quarta-feira, 16 de agosto de 2006

SEDE?! - "SÓ SE FOR NO CÍRCULO CENTRAL"

Como homenagem ao titular deste espaço - o conterrâneo Osvaldo Perino, nosso bom "Goiaba" - filho do "Duia" e da. Zuleica, irmão do "Mingo", e sobrinho do Bento e do "Ditinho" - este meu parceiro de snoocker, vou tentar recuperar, na forma de reminiscência, algumas passagens, pessoas e fatos relacionados com o Clube Atlético Ourinhense - ou seria Esporte Clube?

Por não dispor da mesma verve, capacidade de ironizar e criatividade do engenheiro Osvaldo e, nem mesmo manter maior afinidade com as cores "vermelho e branca" - embora tenha participado de sua equipe juvenil, o técnico era Ignácio, um zagueirão que passou pelo clube - vou me aventurar a uma seara muita bem dominada pelo amigo.

Corria a segunda metade da década de 1950, o Ourinhense com seu belo estádio - "Pequeno Maracanã da Alta Sorocabana" - certamente saia do período mais brilhante de sua história. Quando a equipe, com grandes craques, como Cecy, Anibal, Ferrari, "Teco Cury" e outros, chegou a golear o Fluminense - passagem aqui já lembrada por por Perino - no seu apogeu.

Diante das imensas dificuldades enfrentadas - as lideranças e patrocinadores daquela equipe - acabaram desistindo da empreitada. O alto custo e empecilhos de toda ordem, tonaram inviável o projeto de manter um time de alto nível na cidade.

Sua direção passou a priorizar a área social. Até então nenhum clube da cidade dispunha de piscina. Apenas o Diacui mantinha um clube naútico. Foi o Ourinhense quem ofereceu a primeira piscina para seus associados, graças ao denodo do dirigente Nilo Ferrari, mesmo liderando uma grande empresa, encontrava tempo para - pessoalmente - vender os títulos e, ainda cobrar as parcelas e mensalidades dos novos associados que acreditavam na realização do projeto.

Foi desse mesmo dirigente que ouvi a expressão - SEDE?! - "só se for construida no círculo central do campo!" - que deu nome a esse texto.

Lembro, ainda menino vivia acompanhando o senhor Aristides Sampaio - meu patrão na Torrefação de Café Santo Antônio - mineiro, homem sério e valente, também abnegado pelo futebol ourinhense, em suas andanças pelos estádios da cidade ou seguindo times em viagens pela região.

Ao final de uma partida em seu estádio, onde time "vermelho e branco" mais uma vez frustava sua torcida. Enfrentando a esquadra do Derac de Itapetininga, deixava de se classificar para outra fase da competição.

Diante do estádio vazio, restou à beira do bar improvisado, um grupo de dirigentes e simpatizantes tomando cerveja - eu, apenas guaraná - e conversando sobre o destino do clube e do seu time de futebol. Ali estavam representadas, as famílias Ferrari. Cury, Mory - além de outras figuras proeminentes da sociedade ourinhense, como Fiuza, "Luizinho Seleiro" e o Aristides Sampaio.

Com a piscina pronta e funcionando - com sucesso e muito bem frequentada - um dos presentes sugeriu que o futuro da agremiação dependia da construção de uma bela e sofisticada sede social, nos moldes da existente no Clube Recreativo.

Na condição de presidente do Conselho Deliberativo e com a experiência acumulada na direção do futebol profissional e depois levando - praticamente sozinho - as obras das piscinas, tornando-as uma realidade, o Nilo Ferrari com a autoridade que seu cargo permitia redargüiu:-

--"Estou de acordo, concordo com a idéia e me disponho a obter aprovação do Conselho Deliberativo. Voltando-se para o gramado, concluiu: desde que a sede seja erigida no círculo central do campo de futebol !"

Com isso, a visão do empresário revelava disposição em evitar que - mais adiante - o patrimônio do Clube Atlético Ourinhense fosse comprometido com a implementação de novos projetos no âmbito do futebol profissional, cuja falência vem se manifestando na grande maioria das agremiações do gênero.

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