quinta-feira, 14 de junho de 2007

Presidente quer tratamento isonômico para "Vavá"

O comportamento do Presidente da República, diante dos inúmeros escândalos envolvendo figuras proeminentes do seu governo, alcançou as raias do ridículo. Foram reiteradas as suas intervenções - desde a entrevista na França, onde admitia que o uso de caixa 2 pelos partidos políticos era prática comum e já vinha de longe - passando pelos flagrantes em que seus próceres Waldomiro Diniz, da Casa Civil e Maurício Marinho, dos Correios, quando surpreendidos em atos de corrupção explícita, sempre foram no sentido de ignorar os fatos. Por certo o envolvimento de figuras expressivas no âmbito do Poder Legislativo colaborou para levar as investigações para as calendas. No entanto, a leniência da imprensa e a tolerância da opinião pública - a primeira, por não levar as últimas conseqüências as denúncias de corrupção no âmbito do Governo Federal e a segunda, simplesmente por tolerar as enrascadas que o Presidente da República se envolveu, bastaria o episódio do seu filho, beneficiado por empresa concessionária de serviço público, para levá-lo a um processo de impeachment - foram decisivas para absolvê-lo, culminando com sua reeleição. Agora, diante do envolvimento de Genival, vulgo "Vavá", o Presidente da República vem a público, inicialmente afirmando não acreditar no envolvimento de seu irmão com o crime organizado. Depois, num arroubo de ousadia, defende "Vavá" - qualificando-o como ingênuo - e achando ser Genival apenas um peixe pequeno, diante do cardume de "tubarões" no mundo do crime organizado. Com essa postura, o Presidente da República novamente ignora a capacidade crítica do povo brasileiro e espera que seu irmão "Vavá" receba tratamento isonômico ao que recebeu quando a imprensa, o legislativo, o judiciário e o povo brasileiro relevaram os seus deslizes reputando-o um homem simples, com pouca instrução e incapaz de entender o caráter criminoso dos fatos que aconteceram à sua volta, ainda que envolvessem pessoas da sua confiança, do seu convívio, do seu partido e da sua família e sobre os quais tergiversou - isso, para dizer o mínimo!

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