EFICIÊNCIA DA POLICIA OU INGENUIDADE DOS TRAFICANTES
Já de um bom tempo, venho acompanhando pelos jornais da região, notícias sobre as inúmeras e expressivas apreensões de "maconha" e "cocaína", realizadas pela Polícia Rodoviária - tanto federal, como a estadual.
Há que se reconhecer e louvar a atuação daquelas milícias no combate ao tráfico de drogas - inclusive, no âmbito internacional.
Apenas lamente-se que as prisões se restrinjam a pessoas comuns do povo - verdadeiras mulas, na acepção literal do termo - em geral homens, bem jovens ou mulheres, estas ao que nos parece um pouco mais adultas.
Isso não empana a eficiência da Polícia Rodoviária, pelo contrário lhe confere méritos, já que sua atividade precípua diz respeito à vigilância das rodovias, acompanhada da fiscalização de seus usuários.
Infelizmente, diante das evidências constatamos que essa atuação é isolada e não tem continuidade pelos órgãos responsáveis pela coleta de subsídios e continuidade das investigações, com vistas a localizar, identificar e prender os responsáveis pelos demais elos da cadeia (?) - produção da erva, refino e/ou prensagem e embalagem, já que apenas, parcialmente, a sua distribuição vem sendo detectada.
Mesmo assim, o trabalho realizado é digno de aplausos e merece o nosso respeito, por se levar em consideração que não se trata de uma apreensão apenas - como já foi mencionado - diz respeito a uma série de intervenções bem sucedidas.
Depreende-se que a Polícia Rodoviária estaria monitorando essa modalidade de crime, de forma sistemática, em todo eixo das estradas - estaduais e federais - com tamanha eficiência que o resultado chega a ser surpreendente. Essa metodologia poderia ser expandida e aplicada simultaneamente em toda malha rodoviária.
Aliás, situação mais ou menos semelhante, tem sido registrada nos aerportos internacionais, onde - com freqüência intrigante, passageiros com destino à Europa, tem sido surpreendidos transportando drogas - em condições até certo ponto simplista e de afronta à capacidade de fiscalização dos órgãos alfandegários.
É até possível concluir:- ainda que de forma isolada, a nossa polícia está a demonstrar certa eficiência; o volume do tráfico é tamanho que essas apreensões não lhe causam prejuízo significativos; ou, ainda, as pessoas presas são, simplesmente, peças de fácil reposição e de baixo custo - perfeitamente descartáveis.
Diante de uma conduta ilícita reiterada - sempre utilizando o mesmo modus operandi, restaria então indagar:
As apreensões decorrem exclusivamente da competência e eficiência da Polícia Rodoviária?
Seriam então os traficantes ingênuos a tal ponto de manterem o fluxo de drogas - de forma rotineira - sendo transportado em condição vulnerável e amplamente conhecida, inclusive já detectada pela polícia?
Apenas as dúvidas são minhas!
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