Autoridades de verdade !
Nesta quadra da vida nacional, particularmente na seara paulista, assistimos apreensivos - num misto de medo e indignação - a tomada de nossas cidades pela violência, decorrente da criminalidade desenfreada. Garro então a lembrar, durante os quinze anos vividos em Assis, de alguns agentes públicos, que agiam nos limites do poder que a lei lhes conferia. Alguns tornaram-se persona non grata, em razão a forma correta e firme que exerciam seu mister. Me ocorrem os nomes de dois soldados - policiais de trânsito - Bezerra e Plínio Mazon. O Sd. PM Bezerra, homem calmo e de bons modos, era implacável na aplicação do Código Nacional de Trânsito e seu Regulamento. Conhecia as regras contidas naqueles diplomas legais como poucos. Certa feita, o questionei sobre a conduta dos motociclistas - e olhe que ainda não haviam os motoboys - que já ultrapassavam pelo lado direito. Invocou determinado dispositivo que permitia aos condutores de veículos providos de duas rodas agissem daquela forma, desde que o fizessem somente em deteminadas situações. Quanto ao Sd. Plínio, meu amigo, pai do André - colega de escola do Noel Jr. - mesmo se conduzindo com a mesma retidão e responsabilidade, agia com mais tolerância e sua presença de espírito o diferenciava dos demais. Certa feita, ao abordar um condutor que realizara uma manobra indevida e estacionara seu veículo de forma irregular, apresentou-se e ao solicitar os documentos, ouviu:- "Eu sou juiz de direito !" Pois não excelência, eu sou o Sd. Plínio, de serviço no policiamento de trânsito". E repetiu:- "Por favor os documentos do veículos e sua CNH !" Diante da postura cortez e educada, mas inflexível do policial. O ilustre magistrado, recém chegado na comarca, teve que se curvar à ação legal e legítima do policial, investido naquele momento, de atribuições da autoridade de trânsito. Logicamente, que o desfecho ficou por conta da sabedoria - inata - daquele policial. Exemplos de homens e profissionais, dignos de serem lembrados!
(Diário de Assis - 24/08/2006)
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