terça-feira, 22 de agosto de 2006

Habemus Deinter !

Mais uma vez a cidade de Piracicaba se vê agraciada com a criação de importante órgão no âmbito da Secretaria da Segurança - em particular afeto à Polícia Civil. Anteriormente, já tivemos a experiência - não muito exitosa - de sediar a Delegacia Regional de Polícia. Para não criarmos falsa expectativa e muito menos creditarmos, de forma precipitada, essa medida, como realização de políticos afoitos em nossos votos, seria bom levarmos em consideração alguns aspectos. Em geral, iniciativas dessa natureza surgem em momentos de crise na área da Segurança Pública. Não é segredo que, nos dias de hoje, vivenciamos fatos de violência desmedida, sem qualquer parâmetro, que pouco nos diferem de outros países em longa convulsão social. Por outro, sabemos que não basta a simples homologação de um ato governamental e as festividades decorrentes de sua criação. Lembramos que a Delegacia Regional, que aqui funcionou por mais de dez anos, não conseguiu implantar - de forma efetiva - todas as dependências, serviços e atividades, previstas em sua estrutura funcional, por falta de meios e pessoal. Nem mesmo prédio compatível conseguiu alocar - não estamos falando de imóvel próprio. Nesse aspecto é oportuno registrar, que a Polícia Civil perdeu nos últimos anos importante área e o prédio - da antiga cadeia pública. O prejuízo foi imenso é irreparável, já que rompeu a continuidade da área que lhe pertencia - na rua São José, inviabilizando futuras construções no local, inclusive para sediar o órgão agora criado e suas dependências. Não venham nos dizer que sua destinação - como centro de ressocialização - foi apropriado, por que não o foi. Por se tratar de importante unidade voltada, como sua própria denominação expende, para a ressocialização do preso condenado, exigia uma área bem mais ampla, onde se pudesse desenvolver considerável número de atividades de laborterapia. Agora, o Governo Estadual mais uma vez nos oferece essa panacéia! Como da vez anterior, certamente a administração municipal será chamada a viabilizar a implantação do Deinter oferecendo-lhe um imóvel adequado. Mais ou menos nos moldes daquele escolhido pela Polícia Federal - com aluguel acima de R$5.000,00. Embora afastado do cotidiano da Polícia Civil, não é difícil antever que para o funcionamento - mesmo precário desse órgão - será preciso dispor, de imediato, de um número considerável de delegados e pelo menos um número quatro vezes maior de funcionários. Estes das mais diversas séries de classes - escrivães, investigadores, agentes, auxiliares de serviços e outros. Recentemente, no transcorrer do mês julho, este jornal noticiava a carência de delegados na cidade - já que seis, quase a metade das autoridades policiais disponíveis, estavam de férias. Assim, por mais prestígio que o diretor recém nomeado possa ter - inclusive político, já que há mais de uma década vinha atuando em outras áreas da administração pública - não se pode acreditar que as dificuldades e carências da Polícia Civil em nossa cidade venham a ser supridas, como num passe de mágica, e que sua atuação encontre a eficiência esperada pelas comunidades sob a influência de Piracicaba. Ainda assim, saudemos "habemus deinter "!
(Jornal de Piracicaba - 23/08/2006)

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Dr. Noel.

Grande figura humana e agora, além de outras qualidades, enveredando brilhantemente pelo jornalismo político e com grande desenvoltura. (Não era de se estranhar). Alguns de seus artigos têem saído no JP com grande espectativa, a nova carreira promete.

Doutor, na Xá.ka.ra, em recente pesquisa e com a casa cheia, deu Alkimin em 100% (pesquisa do Instituto Francis Delgas - nosso churrasqueiro madel@terra.com.br ). Entretanto, o que vai decidir as eleições são, os mais ou menos 30% dos petistas (religiosos fanáticos do partido) e mais uns 20% do Norte do país que recebem as beneces do atual governo.

Doutor acho muito difícil reverter o quadro, mas vamos tentar.

Jota Be

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