Algumas dúvidas sobre o Legacy e seus ocupantes
O acidente aeronaútico envolvendo o vôo 1907, Boeing da Gol e o Legacy, fabricado pela Embraer, acabou envolvido numa rede de versões desencontradas - e, por conseguinte não conclusivas. O pomo da controvérsia, mesmo não desconsiderando as 154 mortes, reduziu-se ao funcionamento ou não do aparelho denominado transponder, responsável pela transmissão de dados do jato executivo. Embora confesse a minha ignorância em assuntos relacionados com a aviação, ouvindo, lendo e observando as discussões acabei ficando envolvido pela polêmica. Com esse interesse, sugiro que seja considerada a possibilidade do transponder, embora ligado, estar funcionando, mas por algum motivo. em stand- bye. Seu barulho incomodava a conversa ou o cochilo dos ocupantes. Enquanto isso, o piloto, co-piloto e passageiros, aí incluindo o repórter americano, do Legacy poderiam muito bem estarem envolvidos em animado "papo". Entre as histórias e experiências do profissional de imprensa, a conversa - certamente, animada por alguma bebida, até mesmo enérgico - acabou enlevando a todos. Nessas condições, transpuseram o eixo monumental, sem observar que sobrevoavam Brasília, com suas construções exuberantes. Depois alcançaram a região amazônica - e, da mesma forma ignoraram suas belezas naturais. Somente recobraram a atenção quando o Legacy bateu contra o Boeing. Ainda assim, alegam em uníssono, que não relacionaram de imediato o impacto com acidente envolvendo outra aeronave. No mínimo intrigante essa postura ! Nesses casos, o exame toxicológico não seria desprezível - muito pelo contrário, uma providência recomendada. Apenas dois ou três dias depois, nas dependências da aeronaútica no Rio de Janeiro, os pilotos foram examinados. A providência seria de praxe, ainda na Base Área da Serra do Cachimbo - poderão alegar, não havia recursos para realizar o exame, mas a simples a coleta de sangue seria suficiente para preservar o quadro clínico do piloto, co-piloto e passageiros do Legacy. Também não foi mencionada, muito menos descartada, a existência de bebida alcoólica ou garrafa vazia no interior do avião executivo. Diante das circunstâncias, seriam medidas consideradas de rotina em situação como essa - ainda mais quando resultado foi letal para 154 pessoas.
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