domingo, 11 de maio de 2008

Algo estranho na versão do ITI

Essa antecipação de responsabilidade de um funcionário subalterno, aliás emprestado de outra área, para a Casa Civil, revela algumas impropriedades - ou seria oportunismo. Além de antecipar-se ao resultado da investigação em andamento na esfera da Polícia Federal, ainda rebate colocação de senadores da oposição - durante prestação de conta da ministra-chefe da Casa Civil - sugerindo a demissão da secretaria-executiva daquele ministério. Parece não existir dúvida que foi a auxiliar direta da ministra quem idealizou e conduziu a formalização do "banco de dados" - por se tratar de informações pinçadas de um universo de dados - fica bem próximo de um dossiê. Portanto, oportuna essa divulgação à margem do inquérito policial, adiantando que o responsável pelo vazamento foi um funcionário subalterno, oriundo do TCU. Evidente que, por ora, facilita a vida do estamento superior da Casa Civil. No entanto, o crime não se circunscreve ao vazamento - antes dele aconteceu a seleção de informações indispensáveis à consumação do ilícito - e, por isso, as investigações haverão de prosseguir. Nesse sentido, a Justiça Federal concedeu mais 60 dias de prazo para ultimação do inquérito policial. Por certo, a Polícia Federal não ficará a reboque do trabalho realizado pelo ITI, ainda que possa dele se valer para chegar à verdade real. Não pode ficar descartado que o funcionário do TCU seja apenas um "boi-de-piranha" - aquele animal lançado n'água para saciar os peixes carnívoros - enquanto a boiada passa incólume.

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