sexta-feira, 3 de março de 2006

Massacre do Manicômio - foi o primeiro !

Caso não representasse afronta ao Tribunal de Justiça de São Paulo, seria o caso de indagar ao seu Presidente - homem democrático e de sabedoria incomum - desde quando o recurso da defesa dos autores do Massacre do Manicômio - ocorrido em janeiro de 1983 - encontrava-se nos escaninhos daquela repartição ? Não havendo represália ou manifestação de desagravo aos eminentes desembargadores, acrescentaria à indagação :- poderia, ainda, justificar essa demora ? Não vale recorrer ao "chavão" excesso e/ou acúmulo de serviço. Em qualquer setor da atividade humana existem prioridades e para o homem comum, a gravidade e repercussão de um episódio - por certo - seria critério para agilizar um julgamento e tornar a manifestação da Justiça um pouco mais célere. Já decorreram 23 anos e quantos outros se passariam se não houvesse recentemente - clamor público, até mesmo favorável - à absolvição de um dos responsáveis por outro massacre, ainda com mais repercução. Ao levarmos em conta que um dos efeitos da aplicação tempestiva da lei penal, s.m.j., é a prevenção geral - a punição do culpado serve de exemplo para que outros não incidam no mesmo erro - o julgamento dos responsáveis pelo Massacre do Manicômio talvez tivesse evitado o Massacre do Carandiru. Justifica-se essa posição, quando deparamos com os nomes de policiais - pelo menos dois acusados Walderley Mascarenhas e Luciano Bonani, Takahashi também nos traz alguma lembrança - que vieram a reincidir no mesmo tipo penal alguns anos depois. Por certo, outros recursos advirão - talvez até mesmo para o Órgão Especial do TJ, o mesmo que absolveu o Coronel - que levará o processo do Massacre do Manicômio para as calendas.

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