terça-feira, 12 de junho de 2007

FAPI - não se emancipou aos 41 anos

Apenas para situar - deixei a cidade de Ourinhos antes do advento da FAPI. Ainda assim, tento me orgulhar quando é anunciada a realização desse mega-evento, que destaca a pujança da nossa cidade e o dinamismo da sua economia. Caso fosse um cidadão comum, o evento - ao ultrapassar a quadragésima edição - haveria de ter encontrado a sua autonomia econômico/financeira/administrativa. Enfim, passaria a viver por conta própria - às suas próprias custas. É sabido que Fapi dispõe de um belo recinto - Parque de Exposição - em área doada (?) para essa finalidade. Recentemente, tradicional família ourinhense doou terreno contíguo para abertura de uma ampla avenida, como forma de facilitar o acesso de veículos às suas dependências. Por outro lado, o seu corpo diretivo - sempre renovado por figuras expressivas do empresariado agroindustrial - vem acompanhando a Fapi desde a sua primeira edição. Infelizmente, dessas pessoas que alcançaram sucesso em suas atividades privadas - muitas se tornaram referência nacional em seus ramos de negócio - não conseguiram tornar a feira uma entidade autônoma e independente. É o caso das festas do peão de Barretos e da cidade de Limeira, dentre outras. Gostaria de estar equivocado, mas as tratativas entre o público e o privado, que antecedem anualmente as suas edições, onde o dinheiro dispendido pela municipalidade com o evento são colocados sem nenhum pudor, sempre em valores cada vez maiores, dão ensejo a certa promiscuidade. Nesses momentos, o administrador público apresenta-se premido pelas circunstâncias - ainda que relutasse, a voz do empresariado tem o seu peso e se impõe, por outro lado, a possibilidade de oferecer alguma diversão à população o agrada politicamente, tornando-o refém de uma situação instalada a mais de quatro décadas. Repito, caso fosse um quarentão, a Fapi seria taxada de fanfarrona ou comparada àquela figura típica de toda família - não trabalha e nem estuda - prefere viver às custas do pai, sem despender o mínimo esforço. Ainda assim, esperamos que os diligentes empresários que se orgulham de promover o tradicional evento, com sua inteligência e perspicácia, haverão de encontrar meios de emancipar e tornar a Fapi autônoma para que consiga, com seus próprios e exclusivos meios, realizar suas feiras sem precisar assacar contra os cofres da municipalidade - combalidos por natureza !

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