sábado, 4 de novembro de 2006

Procurador Geral entra no jogo

A princípio, era apenas o presidente da república - depois vieram o ministro da justiça e o diretor da polícia federal - proclamando que nunca antes se investigou tanto e a todos. A expressão tornou-se mantra do governo petista. Agora, surge o procurador-geral Antonio Souza aderindo ao mesmo discurso. É lamentável, mas não totalmente descabido - pode-se até mesmo justificar - já que foi nomeado pelo atual presidente e seu mandato está em vias de ser renovado ou não. Sua afirmação chega a ser leviana, por não levar em conta que outras áreas de atuação do ministério público e da justiça vêm obtendo resultados - cada vez mais expressivos. Tome-se por conta o número de presos encarcerados - certamente, não estão nas cadeias e penitenciárias por sponte sua - foram ali colocados pela ação das policiais (estaduais, federal e guardas civis municipais), depois pelo mp e por último do poder judiciário. Evidente não se tratar de nenhum fenômeno e muito menos intervenção (ou seria intuição ?) do petismo. Advém, isto sim, do aperfeiçoamento da democracia brasileira e das instituições que a compõem - aliada ao descaramento dos atuais governantes, que abandonaram qualquer tipo de constrangimento ou medida, para investirem contra as regras democráticas e o tesouro nacional. Quando a criminalidade escancara fica mais fácil detectar e reprimi-la. O douto procurador poderia rememorar os casos mais expressivos - que coube a ele encaminhar para apreciação do poder judiciário - sempre com os envolvimento de altos próceres petistas. Também não poderia ter esquecido da introdução de novos instrumentos legais - evidente, que aperfeiçoaram e tornaram mais eficazes o aparelhamento do Estado na realização da persecução criminal. Até mesmo o advento da telefonia celular e sua expansão tornaram a conduta criminosa mais vulnerável à ação do poder público -
por permitirem escuta e rastreamento das ligações. Há que se reconhecer a incisão do ministério público - atuando sem muito alarde e com mais eficiência - mas não devemos esquecer da manipulação, no período anterior, desse importante órgão por figuras extravagantes e sempre ligadas (quando não comprometidas) com esse mesmo grupo que hoje detém o poder da república, felizmente muitos deles já desmascarados e processados criminalmente.Seria bom continuar vendo o doutor Antônio de Souza atuando com serenidade e objetividade que marcaram sua gestão à frente da Procuradoria Geral da República, sem precisar vincular os bons resultados alcançados com o governo petista, salvo para revelar algumas passagens ainda não desnudadas.

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