domingo, 18 de maio de 2008

Está definido, vazamento do "dossiê", foi criminoso

Com o desenrolar dos acontecimentos, ficou claro que a sindicância realizada pela Casa Civil apenas quis se adiantar à conclusão da Polícia Federal, quando anunciou o envolvimento do assessor José Aparecido Nunes Dias, no vazamento do "dossiê". Contudo, como era esperado, coube à Polícia Federal estabelecer a materialidade e definir a autoria do crime, através do indiciamento do petista José Aparecido. Não consta ter procedido da mesma forma em relação ao assessor do senador Álvaro Dias. Agora, o ministro Paulo Bernardo cobra o indiciamento do parlamentar paranaense sob o auspício de vê-lo difundidor das informações sigilosas. Evidente a manobra diversionista do ministro petista, própria de um partido atolado em "mensalões", "alopramentos", "dolares em cueca" e outros tipos de equívocos, sempre disposto a assumir os seus erros (leia-se crimes) desde que possa justificá-los com os desmandos alheios. Esquece que o senador Álvaro Dias agiu em defesa própria e de terceiros, quando deu publicidade ao dossiê, repassando-o para a imprensa, como forma de se livrar da coação ilegal que sua corrente política vinha recebendo de próceres governamentistas. Lembrem-se que naquela passagem o governo petista encontrava dificuldade para justificar gastos com cartões corporativos - sua ministra fora demitida. Como de costume, passaram então a utilizar um tipo de linguagem cifrada contendo indiscrições explícitas sobre gastos, considerados estravagantes, realizados pelo governo FHC. Fica patente que a publicação do "dossiê" foi o meio adequado para denunciar a coação ilegal, oriunda da Casa Civil, cuja existência a ministra-chefe não teve como negar - mesmo oferecendo diferentes versões. Portanto, ministro Bernardo, outros envolvidos haverão de ser indiciados, mas certamente o senador e seu preposto não estarão entre eles - salvo se a PF abandonar o curso da sua história e servir de escudeira de malfeitores da honra alheia!

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