Basta de amadorismo nas forças armadas !
Os últimos acontecimentos - invasão de quartel, roubo de armas, escaramuças nos morros e militares e ex-militares envolvidos - apenas dão respaldo à tese de profissionalização dos integrantes das forças armadas brasileiras. Só não vê quem não quer ! O Exército, Marinha e Aeronaútica estão selecionando, treinando e formando jovens que vão servir ao crime organizado. Isso já vem acontecimento há um bom tempo. Não adianta o Exército argumentar que as seleções são realizadas com critério e antes de convocar o jovem para o serviço militar obrigatório sua vida familiar, criminal e social é pesquisada. É uma falácia ! O serviço militar obrigatório deve ser reavaliado. Em outras partes do mundo já foi abolido, por não atender mais a necessidade, peculariedades e especialização da atividade militar atualmente essencialmente técnica, com emprego de alta tecnologia, exigindo conhecimentos específicos. A profissionalização dos efetivos de nossas corporações militares - assim como já ocorre no âmbito dos oficiais e até mesmo graduados - deve ser considerada também no âmbito das praças de pré. Os jovens, em geral de origem mais humilde, sonham com o serviço militar e ao se apresentarem para seleção, o fazem na expectativa e esperança de encontrar a possibilidade, não só de subsistência, mas também de obter qualificação profissional, aliado ao orgulho de ser militar e servir à pátria. A realidade é outra ! Ao concluirem o tempo de serviço - que pode variar, dependendo da existência de verbas, passando pelo grau de subserviência ao rigor das regras e até mesmo a simpatia dos comandantes - o reservista depara com uma realidade nua e crua. Além do documento - Certificado de Reservista - logo percebe que pouco ou quase nada foi acrescentado à sua vida, tampouco à sua formação, em particular quanto à sua qualificação profissional. No máximo aprendeu a dirigir algum tipo de veículo motorizado e tornou-se especialista em desmontar, limpar e municiar uma arma de fogo - em geral fuzil, metralhadora e pistola - além dos hinos e símbolos de louvor à pátria e nome dos patronos das armas da república. Com essa bagagem o jovem - um pouco mais ousado pela coragem e valentia que lhe foi difundida - retorna para sua comunidade, como já foi lembrado geralmente carente que não lhe oferece, nem mesmo razoáveis perspectivas de vida digna e honesta. Todo ano, o Exército, Marinha e Aeronaútica são obrigados a descartar um sem número de jovens nessas condições, sobre os quais passa a não ter mais qualquer controle ou acompanhamento, salvo os esporádicos e nem sempre concorridos exercícios de apresentação nos quartéis. O Congresso Nacional , aliado aos demais poderes da república, consultando os segmentos diretamente interessados e auscultando o clamor da sociedade, poderá levar adiante essa questão, sempre levando em conta as dificuldades da atual quadra nacional na área da segurança pública; a pouca atuação das forças militares nesse contexto e a necessidade premente de dar um novo sentido à nossas guarnições no âmbito de suas atribuições constitucionais, rediscutindo o Serviço Militar Obrigatório nos moldes atuais, considerando ser indispensável a profissionalização do militar e como evitar a exposição de nossos jovens - com treinamento militar - à capitulação pelo Crime organizado ou não !
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