domingo, 29 de março de 2009

A morte do "doutor Gastão", há que se lamentar!

Em meio à alegria de receber a visita do casal Jarbas de Souza Júnior e Jane Arantes de Souza, nossos diletos e queridos compadres - em mão dupla - moradores da cidade de Assis, veio a triste notícia da morte do estimado doutor Luiz Gastão Xavier, delegado de polícia-aposentado, deixando sua dedicada esposa Mirian e filho Luiz Paulo. Lembro que aportamos praticamente juntos na Seccional de Polícia de Assis, no início da década de 70 - ele chegou um poucos antes. Típico paulistano quatrocentão, sãopaulino de quatro costado, filho de dono de Posto de Gasolina na rua da Consolação, foi revisor no "Estadão" e trabalhou no Fórum João Mendes, onde angariou a amizade e estima de grandes juristas da estirpe do doutor Sebastião Amorim, presidente da APAMAGIS e do desembargador Celso Luiz Limongi, ex-presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, não encontrou qualquer dificuldade para se inserir na comunidade assisense. Gostava de contar que realizou o curso de direito viajando semanalmente para a cidade de Pouso Alegre, no Estado de Minas Gerais, como forma de nos incentivar a estudar. Logo depois alcançava o cargo de delegado de polícia, que exerceu por décadas com retidão, sem qualquer deslizes e com o respeito de seus pares e da comunidade. Suponho que a cidade de Assis foi sua primeira e única sede de exercício - embora tenha trabalhado praticamente em todas as cidades da região, talvez tenha guardado especial carinho pela acolhedora Ibirarema, onde fez história na companhia do seu fiel escudeiro Pedro Camacho, eterno escrivão de polícia daquele município. Evidente que, além dos plantões e rotina de trabalho na delegacia, foi o futebol que nos aproximou - já contei aqui do primeiro campeonato de futebol de salão no GEMA - ele era o nosso artilheiro, mas pegou no gol quando me machuquei. Nas tardes de sábado, podia contar com sua carona, para o futebol na Chácara do pessoal do Posto Fiscal, depois o "Décio Formigão" comprou, mas o espaço continuou comunitário. Mais adiante foi dele o incentivo para prestar vestibular e depois de completado o curso de direito vibrou como poucos pela minha ascensão profissional. Tornou-se então freqüentador assíduo do futebol no campo da Delegacia de Polícia de Palmital, onde dispunha de lugar cativo - em geral, Luiz Paulo ficava brincando com meus filhos, guardamos fotos dessa convivência. Sempre responsável e criterioso na atividade policial, mas no futebol, como na vida, levava o dia-a-dia sem atropelo e com alegria - com ele não havia tristeza. Embora saiba da prolongada enfermidade que o acometeu, aqui em casa, todos lamentamos a morte do inesquecível e estimado amigo "Dr. Gastão" - cada um lembrando a seu modo das deliciosas passagens que sua convivência nos proporcionava. Suponho que seus pais foram sepultados em jazigo da família no Cemitério do Araçá, em São Paulo ( acompanhei o sepultamento do seu pai ) mas Luiz Gastão - tratamento que tomo emprestado de sua esposa - preferiu continuar morando em Assis, onde
viveu por mais de três décadas, deixando seu legado de servidor público honrado, cidadão prestante e um exemplo de vida digna, ao povo da cidade que adotou como sua terra. Agora, nos resta relembrar com saudade da figura inesquecível e transmitir para a zelosa e dedicada Miriam, com todo respeito e admiração, e a seu filho Luiz Paulo, os nossos sinceros sentimentos, na forma dessas lembranças!

domingo, 22 de março de 2009

Defesa técnica foi abandonada

Outros já o fizeram e não foram punidos ! Esse passou a ser o mantra utilizado, particularmente pelos políticos e administradores, quando de forma canhestra, tentam justificar seus desmandos e atos de improbidade e deslavada malversação do dinheiro público. É bom lembrar que essa estratégia não foi criada pelo atual governo - basta lembrar do "ladrão de porco", surpreendido levando o produto do crime às costas, repeliu a acusação alegando; "quem colocou esse animal na minhas costas" - mas, certamente, foi no episódio do "mensalão petista" que essa estratégia foi consagrada. Inicialmente coube ao presidente petista, quando indagado sobre o episódio, afirmar "não saber de nada" - lembram-se da mal justificada entrevista concedida num gramado "parisiense" - sugerem que foi iniciativa do seu antigo Ministro da Justiça e conhecido criminalista. Logo depois encontrando precedente da prática da mesma modalidade delituosa nas hostes do PSDB mineiro - até então não denunciado, tampouco investigado - a patética, por esdruxula e desprovida de qualquer fundamentação jurídica e ausência de exercício intelectual, acabou adotada como estratégia de defesa de qualquer "aloprado". Evidente que o argumento do "ladrão de porco" não foi suficiente para livrá-lo da prisão, por indispensável a defesa técnica com fundamentação fática e de direito. Lamentavelmente a estratégia petista de que outros já o fizeram e por isso não há que se recriminar o malfeito - "mensaleiros", "aloprados", "invasores de terra", etc - de fácil assimilação popular, continuará servindo aos propósitos de um governo perdulário e disposto a perpetuar-se no poder, ainda que ofenda as regras básicas de gestão, respeito com o erário e, principalmente, com a nossa inteligência!

sexta-feira, 20 de março de 2009

Dilma - o projeto é o mesmo

O projeto de emplacar o nome da ministra Dilma Rousseff, como candidada em 2010, é 0 mesmo que o PT empregaria caso José Dirceu, seu companheiro de armas não tivesse caído em desgraça. Até a origem de ambos - no movimento estudantil - é idêntica, salvo a aversão de Carlos Henrique pelo confronto. Ele sempre preferiu a dissimulação e emprego de meios / estratégia que beiram a manipulação de correntes contrárias a seus propósitos. Enquanto Dilma personifica o voluntarismo próprio dos déspotas - figuras recorrentes em sua formação política e trajetória inconseqüente de luta. Portanto, a estratégia é a mesma, fixar o nome do candidato de plantão a todo custo, como forma de viabilizar uma candidatura, de outro modo, fadada ao fracasso. A personalidade de ambos é marcada pela ausência de carisma e liderança inconteste - característica indispensável ao modelo populista de governo petista. Além da dificuldade da ex-guerrilheira perfilar como amante da concórdia e submeter-se às agruras das limitações do poder, leia-se concessões políticas / partidárias impostas pela democracia. Em comum a convivência com a ilegalidade, mas certamente o figurino talhado para José Dirceu ou Carlos Henrique não caia bem no perfil prussiano, bem menos delgado, da ministra Dilma ou da combatente Stella.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Presídio, presente de grego

Caso não houvesse junções políticas e outras - tipo, troca de gentilezas, incluindo a concessão de título de cidadania ao Secretário da SAC - fosse a escolha racional e eminentemente técnica o município de Bernardino de Campos não teria sido escolhido para sediar o presídio regional. Supondo que o primeiro critério seria a existência de órgão judiciário provido de meios e pessoal para agilizar a execução penal de centenas, talvez um milhar de condenados, de forma a atender a lei e o direito dos presos, inclusive exercendo efetivo controle externo do estabelecimento prisional. Por certo, Bernardino de Campos não atende nem mesmo o primeiro e fundamental requisito. Depois seguem a necessidade de equipamentos de segurança pública, indispensáveis para dissuadir invasões e rebeliões e outros, como imóveis residenciais disponíveis e unidade hospitalar para atender a inevitável demanda. Com essas considerações, ainda que o prefeito de Bernardino de Campos não vislumbre problemas para seu município, assiste razão aos demais prefeitos dos municípios limítrofes, pois certamente sofrerão com o rescaldo desse ônus. Numa avaliação isenta e tecnicamente correta, fica evidente que as primeiras opções seriam as cidades de Ourinhos, Piraju e Santa Cruz do Rio Pardo, principalmente a primeira que já sedia unidades policiais - Batalhão PM, Corpo de Bombeiros e Seccional da Polícia Civil - conta com Fórum Criminal provido de juízes efetivos, além de dispor de equipada rede hospitalar, além de diversos núcleos residenciais em condições de atender os novos funcionários públicos e eventuais familiares de presos. Por último, a facilidade de deslocamento dos presos, já que em maior número estariam vinculados a processos na sede da Jurisdição.

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