidades (organização, tranquilidade, sofisticação e principalmente a paz) sofreram solução de continuidade. Muitas famílias abandonaram seus imóveis, por não suportarem o vandalismo que ali imperou. Certo período, ainda no serviço público, cheguei a intervir - promovendo atuações do policiamento preventivo especializado e repressivo - inclusive sugerindo que seus freqüentadores, a maioria jovens, utilizassem as alamedas da rua do Porto como "point", mas a idéia e nem o trabalho policial prosperaram. Regozijo com a iniciativa e auguro que prospere, restabelecendo a boa qualidade de vida e o brilho do principal boulevar piracicabano - belo cartão postal da cidade.

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Renan aposta no recesso de julho

Enquanto, um grupo de senadores - até mesmo da base aliada - resistem a votar o relatório na Comissão de Ética, tentando como isso prolongar a agonia do Renam Calheiros, acabam fazendo o jogo do sagaz alagoano. Está evidente que - diante da resistência de companheiros da base aliada - o Presidente do Congresso quer mais é protelar a votação do parecer do relator. Como bom jogador, aposta no período de recesso, quando os parlamentares voltam para suas bases e refletem em contato com seus problemas caseiros, chegando a conclusão que as agruras enfrentadas por Renan não são estranhas ao cotidiano da maioria. Certamente, quando retornarem no mês de agosto voltarão a ser aglutinar na defesa do suposto infrator - se não por solidariedade, vale a pena se resguardar,
ninguém sabe o dia de amanhã. Ontem, foi o Collor - depois o Roberto Jefferson e o José Dirceu, agora o Renan - amanhã quem será?

segunda-feira, 18 de junho de 2007

Elio Gaspari - de informação ele entende

O jornalista Elio Gaspari, colunista do O Globo e autor da trilogia sobre a Revolução de 1964, traz na sua coluna de domingo (17/06) curioso comentário sobre "Vavá", irmão do Presidente da República. Percebe-se a clara disposição do jornalista corroborar com a defesa do indigitado mercador de prestígio ou torná-lo reconhecidamente ingênuo, como quis fazer crer o irmão-presidente. Para o colunista o vazamento de informações sigilosas sobre o episódio, em conta-gostas, superou o
serviço de informações dos governos militares. Há que se respeitar a opinião de Elio Gaspari, por ser ele profundo conhecedor dos meandros do SNI, cujo arquivo particular do do general Golbery chegou às suas mãos. Na época, não se percebia essa estranha relação de confiança entre o jornalista e o mentor do indigitado órgão - que tudo sabia ! Por ora, cabe indagar:- estaria Elio Gaspari criando laços de afinidades com o submundo do governo atual para outras retrospectivas - sobre o
malfeito ?

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Presidente quer tratamento isonômico para "Vavá"

O comportamento do Presidente da República, diante dos inúmeros escândalos envolvendo figuras proeminentes do seu governo, alcançou as raias do ridículo. Foram reiteradas as suas intervenções - desde a entrevista na França, onde admitia que o uso de caixa 2 pelos partidos políticos era prática comum e já vinha de longe - passando pelos flagrantes em que seus próceres Waldomiro Diniz, da Casa Civil e Maurício Marinho, dos Correios, quando surpreendidos em atos de corrupção explícita, sempre foram no sentido de ignorar os fatos. Por certo o envolvimento de figuras expressivas no âmbito do Poder Legislativo colaborou para levar as investigações para as calendas. No entanto, a leniência da imprensa e a tolerância da opinião pública - a primeira, por não levar as últimas conseqüências as denúncias de corrupção no âmbito do Governo Federal e a segunda, simplesmente por tolerar as enrascadas que o Presidente da República se envolveu, bastaria o episódio do seu filho, beneficiado por empresa concessionária de serviço público, para levá-lo a um processo de impeachment - foram decisivas para absolvê-lo, culminando com sua reeleição. Agora, diante do envolvimento de Genival, vulgo "Vavá", o Presidente da República vem a público, inicialmente afirmando não acreditar no envolvimento de seu irmão com o crime organizado. Depois, num arroubo de ousadia, defende "Vavá" - qualificando-o como ingênuo - e achando ser Genival apenas um peixe pequeno, diante do cardume de "tubarões" no mundo do crime organizado. Com essa postura, o Presidente da República novamente ignora a capacidade crítica do povo brasileiro e espera que seu irmão "Vavá" receba tratamento isonômico ao que recebeu quando a imprensa, o legislativo, o judiciário e o povo brasileiro relevaram os seus deslizes reputando-o um homem simples, com pouca instrução e incapaz de entender o caráter criminoso dos fatos que aconteceram à sua volta, ainda que envolvessem pessoas da sua confiança, do seu convívio, do seu partido e da sua família e sobre os quais tergiversou - isso, para dizer o mínimo!

terça-feira, 12 de junho de 2007

FAPI - não se emancipou aos 41 anos

Apenas para situar - deixei a cidade de Ourinhos antes do advento da FAPI. Ainda assim, tento me orgulhar quando é anunciada a realização desse mega-evento, que destaca a pujança da nossa cidade e o dinamismo da sua economia. Caso fosse um cidadão comum, o evento - ao ultrapassar a quadragésima edição - haveria de ter encontrado a sua autonomia econômico/financeira/administrativa. Enfim, passaria a viver por conta própria - às suas próprias custas. É sabido que Fapi dispõe de um belo recinto - Parque de Exposição - em área doada (?) para essa finalidade. Recentemente, tradicional família ourinhense doou terreno contíguo para abertura de uma ampla avenida, como forma de facilitar o acesso de veículos às suas dependências. Por outro lado, o seu corpo diretivo - sempre renovado por figuras expressivas do empresariado agroindustrial - vem acompanhando a Fapi desde a sua primeira edição. Infelizmente, dessas pessoas que alcançaram sucesso em suas atividades privadas - muitas se tornaram referência nacional em seus ramos de negócio - não conseguiram tornar a feira uma entidade autônoma e independente. É o caso das festas do peão de Barretos e da cidade de Limeira, dentre outras. Gostaria de estar equivocado, mas as tratativas entre o público e o privado, que antecedem anualmente as suas edições, onde o dinheiro dispendido pela municipalidade com o evento são colocados sem nenhum pudor, sempre em valores cada vez maiores, dão ensejo a certa promiscuidade. Nesses momentos, o administrador público apresenta-se premido pelas circunstâncias - ainda que relutasse, a voz do empresariado tem o seu peso e se impõe, por outro lado, a possibilidade de oferecer alguma diversão à população o agrada politicamente, tornando-o refém de uma situação instalada a mais de quatro décadas. Repito, caso fosse um quarentão, a Fapi seria taxada de fanfarrona ou comparada àquela figura típica de toda família - não trabalha e nem estuda - prefere viver às custas do pai, sem despender o mínimo esforço. Ainda assim, esperamos que os diligentes empresários que se orgulham de promover o tradicional evento, com sua inteligência e perspicácia, haverão de encontrar meios de emancipar e tornar a Fapi autônoma para que consiga, com seus próprios e exclusivos meios, realizar suas feiras sem precisar assacar contra os cofres da municipalidade - combalidos por natureza !

Todos os direitos reservados.