terça-feira, 1 de abril de 2008

Danilo Miranda, seria o atual Abelardo Figueiredo

No momento em que é anunciado o lançamento do livro "O show não podeparar", sobre a vida e atividade artística de Abelardo Figueiredo, como produtor musical, oportuno comentar a atuação do sociólogo Danilo Santos de Miranda, como diretor e fomentador cultural do Sesc. São duas personalidades distintas, atuando também em épocas e situações bem diferentes. Ambos atuam no show business. Enquanto Abelardo, no seu tempo, criava e organizava shows, peças teatrais, programas de auditórios e musicais, com poucos recursos e utilizando-se da criatividade, Promovia shows em casas noturnas, como o Palladiun e o Beco, que se tornaram lenda na capital paulista. Daniel Miranda, por suavez, dispondo de respeitável receita, apenas viabiliza a apresentação de uma plêiade de artistas - basicamente cantores e músicos - que percorrem o Brasil apresentando-se nas unidades do Sesc. Percebe não existir muito rigor, tampouco critério técnico para essas escolhas. Em resumo, antes Abelardo Figueiredo realizava seus eventos com recursos próprios, assumindo os riscos de eventuais fracassos. Hoje, Daniel Miranda promove um grupo de artistas privilegiados - pelo nome ou relação com o poder - oferecendo-lhes contrato para uma série de apresentações. O risco é dispensável, já que a verba empregada provém dos cofres do Sistema "S" - neste exercício estima-se em mais de 5 bilhões de reais. Com isso, Daniel projetou-se no meio artístico, sendo badalado e considerado um mecenas - talvez o único - da MPB. Apenas lamente-se que a qualidade nem sempre define o perfil do profissional contratado. Mesmo porque o resultado pouco interessa!

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