sábado, 31 de maio de 2008

Descoberta superstimada

Aliás, nesse governo, postura ufanista como essa não se restringe aos feitos da Petrobrás. A estatal anunciou no final desta quinta-feira a descoberta de reserva de petróleo leve na Bacia de Santos. Segundo o anúncio, as primeiras pesquisas dão conta de produção estimada de mais de 12.000 barris , por dia. Supondo que número superior ao indicado pode chegar ao infinito, não há como deixar de criticar o exagero da estimativa petista. Ainda assim, haveremos de comemorar mais esse feito nacional, mesmo porque o "petróleo é nosso" - bem antes do surgimento da "república sindicalista"!

Lá é "outono", aqui é "primavera"

Como sempre, brilhante o "Outuno dos guerrilheiros", do jornalista Augusto Nunes, quando descreve o ocaso dos líderes guerrilheiros sulamericanos. Enquanto isso a "primavera" irradia sobre os nossos "companheiros de armas". Na primeira oportunidade, renderam-se à realidade e acabaram se tornando ministros de um governo democrático. Alguns ainda se julgam sob interrogatório da polícia política e continuam mentindo. Outros ainda pensam estar engajados no proselitismo político - chegam a criar situações fictícias - nem sempre são levados a sério pelo "companheiro - chefe". Talvez apenas o beijo na testa os diferencie de outra irmandade também poderosa.

O técnico prestigiado

Alguém já falou - "coitado do país que precisa de um herói". O mesmo poderia ser dito do técnico prestigiado por seus jogadores - "estamos fechados com ele". Tanto um , como outro, estarão vulneráveis - ou seja, "na corda bamba". A derrocada é questão de tempo!

terça-feira, 27 de maio de 2008

Segunda-feira, deixou de ser o dia da ressaca

Coube ao Presidente da República resgatar a segunda-feira. Antes, considerado um dia enfadonho. A falta de disposição para o trabalho e o mal-estar sempre foram atribuídos aos exageros do final de semana. Agora, com as mensagens semanais do presidente petista em seu programa radiofônico (/eta palavrinha porreta!/) o vazio da segunda-feira foi transformado em momentos de promessa e exaltação. Mesmo com pouca audiência - não conheço ninguém que o tenha acompanhado - passou a ocupar os espaços da mídia pelo resto do dia e da semana. Como todo governante populista, a fala do nosso presidente também se resume ao culto da personalidade - nunca, ninguém, antes nesse país ... - pregando o otimismo exagerado e revelando novos projetos de seu governo, sempre acompanhados da promessa de realização - muitos inviáveis e, por isso, não levados adiante. Proponho que essas falas sejam catalogadas e mais adiante reveladas ao público, como forma de demonstrar como são vãs (e, repetitivas) as palavras do petista e suas ideias desprovidas de conteúdo - aliás, tudo que sugere uma segunda-feira!

Nunca antes neste país

Dentre os malfeitos do governo petista, o último a ser destacado, é o rombo nas nossas contas externas. Os jornais estampam em manchetes "nunca antes na história deste país". Atentai! O governo petista ainda não acabou e suas intervenções malsucedidas já "pipocam". Apenas uma amostra da sua herança, mas não devemos temer o porvir. Outras possibilidades surgirão e, certamente, haveremos de corrigir esse equívoco histórico!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Desaparelhar - é a missão do próximo presidente

Uma coisa é certa, seja quem for o eleito em 2010, haverá de encontrar dificuldades para desaparelhar os órgãos da administração direta e indireta do Governo Federal. O episódio do "dossiê" criado e difundido pela Casa Civil mostra bem como se comportam os "companheiros" petistas encrustrados nos escaninhos da administração federal. Aliás, oportuno que se diga, o petismo - */não só por sua militância, mas também por simpatizantes, representados por sindicalistas, intelectuais, jornalistas, religiosos, juízes (conheci alguns), líderes de movimentos sociais, procuradores de justiça e outros que tais/* - de longe vêm minando qualquer outra opção política no país. Usaram de todos os meios, lícitos e ilícitos (vide dinheiro cubano e das Farcs para suas campanhas), para alcançar o poder - */jamais se dispuseram a compor com outra corrente política, mesmo à esquerda - /* também puderam contar com a tolerância e indiferença de expressivos e tradicionais líderes políticos nacionais. O último presidente, por exemplo, via com a curiosidade dos incautos, a experiência sociológica - / poder observar o comportamento de um operário na Presidência da República /. Talvez esperasse que fosse governar como um democrata ou com a simplicidade do iletrado, sem lançar mão de todos os meios, desde o populismo exacerbado e inconsequente, passando pela manipulação das empresas públicas, até chegar no controle e manipulação dos meios de comunicação - sem dispensar, evidentemente, a ordenação do estamento administrativo ao seu bel prazer e interesses espúrios. Não esqueçamos da orda de desordeiros contumazes, integrados pelos pseudos movimentos sociais, como MST e seus assemelhados, sempre podendo contar com as centrais sindicais, todos subvencionados com verbas públicas, agora isentas de controle pelo TCU. Imaginem a resistência e a sabotagem que o futuro Presidente da República vai enfrentar - /rende-se ao populismo e acobertamento das falcatruas administrativas existentes ou desaparelha o Estado/. Não encontrara meio termo, para governar com isenção e introduzir métodos eficazes de gestão, haverá de defenestar muita gente e contrariar interesses arraigados nas tetas da administração pública. Nossa esperança é a possibilidade de alternância no poder e com nosso voto// //modificar o curso da política institucional!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Vazamento exige dolo - petista adota a culpa como defesa

O petista José Aparecido Nunes, assessor da Casa Civil e autor do vazamento do "dossiê" contendo informações sobre despesas realizadas pelo governo anterior, agora usa de artimanha jurídica para se livrar da acusação. Ao afirmar que transmitiu a mensagem, com o "dossiê" anexo. para o seu colega no gabinete do senador Álvaro Dias, "sem querer" apenas quer descaracteriza a figura criminosa do "vazamento de sigilo que detinha em razão do cargo", a que está sujeito e já foi formalmente indiciado pela Polícia Federal. Vale esclarecer que essa modalidade de crime prevê punição apenas para a forma dolosa (com intenção). Por isso, José Aparecido admite que tenha praticado o fato, mas ressalva que o realizou por um erro, que caracteriza a culpa/ strito senso/, querendo justificá-lo pela sua imperícia (erro) no manuseio do computador. Oportuno lembrar, que a partir do "mensalão", "dólares na cueca" e outros ilícitos praticado por petistas encrustrados no governo, coube ao então ministro Tomaz Bastos reduzir os fatos criminosos a simples erros - a expressão acabou adotada como mote petista, agora novamente utilizada pelo assessor da Casa Civil. Nem sempre convence - basta lembrar o episódio do "mensalão", com seus 40 acusados.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Governo Federal suspende repasse de verbas

É inacreditável! Mas é verdade que os municípios de Assis, Bernardino de Campos, Canitar e outros como Limeira e Pirassununga, terão suspenso o repasse de verbas para o transporte escolar. Essas prefeituras, simplesmente não prestaram conta das despesas realizadas durante o exercício de 2007. Basta consultar o site do FNDE, do Ministério da Educação para consultar a relação de 945 municípios brasileiros na mesma situação, de um rol de 5122 cidades que recebem a verba federal.

Os computadores da Farc guardam surpresa

Sabemos que os computadores de Raul Reyes, líder e porta-voz das Farc, trazem revelações de diversas espécies. Algumas envolvem o governo do Equador com a guerrilha colombiana. O presidente Rafael Correa teria recebido ajuda financeira para sua campanha, em contra os insurreitos colombianos encontrariam abrigo seguro no território equatoriano - pero non mucho! Outras dizem respeito ao governo da Venezuela, com acusações ainda mais graves. Referem-se ao fornecimento de armas, além de apoio político incondicional às Farc. Agora, nossa curiosidade é saber sobre os demais registros encontrados nos computadores, já que sugerem o envolvimento de governos de outros países da latino-américa com a organização. Por fim, nos resta torcer para que o comprometimento com as Farc se restrinjam ao Partido dos Trabalhadores, como agremiação política que detém o governo brasileiro - poupando-nos de mais esse vexame!

domingo, 18 de maio de 2008

Está definido, vazamento do "dossiê", foi criminoso

Com o desenrolar dos acontecimentos, ficou claro que a sindicância realizada pela Casa Civil apenas quis se adiantar à conclusão da Polícia Federal, quando anunciou o envolvimento do assessor José Aparecido Nunes Dias, no vazamento do "dossiê". Contudo, como era esperado, coube à Polícia Federal estabelecer a materialidade e definir a autoria do crime, através do indiciamento do petista José Aparecido. Não consta ter procedido da mesma forma em relação ao assessor do senador Álvaro Dias. Agora, o ministro Paulo Bernardo cobra o indiciamento do parlamentar paranaense sob o auspício de vê-lo difundidor das informações sigilosas. Evidente a manobra diversionista do ministro petista, própria de um partido atolado em "mensalões", "alopramentos", "dolares em cueca" e outros tipos de equívocos, sempre disposto a assumir os seus erros (leia-se crimes) desde que possa justificá-los com os desmandos alheios. Esquece que o senador Álvaro Dias agiu em defesa própria e de terceiros, quando deu publicidade ao dossiê, repassando-o para a imprensa, como forma de se livrar da coação ilegal que sua corrente política vinha recebendo de próceres governamentistas. Lembrem-se que naquela passagem o governo petista encontrava dificuldade para justificar gastos com cartões corporativos - sua ministra fora demitida. Como de costume, passaram então a utilizar um tipo de linguagem cifrada contendo indiscrições explícitas sobre gastos, considerados estravagantes, realizados pelo governo FHC. Fica patente que a publicação do "dossiê" foi o meio adequado para denunciar a coação ilegal, oriunda da Casa Civil, cuja existência a ministra-chefe não teve como negar - mesmo oferecendo diferentes versões. Portanto, ministro Bernardo, outros envolvidos haverão de ser indiciados, mas certamente o senador e seu preposto não estarão entre eles - salvo se a PF abandonar o curso da sua história e servir de escudeira de malfeitores da honra alheia!

Conhecer a usina foi uma viagem

Antes corria a fama. Parte boa, pela beleza natural que espremia, tanto no sentido de revelar a força das águas do rio Paranapanema como por espremê-lo entre as rochas, obrigando-o escorrer violentamente por um estreito. Aquele trecho foi denominado “Canal do Inferno”, justificado pelo respeito que impunha aos experientes pescadores e o perigo, muitas vezes trágicos, para os banhistas incautos – não haverá família nas redondezas que não tenha uma história triste para contar.

Sabemos que na época não havia preocupação com o meio-ambiente e por isso a construção da Usina Hidrelétrica, iniciativa do então governador Lucas Nogueira Garcez, engenheiro civil, com especialidade em hidráulica, não deve ter gerado polêmica. Pelo contrário, foi motivo de júbilo e esperança para desenvolvimento da região e redenção para Salto Grande, que já vivera dias de maior expressão, sendo inclusive sede de extensa comarca.

Ainda quase um adolescente, apenas acompanhei à distância a inauguração da gigantesca obra. Ainda não existia a facilidade de locomoção dos nossos dias, tampouco as famílias dispunham de recurso e também de interesse para acompanhar eventos dessa natureza – a vida era bem mais simples e nossas limitações eram evidentes, não dava espaço para discussão.

Lembro que na época já trabalhava. Por não me dispor a estudar – bem que meu pai havia sugerido o Curso de Admissão ao Ginásio do Professor Alberto Braz (?) - preferi trabalhar na Torrefação de Café Santo Antônio, na rua Pará, então empresa Sampaio & Suzuki Ltda, tendo como sócios o Sadao Suzuki e Aristides Lao Sampaio. Minha primeira função foi entregar café nos bares e armazéns de secos e molhados da cidade – como 12 ou 13 anos, andava pendurado no estribo de um furgão International - depois ajudava empacotar o café moído. Nos finais de tardes disputávamos renhidos torneios de dama.

A dissolução daquela sociedade merece um comentário a parte, pela idiossincrasia de um dos lados e a feliz intervenção de um terceiro personagem, que deu o mote para definição daquele negócio jurídico.

Nesse trabalho, uma vez por semana, visitávamos a cidade de Salto Grande. Foi assim que acompanhei à distância a construção da barragem e o represamento das águas do rio Paranapanema. Também assisti a remoção dos trilhos da ferrovia das margens do rio e lamentava, por não entender muito bem, o seu novo traçado lancetando e desfigurando a geografia da aplausível cidade – definitivamente dividindo-a – porquanto haviam outras opções.

Acho que também foi naquela época que o jovem e bem sucedido empresário Sadao Suzuki casou-se com Teresa Ioneda, da cidade de Santa Cruz do Rio Pardo, também de família bem sucedida nos negócios. O casamento, não só pela união de lídimos representantes da Colônia Japonesa e eventuais interesses econômicos, irradiava a beleza e felicidade de duas pessoas reconhecidamente simpáticas, educadas e agradáveis – além de ricas e bonitas, permitam-me dizer!.

Era comum, nos finais de semana, eu e o “Toninho”, também empregado na torrefação, freqüentarmos a casa do Sadao – a convite dele, é lógico! - simplesmente para jogar dama. Era uma delícia sentar na cadeia de vime, com almofada, na varanda de uma casa simples – meu pai diria, “um bangalô” - na rua Brasil, em área recuperada do antigo e temido “buracão”. Naquelas tardes, também não faltava o delicioso lanche, servido pela jovem esposa, com toda formalidade, em finíssima bandeja, regado a suco de fruta de sabor inesquecível.

Certa manhã, talvez um feriado qualquer, Sadao e Teresa foram me pegar para conhecer a Usina Hidrelétrica de Salto Grande. Seguimos na camioneta do empresário, que tinha um modo peculiar de dirigir – não mantinha a aceleração constante – permitindo que o veículo alternasse a velocidade, como se enlevasse o passageiro num balanço.

Uma curiosidade, mas adiante, meu tio Paulo, conhecido por suas atividades de decorador e colchoeiro, sabendo da minha afeição pelo casal, comentou que durante sua última internação na Santa Casa de Ourinhos, havia sido atendido por uma competente e dedicada enfermeira – revelando tratar-se de filha do Sadao e da Teresa.

A cidade de Salto Grande vivia período de pujança. E, logo depois de cruzar a Ponte do Rio Novo – que já conhecia de outros tempos, quando ainda corria mais apressado, bem próximo da antiga estação - onde Carlito Cunha, honra e glória da letra salto-grandense, gaba-se de ter atravessado a nado, com alguma sofreguidão é verdade, resultado dos primeiros tempos na capital, ao lado do inseparável amigo “Ferramenta”, ferroviário dos bons.

A grandiosidade da obra, ornada pelas belas residências, construídas em meio a gramados bem cuidados, impressionava e chegou a causar algum temor naquele menino franzino, principalmente quando se aproximou da mureta e recebeu no rosto a nevoa produzida pela violência da água que vertiam pelas comportas, produzindo a energia elétrica tão almejada. Na ocasião asseguravam que Ourinhos e região não sofreriam mais interrupção no fornecimento – tão comum naquele tempo.

Ao passarmos defronte o cinema, acho que na avenida 7 de setembro, ao lado do bar do ponto, pensei divisar o homem desengonçado, por excessivamente alto, de roupa branca, calçando tênis, ali conhecido por “mister”. Comentavam que ele costumava se aproximar da porta do cinema e distribuir entre a molecada, entradas para o matinée. Por certo, tratava-se algum engenheiro ou algum funcionário norte-americano, vinculado à construção da usina, que se utilizava daquele expediente para realizar marketing, como forma de se aproximar e obter a simpatia da população da cidade. Certamente, em nossos dias, aquele comportamento daria ensejo a outra conotação. Mas no caso, tratava-se reconhecidamente de um benemérito.

Recentemente, numa de nossas viagens para Jacarezinho, sugeri um almoço, lembrando a peixe, na cidade de Salto Grande. Era um dia chuvoso. A praia estava deserta. Acompanhando as placas, seguimos até o outro lado do rio, esperando encontrar um restaurante com vista para a represa. Frustrou-me não encontrar mais as belas residencias que, originalmente, abrigaram engenheiros e administradores da usina e depois cedidas em comodato para algum aventureiro – como todos – que não levou o negócio adiante.

Lamentavelmente, não conseguimos nos deliciar com a “peixada” ou simples “fritada” de lambari, mas prometo voltar, talvez a convite de novos amigos, como o Carlito e o Goulart da Sabesp, para participar de seus memoráveis encontros ou apenas rever os conhecidos mais antigos, como é o caso do delegado-aposentado Mario Perry.

E com isso já se passaram 50 anos – meio século de realizações, lembranças e perdas!

sábado, 17 de maio de 2008

Voluntarismo, sem dispensar a técnica

No decorrer do tempo, o perfil do jogador de futebol brasileiro foi se modificando. O craque franzino, habilidoso e de chute certeiro, a exemplo de "Luizinho", Jair da Rosa Pinto, "Marcelinho Carioca" - exceção de Valdivia, que faz confirmar a regra - foi dando lugar ao marcador truculento ou atacante trombador. Com isso, acabou prevalecendo o vigor físico à técnica, anos atrás anunciada pelo técnico Rubens Minelli, quando dirigia o time do Internacional de Porto Alegre. Agora, o futebol paulista está resgatando jogadores que conseguem mesclar a força física, voluntarismo e disposição para o jogo, com alguma técnica. Exemplos são os atletas Léo Lima e Fábio Santos, , meio-campistas, com bom toque de bola e passe regular, verdadeiros "peladeiros" com condições de correr o campo todo, conseguem aliar essa vontade de jogar bola com alguma qualidade técnica. Antes considerados rapazes problemáticos e mesmo não adotando o bom-mocismo como regra de conduta, acabaram se tornando indispensáveis para a regularidade de suas equipes, Palmeiras e São Paulo, respectivamente!

Beltrame, revela seu lado acadêmico

Já repararam que os profissionais da área, por não conseguirem reverter o caos da segurança pública, acabam se perdendo nos meandros da sociologia, psicologia - ou qualquer outra disciplina de estudo do comportamento humano. Agora foi a vez do delegado Beltrame, voluntarioso Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Certamente esgotado o arsenal de medidas que trazia na mochila quando recebeu o espinhoso encargo, acompanha seus antecessores ao invocar questões acadêmicas para justificar o fracasso da sua gestão. Revelou-se um homem íntegro, dotado de coragem e dedicação ao seu ofício, mas incapaz de reverter o quadro de calamidade pública - aliás, como ocorre nas áreas da saúde, educação e saneamento básico. Talvez seu erro maior foi ter-se engajado, quase dando prioridade, ao enfrentamento - com isso, apenas conseguiu distanciar ainda mais a polícia da sociedade - medida ineficaz, ainda assim utilizada à exaustão!

Missão partidária de Nunes Pires

No primeiro momento, a Casa Civil anunciou que sindicância interna, com ajuda do ITI, iria revelar a verdade sobre o vazamento do dossiê. Mas, por se tratar de crime capitulado no Código Penal, a Polícia Federal precisou ser acionada para instaurar inquérito policial a respeito. Ainda assim, a Casa Civil - querendo pautar a investigação - não hesitou em adiantar-se para anunciar o resultado da sindicância. Ao fazê-lo não foi clara, deixando transparecer que a conclusão decorria de trabalho conjunto com a Polícia Federal. Mal sabíamos que JOSÉ APARECIDO NUNES PIRES e seu correspondente André Eduardo Fernandes, no Gabinete do senador Álvaro Dias, ainda não tinham sido ouvidos no inquérito policial. Portanto, qualquer conclusão pode ser preciptada e apenas atender interesse da Casa Civil. Por certo, José Aparecido, petista experiente, funcionário antigo do TCU, engajado nas tramas partidárias, está a equipar-se para corresponder à confiança nele depositada. Parece oportuno saber se o salvo-conduto, negado pelo STF, alcançava o depoimento que irá prestar junto à Polícia Federal?

quarta-feira, 14 de maio de 2008

A mentira, volta a ser conveniente

Assiste razão ao colunista José Nêumanne, quando critica a oposição (OESP/15/5) dando ênfase a atuação do senador José Agripino. Realmente, o político potiguar foi infeliz, quando se dirigiu à chefe da Casa Civil. Mesmo assim, a grosseria do Agripino não autorizava a ministra Dilma Rousseff continuar mentido. Desta vez, num ambiente amistoso e solidário, não diria pelo mesmo motivo, mas ainda para proteger "companheiros" , lamentavelmente voltou a mentir!

Em outros termos, uma decisão ensaboada

Evidente que o caso é rumoroso e o assunto é por demais delicado. Mas uma coisa é certa, o desembargador Canguçu, desta vez, não obrou com a mesma objetividade jurídica. Anteriormente, quando revogou a prisão-temporária dos réus afirmara não ter encontrado fundamento fático, tampouco jurídico para manutenção da custódia dos então investigados. E observe-se a situação era a mesma, até um pouco pior em relação aos acusados, já que as investigações estavam em curso e se tornava imprescindível mantê-los distantes da cena do crime - mesmo porque se tratava da residência do casal. Agora, quando já ultimada a primeira fase da persecução criminal, parece que o desembargador, mesmo não enveredando na tese do juiz que decretou a prisão preventiva, no que diz respeito a garantia da ordem pública, também assumiu de vez a conveniência da instrução criminal, para justificar a custódia dos réus - embora tente justificá-la quando se refere à alteração do local do crime. Por fim, assim como a autoridade coatora. também não se esquivou de lembrar da comoção e repercussão social que a morte da criança vêm produzindo, para sustentar sua posição, contrária à concessão da ordem de habeas corpus. Assim, ainda que se respeite o seu entendimento, o magistrado, nesta passagem, não fez jus à sua fama, nem mesmo foi possível vislumbrar no bojo do seu parecer o lustro da sua cultura jurídica, até então festejada!

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Beltrame se rende à realidade

Ahh bom ! Ainda bem que o secretário da segurança do RJ ( JB/111/05)admite que não vai acabar com a violência. Então porque não desenvolver uma política realmente voltada ao controle social, com ênfase para a prevenção, mas também investindo na repressão, como forma de torná-la cada vez mais especializada. O confronto, como fundamento, além de não ser recomendado como instrumento, tampouco como estratégia de longo prazo, ainda cria animosidade e antipatia popular - mesmo porque a polícia só mata pobre. Oportuno lembrar ao secretário, homem voluntário, honesto e disposto a enfrentar o problema com ousadia, que a segurança pública, assim como, outras áreas da administração pública - saúde, educação, saneamento - exige bem mais que voluntarismo e coragem, necessário estudo, programação, supervisão e, principalmente, continuidade. Aliás, a continuidade do serviço público é princípio constitucional!

domingo, 11 de maio de 2008

Parece, mas não são aprendizes

Verdadeiro imbróglio, na acepção formal do termo - que se reduz em trapalhada. É o que se revelou o "banco de dados" idealizado, criado e vazado, na forma de "dossiê", pela Casa Civil. Evidente que seus idealizadores pensavam apenas em mostrar serviço, oferecendo ao governo e à sua base de apoio no Congresso, munição para rebater a onda de denúncias do mau-uso dos cartões corporativos. Por certo vinham de experiências anteriores. Esse grupo de sindicalistas, que hoje se encastela no poder, quando na oposição, certamente usaram do mesmo tipo de expediente para minar as administrações anteriores. Basta reportarmos sobre a atuação do procurador da república Luiz Francisco - quantos homens de bem foram execrados e projetos importantes frustrados. Agora na situação se enveredam pelo mesmo caminho - talvez o uso do cachimbo lhes tenha deixado a "boca torta" - demonstrando encontrar dificuldade para conviverem com a legalidade, como é o caso do auditor José Aparecido Nunes Pires.

Apenas uma miragem

A passagem da ministra da Casa Civil pelo Senado da República foi exitosa e alavanca suas possibilidades de ser a candidata petista em 2010. Sabemos que dias atrás, até mesmo seu mentor, dava como inviável essa possibilidade. Até parece que a oposição se apercebeu da conveniência dessa candidatura ser mantida e até mesmo otimizada. Seria essa a estratégia do DEM, quando o senador Agripino fez a intervenção considerada desastrosa ? Com isso, o petismo - com exceção do grupo do seu "companheiro de armas" - ficaria limitado a esse factóide criado pelo Presidente da República, inibindo outras lideranças e até mesmo esvaziando a ideia do terceiro mandato. Se tiver juízo, a oposição recolhe suas armas e distende o quadro político, apenas preservando o perfil da ministra-chefe e suas características inatas - autoritária, deseducada, arrogante e sempre disposta ao confronto. Em contrapartida, as qualidades de Aécio, Serra e até mesmo do Ciro, passariam a ser realçadas.

Agripino ficou embotado

A veemência da ministra, acompanhada do "quase choro", deve ter sensibilizado o senador Agripino, a ponto de deixá-lo entorpecido. Com isso seu raciocínio embotou e possivelmente não conseguiu recuperar a linha do seu raciocínio. Não é crível que o político nordestino, homem elegante, de boa família e de fala fácil, tenha se enveredado por um caminho sem volta - quase um kamikase, ao entregar o ouro para o adversário. Bastava o senador, após ouvir o proselitismo da ministra, num tom de lamento - bem que poderia conter o reconhecimento da "porralouquice" do seu grupo e a inconsequência dos seus atos - adiantar-se:- "dito isso, por estarmos vivendo em outro momento, onde a democracia se faz presente, participando no parlamento de um confronto de ideias e de ideais, onde prevalece o respeito recíproco, certamente não haverá motivo para mentiras ou simples escamoteamento da verdade". E, para restabelecer o equilíbrio da discussão, poderia lembrar a origem de ambos, frutos da alta classe média - assimétricas, tanto em Minas Gerais como no Rio Grande do Norte. Com isso, o patamar do confronto recuperado e a ministra mantida em corner neutro - onde, inclusive é permitido esquivar-se da verdade e criar situações favoráveis - para um confronto leal ou ser abatida no dia seguinte, por uma mentira!

Algo estranho na versão do ITI

Essa antecipação de responsabilidade de um funcionário subalterno, aliás emprestado de outra área, para a Casa Civil, revela algumas impropriedades - ou seria oportunismo. Além de antecipar-se ao resultado da investigação em andamento na esfera da Polícia Federal, ainda rebate colocação de senadores da oposição - durante prestação de conta da ministra-chefe da Casa Civil - sugerindo a demissão da secretaria-executiva daquele ministério. Parece não existir dúvida que foi a auxiliar direta da ministra quem idealizou e conduziu a formalização do "banco de dados" - por se tratar de informações pinçadas de um universo de dados - fica bem próximo de um dossiê. Portanto, oportuna essa divulgação à margem do inquérito policial, adiantando que o responsável pelo vazamento foi um funcionário subalterno, oriundo do TCU. Evidente que, por ora, facilita a vida do estamento superior da Casa Civil. No entanto, o crime não se circunscreve ao vazamento - antes dele aconteceu a seleção de informações indispensáveis à consumação do ilícito - e, por isso, as investigações haverão de prosseguir. Nesse sentido, a Justiça Federal concedeu mais 60 dias de prazo para ultimação do inquérito policial. Por certo, a Polícia Federal não ficará a reboque do trabalho realizado pelo ITI, ainda que possa dele se valer para chegar à verdade real. Não pode ficar descartado que o funcionário do TCU seja apenas um "boi-de-piranha" - aquele animal lançado n'água para saciar os peixes carnívoros - enquanto a boiada passa incólume.

Tomei a vacina, mas fiquei preocupado

Apesar de já ter ultrapassado a casa dos sessenta anos, pela primeira vez adotei a cautela de tomar a vacina contra a gripe, mas confesso:- fiquei preocupado! Não se trata de colocar em dúvida a eficácia da vacina, mesmo porque já foi reconhecida e consagrada por meus parceiros de idade. Apenas causou-me apreensão as condições do Posto de Saúde - disseram tratar-se de policlínica - na rua dos Rouxinóis, em Guarujá. Desde que meus três filhos deixaram de tomar as vacinas na infância - já se passaram mais de duas décadas - não entrava numa unidade de saúde. Fiquei estarrecido com as más condições das instalações daquela Policlínica. Os idosos, como eu, eram encaminhados para um pequeno cômodo nos fundos do terreno. Se o interior da unidade não revelava um ambiente asséptico, imaginem passar por um quintal com lixo esparramado pelos cantos e até um cachorro amarrado junto a porta do referido espaço. Uma antiga janela, que já perdera os vidros, servia de guichê. O seu interior, exibindo paredes emboloradas e úmidas, o teto perdendo alguns componentes, não oferecia as mínimas condições de ser utilizado como local de vacinação. Acredito que a saúde pública não permitiria o funcionamento de uma farmácia, tampouco um laboratório de manipulação de remédios ou aplicação de injeções, num ambiente degradado como aquele. Cinco atenciosas funcionárias se revezavam no atendimento ao público, ainda que o espaço foi exíguo e as condições de trabalho insalubres. Desnecessário dizer que as paredes não eram revestidas de azulejos, as mesas de madeira sem qualquer guarnição, nem mesmo dispunham de uma pia para lavar as mãos, entre um atendimento e outro. Luvas - seria um luxo inconcebível, tanto para proteger os funcionários, como a clientela. Levando em conta que os órgãos de saúde , municipal, estadual e federal, fazem vistas grossas para esse estado de coisa, caberia às Associações Médicas e de Farmácia visitarem esse e outros locais para avaliarem as condições de trabalho e atendimento do público, oferecendo subsídios para seu aperfeiçoamento ou, se for o caso, denunciando as precárias condições do atendimento. Uma questão de saúde pública ! É ou não é para ficar preocupado?

Polícia não requer, apenas representa

A decisão judicial que acatou a denúncia e decretou a prisão preventiva dos indiciados como responsáveis pela morte da pequena Isabella, não revela a costumeiro brilho e sapiência da judicatura paulista. O magistrado nos pareceu prolixo e se enveredou por assuntos já superados, como se precisasse justificar medida por ele anteriormente adotada e depois reformada por instância superior. Dispensável também sua digressão a respeito das provas colhidas, avaliação sobre a conduta da imprensa e comportamento da população. Por fim, incorreu em flagrante equívoco - quase imperdoável na pessoa de emérito julgador - quando confere à autoridade policial a formulação do requerimento para a prisão preventiva dos envolvidos, agora acusados, acrescentando o parecer favorável do representante do Ministério Público. Oportuno esclarecer que o delegado de polícia, no exercício de polícia judiciária, simplesmente *representa* - propõe a medida - a ser adotada ou não pela autoridade judiciária. Mesmo porque o requerimento ou pedido atende ao interesse de uma das partes envolvidas no processo - a Autoridade Policial não é parte. Já o promotor de justiça, na condição de titular da ação penal pública incondicionada, é parte legítima e interessada no desfecho da lide. Portanto, ao emitir o parecer favorável à proposta do delegado de polícia, haverá de requerer ao juiz do processo a adoção da medida - no caso, o decreto de prisão preventiva. Ainda assim, que perdure a prisão dos criminosos, mesmo remanescendo reparos à sua fundamentação.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

O riso maroto do Presidente

Ao mesmo tempo que vê crescer seus índices de popularidade, o presidente petista vai se despojando dos freios inibitórios ou, como diria o presidente José Sarney, "respeito à liturgia do cargo de Presidente da República". Os discursos raivosos e inflamados, revelam uma disposição incomum para o confronto - desnecessário diante do reconhecimento popular e maioria expressiva no parlamento. Agora, seu riso maroto, quando inserto em discurso ou entrevista, acaba se revelando em afronta - maior que os xingamentos e impropérios que costuma empregar - por demonstrar menosprezo e provocação gratuita. Gesto como esse, já observamos em personagens da pior espécie e de má lembrança. No seu caso, talvez esteja apenas reproduzindo algum sentimento menos nobre, que nem mesmo o cargo de Presidente da Repúblico o fez superar. Assim como o uso do cachimbo - acaba deixando a boca torta!

domingo, 4 de maio de 2008

Equívocos do governo petista - até quando?

A medida pode ser até popular, mas no aspecto de política econômica o governo petista cometeu mais um equívoco. Ao privilegiar a gasolina, procurando manter o seu preço sem maior oscilação, preteriu o óleo diesel quando repassa ao consumidor o aumento de 12 ou 15%. A medida pode ser conveniente no aspecto político / eleitoral, mas certamente trará prejuízo no combate à inflação. Com seu olhar obtuso, a administração petista ignorou que o diesel influi diretamente no custo do frete e na colheita agrícola, interferindo diretamente no preço final das mercadorias. Enquanto a gasolina, com o preço reajustado, permite ao consumidor adequar o consumo ao seu bolso. Mais uma vez, vamos pagar prá ver!

Custo político inconveniente

Ainda não dá para saber quem são os culpados ! O fato é que existem dois investigadores presos, por ordem judicial, um delegado descontente e o secretário-adjunto da Segurança Pública acusado de ter intercedido em favor do principal envolvido. O assunto é manchete dos jornais há uma semana e o custo político é alto. Estranhamente, até o momento nenhuma medida foi adotada pelo diligente Governador do Estado, em geral cioso da imagem do seu governo. Afinal, a "mulher de Cesar além de honesta, precisa demonstrar ser honesta". Por ser prevista, o momento é oportuno para reformular a cúpula da SSP.

A personalidade, através do sapato

Há que se reconhecer. a jornalista Sonia Racy deu outra dinâmica para a coluna Persona - de O Estado de São Paulo. Digamos, o espaço se tornou mais eclético. Mesmo assim, não perdeu a sensibilidade de revelar o perfil de pessoas ilustres, sempre destacando detalhes da sua personalidade. Nesse particular, encontro na fotografia dos pés do (a) entrevistado (a) detalhe significativo e de alguma forma revelador do perfil daquela pessoa. Talvez por ter sido engraxate na adolescência, observando o bom gosto e elegância a partir do uso de calçado adequado, passei a cultivar o prazer de dispor sempre de um sapato de qualidade, bem conservado e compatível com o traje e ambiente frequentado. Para ser sincero, essa espécie de fetiche, herdei do meu pai - homem simples, tropeiro na sua origem - que tinha no calçado (bota, sapato, sandália) demonstração de bom gosto e manifestação de prazer.

Troca de papéis

Ao final de uma complexa investigação policial, curiosamente, ao invés dos responsáveis pelo trabalho, quem vêm a público para comentar o seu resultado - numa atitude, no mínimo revisionista - são os advogados de defesa. Oportuno lembrar, nesta fase da investigação criminal, regra geral, a defesa se restringe à acompanhar as diligências que envolvam seus constituintes ou pessoas da relação dos envolvidos. Se for o caso, obstar ou denunciar, através dos meios legais, qualquer tipo de coação ilegal ou irregularidade, de procedimento. A qualidade, eventuais defeitos ou equívocos - até mesmo confronto com as provas colhidas - poderão ser impugnados legitimamente durante a instrução processual. Antes disso, qualquer outra forma de intervenção dos advogados de defesa pode resvalar para o exibicionista ou auto-promoção, A especulação dos fatos e da conduta dos profissionais envolvidos no episódio. por outros profissionais, são justificadas a guisa de esclarecimento ao público. No "caso Isabella", a atuação da polícia , a par de suas hesitações iniciais, nos parece não ter resvalado para nenhuma enclave que pudesse caracterizar coação ilegal aos indiciados - há críticas por não tê-los autuado em flagrante, preferindo recorrer ao Poder Judiciário para mantê-los custodiados. Em outros momentos manteve o casal sob proteção efetiva ! Agora, transformar especulações durante o interrogatório em vício de procedimento dos policiais, é querer empanar um trabalho sério e profissional, voltado exclusivamente para o interesse público.

Mais um engodo petista

Outra demagogia e evidente tergiversação da verdade. Desta vez tenta nos convencer que o aumento dos combustíveis - 10% na gasolina e 12% no diesel - não vai alcançar o bolso do consumidor. Justifica alegando que o aumento será absorvido pela diminuição da incidência da CIDE. Deslavada mentira ! Basta verificar que a alíqüota da contribuição sobre os combustíveis não alcança o percentual (10% e 12%) do reajuste , para concluir que o consumidor encontrará o aumento na bomba, quando for abastecer o seu veículo. Com isso, o governo petista, mais uma vez, quer transferir a responsabilidade das ações antipáticas - gostaria apenas dos louros - ao distribuidor e o varejista, tidos como gananciosos e desonestos. O mesmo sucede quando aumenta os juros e o salário mínimo. Este sem repassar o mesmo índice para os aposentados do INSS, acaba achatando o valor dos demais proventos. Com isso, acaba socializando a distribuição de renda - que lhe confere popularidade - entre os necessitados. Enquanto o aumento dos juros atribui à crise da economia mundial - outra falácia!

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