sexta-feira, 20 de outubro de 2006

Por ora, o esforço do delegado da PF será em vão

A atribuição para conduzir inquérito policial sobre o acidente com o vôo 1097 - da Gol - será definida pela justiça. A polícia estadual e a polícia federal, como é sabido, pleiteiam a direção das investigações - primeira fase da persecução criminal - mesmo tendo a Polícia Civil, Ministério Público e a Justiça do Estado do Mato Grosso saído na frente. Ainda assim, o dedicado delegado Renato Sayão vem se empenhando na busca de subsídios para instruir o seu inquérito policial. Bateu às portas do Ministério da Aeronáutica e não foi bem recebido e, portanto, não obteve de imediato as informações que buscava. Socorreu-se do Ministério da Defesa e, pelo que se conhece do estamento militar, pouca coisa ou quase nada deve ter obtido. Agora anuncia que vai ouvir o técnico da Embraer. Um conselho - de quem já viveu experiências semelhantes - vai tocando o seu inquérito policial ouvindo as pessoas circunstantes, enquanto a aeronáutica realiza as suas lentas, demoradas e infindáveis investigações. Depois então - nunca antes de um ano - acabará recebendo uma cópia do relatório com o resultado dos trabalhos daquela comissão. Se tiver um pouco de sorte - as investigações da comissão de acidentes aeronáuticos - serão conclusivas, apontando o(s) responsável(is) pelo acidente. Com isso, finalmente, poderá fechar o seu inquérito - demonstrando a materialidade e apontando a autoria - com possibilidade até mesmo de promover o (os) indiciamento(s) da (s) pessoa(s) considerada(s) culpada(s) pelo evento. Tudo isso, com base no relatório da aeronáutica, cujo teor dificilmente poderá questionar - salvo se conhecer e dominar o assunto ou contar a PF com experts em acidentes aeronáuticos - não só pela falta de pessoal especializado, mas principalmente pelo espirito de corpo que domina a área. Então, delegado Sayão, não se amofine, aguarde a manifestação da justiça - as vezes poderá até se livrar dessa missão, quase impossível !

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