quinta-feira, 17 de agosto de 2006

CONTANDO HISTÓRIAS DO GERB

Certamente as atividades do Grêmio Estudantil "Rui Barbosa" - GERB - do Ginásio Estadual e Escola Normal e depois Instituto de Educação "Horário Soares", já foram objeto de prosas e versos, sendo seus inúmeros feitos destacados pelos estudantes que os vivenciaram, registrando episódios memoráveis ao longo de sua história.

A disposição acima, para uma pessoa que nunca estudou no antigo Instituto de Educação "Horácio Soares" e, portanto, não teve a experiência de pertencer ao GERB, deve soar, no mínimo, como ameaça ou escárnio.

Acontece que desde garoto freqüentei as dependências daquela escola - minha avó Pedrina morava perto. Não haviam obstáculos para se alcançar o seu campo de futebol - acreditem, havia um campo gramado, nos fundos do colégio - quadra e demais áreas externas.

Costumava assistir as aulas de educação-física do professor Silas Moraes, era curiosa a sua forma de fazer as chamadas - a parede do vestiário era numerada e os alunos se postavam na frente do seu respectivo número. O professor caminhava diante dos alunos e, simplesmente, lançava falta aos números vagos. Depois fornecia uma bola de futebol para a tradicional pelada.

Também aproveitava para "espiar" as normalistas - com seus shorts comportados, com elástico nas pernas - exercitando-se na quadra de saibro, sob a orientação da professora Mirian Moraes, uma esportista de qualidade.

Certa manhã de um dia normal, fomos alertados pelo espoucar de fogos de artifício - apenas comum naquele horário, quando da chegada do trem pagador. Curiosos, acorremos à estação ferroviária, onde deparamos com os atletas do GERB sendo recepcionados por familiares, estudantes e pessoas comuns do povo.

Eram os nossos heróis! Representando o Grêmio Estudantil "Rui Barbosa" acabavam de conquistar uma disputa de futebol, de âmbito estadual. Particularmente, trago fixado na memória os nomes de Xanxã, nosso goleiro que adotei como exemplo; Luiz Sério, filho do chefe da estação, Shigeo, habilidoso canhoto, da família Suzuki, verdadeiros craques. Se não me engano, todos pertenciam ao time da Shell, então o melhores juvenis da cidade.

Outro feito memorável promovido pelo pessoal do GERB foi a greve no Cine Ourinhos, em protesto pela elevação do preço da entrada. Pontuavam as lideranças do Jefferson Del Rios, do meu irmão Aureliano, dos Zanoni, dos irmãos Péricles e Percival Coopieters. Yukio Maeda, Levy Fagá e outros jovens vibrantes e participativos.

Tão logo as bilheterias se abriam, eram organizadas "filas bobas" - que giravam em torno dos guichês, com intuito de impedir que possíveis expectadores se aproximassem para adquirir ingressos.

Surgiu então um casal - o rapaz era de uma família tradicional no ramo de transporte de carga - disposto a "furar a greve" e entrar para assistir a sessão. A polícia e a gerência do cinema garantiram a entrada de ambos.

Frustrados e indignados com o comportamento do casal, os estudantes se postaram defronte ao cinema e, ao término da sessão, quando o casal deixava as suas dependências, passaram a ser alvo de ovos e tomates, arremessados por habilidosos jogadores de basquete, bocha e beisebol.

Mesmo não sofrendo ferimentos, já que a intenção era apenas desmoralizá-los, a moça e o rapaz precisaram do socorro do delegado Hélio Galvão, que se abraçou a ambos e garantiu a retirada com segurança. Apenas não conseguiu evitar as manchas de ovos e tomates em seus cabelos e roupas.

Esses episódios marcaram uma época da minha cidade - boa ou má, dependendo de que lado você estava - mas sobre os quais regozijo de tê-los vivido e guardado essas recordações!

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