Tomei a vacina, mas fiquei preocupado
Apesar de já ter ultrapassado a casa dos sessenta anos, pela primeira vez adotei a cautela de tomar a vacina contra a gripe, mas confesso:- fiquei preocupado! Não se trata de colocar em dúvida a eficácia da vacina, mesmo porque já foi reconhecida e consagrada por meus parceiros de idade. Apenas causou-me apreensão as condições do Posto de Saúde - disseram tratar-se de policlínica - na rua dos Rouxinóis, em Guarujá. Desde que meus três filhos deixaram de tomar as vacinas na infância - já se passaram mais de duas décadas - não entrava numa unidade de saúde. Fiquei estarrecido com as más condições das instalações daquela Policlínica. Os idosos, como eu, eram encaminhados para um pequeno cômodo nos fundos do terreno. Se o interior da unidade não revelava um ambiente asséptico, imaginem passar por um quintal com lixo esparramado pelos cantos e até um cachorro amarrado junto a porta do referido espaço. Uma antiga janela, que já perdera os vidros, servia de guichê. O seu interior, exibindo paredes emboloradas e úmidas, o teto perdendo alguns componentes, não oferecia as mínimas condições de ser utilizado como local de vacinação. Acredito que a saúde pública não permitiria o funcionamento de uma farmácia, tampouco um laboratório de manipulação de remédios ou aplicação de injeções, num ambiente degradado como aquele. Cinco atenciosas funcionárias se revezavam no atendimento ao público, ainda que o espaço foi exíguo e as condições de trabalho insalubres. Desnecessário dizer que as paredes não eram revestidas de azulejos, as mesas de madeira sem qualquer guarnição, nem mesmo dispunham de uma pia para lavar as mãos, entre um atendimento e outro. Luvas - seria um luxo inconcebível, tanto para proteger os funcionários, como a clientela. Levando em conta que os órgãos de saúde , municipal, estadual e federal, fazem vistas grossas para esse estado de coisa, caberia às Associações Médicas e de Farmácia visitarem esse e outros locais para avaliarem as condições de trabalho e atendimento do público, oferecendo subsídios para seu aperfeiçoamento ou, se for o caso, denunciando as precárias condições do atendimento. Uma questão de saúde pública ! É ou não é para ficar preocupado?
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