quarta-feira, 30 de abril de 2008

Parece pouco agregador

*• Região* *PSDB tem mais de um candidato a prefeito* *OURINHOS — Guaracy
Nascimento diz que Toshio Misato ainda não disse ao partido se vai disputar a
reeleição e descarta candidato a vice indicado pelo
PT
*

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O tucano Guaracy Nascimento*A candidatura à reeleição do prefeito Toshio Misato (PSDB) não está confirmada, há pretendente para disputar a prévia da legenda, Belkis Fernandes enfrenta resistência como candidata a vice e há restrição à aliança com o PT. Em resumo, esta é a opinião de Guaracy Nascimento, coordenador regional do PSDB de Ourinhos. Na executiva municipal, ele ocupa o cargo de vogal. A seguir, os principais trechos da entrevista concedida na quinta à
noite.

*DEBATE* — /Há possibilidade de o PSDB lançar uma chapa “puro sangue” para
concorrer às eleições municipais?

/*Guaracy Nascimento* — Há. O Toshio volta de viagem no dia 27, quando vamos conversar e definir quais são os candidatos. É preciso saber se ele vai ser candidato, pois até agora o Toshio não disse isso. Dentro do partido, há mais gente que manifestou o interesse de disputar a eleição [a prefeito]. Se o Toshio realmente quer, temos que fazer gestão para acomodar os outros interesses do partido. Queremos saber se vamos tratar desses interesses com Toshio ou com outro candidato. O certo, porém, é que o PSDB vai ter candidato próprio na eleição. Não sendo Toshio, fica tudo diferente quanto às composições. Sendo Toshio o candidato, está mais ou menos sossegado. Ele é uma liderança que une diversos partidos, não só o PSDB. Não sendo ele, vai dar um nó em muita gente que só vê o Toshio como líder político em Ourinhos.

*DEBATE* — /Se Toshio for candidato, o vice seria necessariamente também do
PSDB?/

*Guaracy* — Não necessariamente. Temos interesse de uma participação mais
efetiva do PSDB na administração do Toshio na próxima gestão. Na do Toshio ou de quem for o candidato. O PSDB tem vontade de participar da administração
municipal, seja quem for o prefeito.

*DEBATE* — /Mas o PSDB já não participa do governo?/

*Guaracy* — Representativamente não.

*DEBATE* — /Como seria essa participação mais efetiva?/

*Guaracy* — O PSDB tem projetos na área da Saúde e em Educação. Políticas tucanas não estão sendo desenvolvidas na gestão do Toshio. Não é questão de participação para ocupar cargos. Não é fazer coisas: é contribuir, participar, sugerir e discutir. Não necessariamente ocupar cargos, mas ser ouvido. Tratar de políticas municipais dentro do partido. Isso não tem acontecido.

*DEBATE* — /Existe discussão no PSDB de que o vice sairia também do partido, mesmo o Toshio tendo um arco de aliança com outras legendas?/

*Guaracy* — Com certeza... Preciso responder de uma forma que não possa chocar...

*DEBATE* — /Vou colocar lenha na fogueira: é possível o PSDB aceitar o candidato a vice do PT?/

*Guaracy* — Há ingredientes que dificultam demais uma coligação com o PT.
O PSDB e o PT estão correndo em raias diferentes. Não há como juntar dois
partidos que estão se bicando e não se entendem dentro de um projeto político.
Uma coligação em Ourinhos seria meramente eleitoreira, já que os interesses dos
partidos são divergentes. Não dá para juntar.

*DEBATE* — /O governo Toshio tem recebidos verbas federais, com recursos do PAC?

/*Guaracy* — Ourinhos está no Brasil. O presidente dos ourinhenses é também o Lula.*

DEBATE* — /Mas se discute a paternidade da obra: se é conquista do Lula pelo PT ou do prefeito.../

*Guaracy* — Cadê as obras? Que se faça. Pode dar a paternidade, mas
que se dê também a maternidade. O importante é que as obras saiam. O PAC é
empréstimo: Ourinhos vai ter que pagar por esses investimentos, pois não é a
fundo perdido. Houve gestão política com participação do Arlindo Chinaglia para
que o empréstimo da CEF fosse efetivado, mas Ourinhos vai ter que pagar. No
passado, o Aldo Matachana fez o empréstimo do Projeto Cura que Ourinhos ficou
pagando por muito tempo. É a mesma coisa. Essa ousadia é do prefeito, que vai
comprometer parte dos recursos durante muito tempo da gestão dele e das futuras gestões.

*DEBATE* — /Isso não poderia facilitar o acordo PSDB e PT?/

*Guarcy* — Isso é um pouco mais difícil. Não vou dizer que é impossível. Até acho que o PT vai marcar posição na eleição municipal. O partido deve lançar o Toninho porque é a figura mais representativa do grupo e tem trabalhado trazendo
recursos para a cidade como assessor do deputado Arlindo Chinaglia. A intenção é
tornar o nome do deputado petista conhecido na cidade para as futuras pretensões eleitorais. Isso é natural e está correto. Mas daí dizer que, em função disso,
se justifica uma dobradinha no município, há uma enorme distância, Mais
importante para a gestão do Toshio tem feito o pessoal do PMDB e dos demais
partidos que participam da administração. Esse pessoal vai ficar de lado para se
favorecer um representante do PT na coligação? Não é justo.

*DEBATE* — /O PSDB não descarta realizar prévias por ter mais de um candidato a prefeito?/

*Guaracy* — Não. Vamos fazer todo o esforço para que não haja necessidade de disputa, mas vamos garantir a legitimidade dos interessados. Tem um e outro [candidatos] que deverão apresentar um projeto para ter seus nomes submetidos à convenção. Mediante avaliação e entendimento dos convencionais, escolhe-se quem será o candidato do partido. Então, a disputa interna não está descartada e pode ocorrer em junho.

*DEBATE* — /Nem candidatos a vereador está garantido?/

*Guaracy* — Não tem mais candidatura nata. Os novos filiados sabem, com todas as letras, que esse assunto foi tratado em reunião interna do PSDB. Deixamos claro para não restar dúvida. A legenda é concedida pelo partido e o mandato é do partido. Isso é fidelidade partidária. Amanhã e depois, por uma atitude de infidelidade, não concordância com o partido ou de uma ação que contrarie o partido, há possibilidade até de expulsão.*DEBATE* — /O Toshio não avisou o PSDB que tem interesse pela reeleição. Isso não seria para se poupar nesse período pré-eleitoral?/

*Guaracy* — O Vadinho comentou alguma coisa da candidatura e o
Celso Cruz já falou que ele estava fazendo campanha antecipada. Talvez por causa
disso o Toshio tenha esse cuidado de dizer que não é candidato. Internamente,
porém, ele tem que falar que é candidato. Aí ele será informado que existem
outras possibilidades de candidaturas.


*DEBATE* — /A Belkis Gonçalves admitiu que pode disputar a eleição a vereadora?/

*Guaracy* — Ela é vice, mas também secretária do Desenvolvimento do Bem-Estar Social. O vice tem que ser vice; secretário tem que ser secretário. O vice tem que apoiar o prefeito e não ficar em casa. A atuação tem que ser conjunta com todas as secretarias. Se o prefeito viaja, o vice fica recepcionando e sabendo das coisas que estão acontecendo no governo. Não pode ficar restrito a uma secretaria. A Belkis é um bom nome, mas acho que podemos pensar em outro. Não precisa ser necessariamente do PSDB e nem do PMDB. Tem que estar filiado a algum partido político. O improvável é que seja do PTB. Outra dificuldade é o vice ser do PT. Fora esses dois partidos, pode sair candidato a vice de qualquer um dos aliados.

*DEBATE* — /O PSDB já tem os nomes a vice?/

*Guaracy* — Já tenho candidato, em tese, para prefeito e para
vice. Agora vamos ver os outros nomes que os partidos vão oferecer. As
discussões sobre coligação e candidaturas são decisões partidárias. Não é
[decisão] de gabinete. O PSDB não delega a terceiros essa decisão.




A entrevista do experiente dirigente "tucano", revela uma pessoa pouco preocupada em agregar forças ao redor do candidato do seu partido. Não garante nem mesmo o direito do atual prefeito buscar a reeleição, respeitando o momento que julgar oportuno, dentro no prazo estabelecido pela lei eleitoral - embora reconheça tratar-se de "tucano de alta plumagem". Ainda assim, o incita a tomar uma decisão, sob pena de assistir a postulação de outros pretendes ao cargo. Curiosamente, depois de quatro anos da gestão "tucana", vem a público reclamar da pouca participação do PSDB na administração municipal. Soa, ainda mais estranho, a cobrança na forma de crítica, dirigida à vice-prefeita, que por sinal não pertence ao seu partido. Também não parece prudente descartar de plano algumas possibilidades de coligação, à distância demonstra não dispor da necessária habilidade política - salvo se estiver blefando ! Ao incauto. sua entrevista poderia revelar que o PSDB dispõe de um quadro invejável em Ourinhos e de tal modo expressivo que poderia formar a qualquer momento uma chapa "puro sangue". Ainda que se respeite a história do PSDB ourinhense e reconheça seu potencial político, seria oportuno indagar:- Nesse quadro sugerido pelo coordenador do partido, qual seria a chance de vitória do candidato "tucano"?

Entender o Brasil e conhecer um banco de investimento

Em síntese, foram essas as justificativas do advogado Ricardo Tosto (OESP-28/04) para explicar sua inserção no Conselho do BNDES. Ao que parece realizado profissionalmente. Dono de conceituado escritório de advocacia - 300 profissionais sob seu comando. Nega envolvimento no encaminhamento de empréstimos aos municípios de Praia Grande e Guarujá. Admite que foi indicado pela Força Sindical. Reputa que foi alvo de uma vingança invisível. Ainda assim, sua presença no BNDES precisa ser melhor explicada ou investigada!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Fazendeiros podem contribuir

A constatação do enfraquecimento do movimento dos trabalhadores rurais (OESP-27/4) pela reforma agrária, em decorrência do assistencialismo do governo petista, sugere que os proprietários de imóveis também se mobilizem na mesma direção. Não se trata de apoiar, nem mesmo reconhecer a qualidade da política adotada pelo Governo Federal. Mas, dirão os proprietários rurais, que não encontram respaldo suficiente no Poder Judiciário, tampouco o Poder Executivo se mostra disposto a fazer prevalecer o império da lei e da ordem pública, na defesa da propriedade privada. Então porque não se engajar na estratégia populista do presidente petista - se não for por mérito, que seja por conveniência - , também oferecendo algum benefício a essas pessoas, hoje alvo de manipulação tanto por pseudo-líderes dos "sem terra", como pelos órgãos responsáveis pela área. Talvez fosse o momento de oferecer aos remanescentes do movimento - evidente a necessidade de uma seleção - emprego fixo, remuneração condizente, moradia e condições de vida digna. Com isso, afastada a possibilidade dessas pessoas continuarem a ser utilizadas como "massa de manobra", a paz no campo não ficaria descartada. É pagar para ver ou manter-se sob constante tensão!

Novas fórmulas de ludibriar o eleitor

Quando leio ou ouço alguma notícia sobre construções de portais e de calçadões, logo me ocorre a época que a preocupação dos prefeitos era a instalação de fonte luminosa nas praças das cidades - por certo as colorindo ou simplesmente dourando a pílula. Outro dia era Ourinhos tentando expandir o calçadão e agora leio que a Prefeitura de Santo Antônio da Platina caminha na mesma direção.(Tribuna do Vale-27/4) Parece que a Câmara Municipal Platinense obstou, pelo menos por ora, a pretensão do alcaide. Tomara que os edis de Ourinhos adotem a mesma posição, evitando a privatização do bem de uso comum, tornando esse espaço - no período noturno - uma "terra de ninguém". Outro desperdiço do dinheiro público diz respeito a construção de portal na entrada da cidade - já virou moda - e meio de ludibriar a lei, através de licitação dirigida, por ser considerada obra de arte. Imaginem!

Sugestão ao JP

Prosseguindo no diálogo oferecido pelo estimado Secretário de Esporte - competente Pedro Mello - isso, após reconhecer algum equívoco no texto publicado. Por oportuno, gostaria de sugerir ao JP ou mesmo aos alunos da Faculdade de Educação Fisica da UNIMEP - a título de estudo e pesquisa - que aproveitassem a realização dos Jogos Abertos para demonstrar o atual estágio desse importante evento desportivo. Particularmente, no que diz respeito à difusão cultural do esporte, formação de atletas e seu retorno efetivo. Insisto, por exemplo, na busca da origem e constituição das equipes - onde moram e como vivem ou sobrevivem esses atletas ? Outra curiosidade, a existência ou não de equipamentos esportivos (ginásios, quadras, piscinas, pistas de atletismos . . ) nas cidades aqui representadas ? Uma realidade, Piracicaba oferece ao público apenas de uma piscina - nem sempre dispondo de gás para seu aquecimento - por isso, improvável a massificação desse esporte. Então reafirmo, sem desprezar, tampouco ignorar as sábias colocações do Secretário de Esportes, eventos dessa grandiosidade e com os gastos deles inerentes, haveriam de ser repensados no sentido de adequá-los à nossa realidade (e parcos recursos disponíveis), principalmente aos seus objetivos essenciais - difusão do esporte e formação de atletas (?) - e necessidade da sociedade brasileira, consistente na melhoria da qualidade de vida da sua população.

Saudade do Luiz Noriega

Atualmente assisto transmissões esportivas pela TV utilizando exclusivamente as imagens. Os locutores, antes denominados "speakers", se tornaram insuportáveis. Talvez por estar velho, acho a estridência e a empolgação desnecessárias, lembram em alguns momentos os locutores de rádio - que não tinham a imagem - e precisavam situar o ouvinte no contexto. Além disso, ainda se arvoram em comentaristas. Muitas vezes, com impropriedade e manifesto desconhecimento de causa, ousam proferir opiniões até mesmo sobre sociologia e politica. Não carece dizer, o despropósito dessas intervenções e o equívoco do seu conteúdo. Por isso, sinto saudade do Luiz Noriega, antigo locutor esportivo da TV Cultura. Seu bordão, sempre num tom monocórdio, agradável aos nossos ouvidos, consistia: "Futebol é Cultura - gol do . . . ". Evidente o duplo sentido! Sugiro que os atuais profissionais da área bebam no estilo e elegância do Noriega.

sábado, 26 de abril de 2008

Mentira, mais uma deslavada mentira

É verdade que temos o Presidente da República como uma pessoa simples, e, por isso podem mentir - aliás, na minha cidade vivia o "Paulão Mentiroso", carregador de saco, com esse mesmo perfil. Comportamento dessa natureza, em geral, são tolerados e passam a fazer parte do folclore local. Mas, quando isso acontece com um Presidente da República, ainda que de origem simples e com pouca instrução, como era o caso do "Paulão" da nossa história, passa a preocupar. Mesmo sendo comum assistir nossos políticos e administradores públicos, através de entrevistas supostamente imprevistas ou ao proferir discursos inflamados, prometer ou anunciar situações sabidamente improváveis - por razões das mais diversas - aproximam-se da mentira. Foi mais ou menos o que aconteceu com o Presidente da República, na sexta-feira, quando de sua visita à cidade de Campinas, ao sugerir que os combustíveis poderão vir a ter os seus preços reajustados e anunciar (uma promessa) para o mês de outubro a abertura de licitação do "Trem-Bala" - ligando as cidades de São Paulo ao Rio de Janeiro, com extensão até Campinas. No dia seguinte, através de entrevista ao lado do governador Serra, na cidade de São Bernardo, negou o reajuste dos combustíveis. Mas, quanto à licitação do "Trem-Bala", ainda que improvável, por não existir nem mesmo esboço do seu projeto nada mencionou. Visível, por manifesto, o desvio de personalidade e defeito de caráter do Presidente da República:- ao notar ou ser alertado sobre eventual comprometimento no caso do aumento dos combustíveis, não se envergonhou de voltar atrás e desdizer o que afirmara horas antes: agora, se a declaração ou situação lhe for favorável politicamente, a mantém, enquanto conveniente - é o caso do "Trem-Bala". Talvez até possa justificar a viagem da Ministra da Casa Civil à Asia, atrás de recurso, mas ainda se resume em deslavada mentira!

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Apenas uma tese!

Já de algum tempo venho observando que os cargos passaram a ser ocupados por pessoas então consideradas superadas ou até mesmo sem grandes recursos intelectuais e qualificação profissional limitada - aí entra a iniciativa, criatividade, discernimento, ousadia e certa dose de vaidade e coragem. Como exemplos recentes vamos encontrar Joel Santana e Antônio Lopes. Poderia citar outros, mas esses dois são emblemáticos - quem não se lembra como ambos foram demitidos ou abandonaram seus últimos empregos. O mesmo sucede na política, na administração pública e talvez na vida - é só observarmos com um pouco mais de acuidade e vamos encontrar outros exemplos. Vejam o caso do atual Presidente do Congresso - Garibaldi Alves, não é somente uma pessoa simples, falta-lhe carisma, seu semblante deixa transparecer alguma tipo de vergonha ou seria apenas timidez; Severino Cavalcanti, quem se esqueceu do comportamento errádico dessa figura impoluta, talvez o nosso presidente, por incrível que possa parecer chegou à presidência da Câmara dos Deputados. Outros tantos existirão pelos escaninhos da administração pública nacional. A tese consiste em revelar que o perfil do brasileiro vêm sofrendo um processo de depauperização, não só no aspecto cultural, poucos ainda ouvem uma boa música e raros se dão ao prazer da leitura.Talvez por isso, deixamos de desenvolver um senso crítico mais aguçado e a seleção natural das informações foi abandonada - nos reduzimos à uma massa de manobra disforme. Até mesmo a qualificação profissional deixou de ser prioridade - basta um emprego, seja ele qual for, desde que seja "mais ou menos" remunerado. Uma simples observação à nossa volta - até mesmo pessoal - poderá demonstrar essa realidade. Dirigentes de órgãos públicos, secretarias municipais, unidades de saúde e escolas da sua cidade, já não ostentam o perfil de gestor - */a honestidade é indispensável, mas não basta, haverá de ser responsável e capacitado para o mister/* - para não falar dos vereadores, prefeitos e deputados. Boa razão para justificar a ocupação desse espaço!

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Vivemos a experiência de um tremor da terra

Uma experiência incomum. Estávamos na sala do apartamento dos amigos Luiz Alberto e Meire - 12º andar - com vista para a Praia da Enseada e mata do Morro do Maluf, batendo-papo e jogando baralho, quando sentimos o piso tremer. Eu disse "piso" e não Pizzo, este sobrenome do consagrado educador Luiz Alberto Pizzo - *além de excelente goleiro, costumava exibir-se para os seus alunos encestando do meio-da-quadra, mas de costa* - lá em Campinas. Apreensivos, mas sem supor o que realmente estava acontecendo, comentamos se alguém estava batendo os pés no chão ou balançando as pernas - *assim como acontece nas casas com o piso assoalhado*. Lembro, quando criança, durante a transmissão do Repórter Esso, não podíamos passar correndo pela sala, isso para não prejudicar a sintonia do rádio. Hoje, não atentamos para a ocorrência de abalo sísmico, mesmo porque consistiu apenas em dois tremores, representados por duas breves trepidações - *iguais quando o trem passava pelo pátio da estação de Ourinhos*. Mais tarde, depois de nos deixar em casa, nossos anfitriões telefonaram comentando sobre o tremor registrado em alto-mar, 5.2 graus na escala Richter. A imprensa falou em terremoto, mas como aconteceu no meio do oceano - não seria o caso de maremoto? Então me ocorreu que vivemos uma experiência incomum - certamente, poucos brasileiros sentiram literalmente o chão tremer, outros o sentem rotineiramente por incorrerem em "erros" e "equívocos", principalmente na administração federal.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Jus Sperneandi, intempestivo

Os advogados do casal indiciado pela morte de Isabella, parecem aprisionados nos limites da estratégia empregada como instrumento de defesa. Exibiram capacidade técnica e jurídica por ocasião da revogação da prisão temporária imposta inicialmente aos envolvidos. Por outro lado, parece que se equivocaram ao revelar na fase inquisitorial subsídios da defesa - além da impropriedade do momento, supõe-se que "descartaram algum coringa" - inadvertidamente queimaram trunfos importantes. Agora, insatisfeita com o desenrolar da investigação policial, num gesto que se assemelha ao desespero - disposição para o embate ou, simplesmente, demonstração de serviço aos constituintes - prometem recorrer à Corregedoria da Polícia Civil. Outra vez, a defesa parece se equivocar, dificilmente obterão algum resultado prático, tampouco favorável aos indiciados - à distância não nos parece que os delegados incorreram em alguma transgressão disciplinar - no máximo, a promessa de rigor na apuração da representação. Sendo a irregularidade (ou violação de regra jurídica) de natureza processual, certamente o foro competente é o juízo criminal, onde o resultado do trabalho policial vai obrigatoriamente desaguar.

sábado, 19 de abril de 2008

Daniel Piza - "faz tudo, como o pato"

Já tinha visto o Daniel Piza escrever sobre "quase tudo" - crônica, crítica literária, outro dia o ouvi comentando futebol pela CBN - agora (OESP/19/04) observo que o escritor ainda não esgotou sua versatilidade. Talvez empolgado com as possibilidades que sua capacidade oferece, ao se dispor a não explicar o inexplicável, acabou se enveredando por uma seara que lhe pareceu por demais árida. Profundo conhecedor da alma humana, desta vez Daniel, ao procurar discutir o assassinato de uma criança, onde o pai é o principal suspeito, não conseguiu se desvencilhar da crueza da situação, tampouco superar suas dificuldades com o assunto. Ateve-se a escrever, como se vende ideias à granel, mas sem dizer nada! Com isso, Daniel Pizza acabará se consagrando como "pato da imprensa brasileira" - pronto a realizar múltiplas tarefas, mas com o domínio de poucas, restando-lhe apenas a disposição de realizá-las.

O bedel virou reitor

No mínimo curiosa a versatilidade de Roberto Aguiar, recém nomeado reitor pró-tempore da Universidade Nacional de Brasília. Antes, o jurista ocupou a cargo de Secretário da Segurança Público do Estado do Rio de Janeiro, marcando sua gestão mais pela loquacidade do que pelo resultado do combate à criminalidade. Agora , no calor da sua posse, já faz concessões aos estudantes amotinados e consegue a desocupação da reitoria da UNB. Parece que a tolerância, marca da sua administração à frente da SSP / RJ, dará o norte da sua direção à frente da universidade. Evidente que não se pode esperar grande progresso na relação entre o corpo docente e estudantes da UNB. Seria mesmo que promover o bedel à diretor da escola - com todo respeito ao bedel! Esperamos apenas não se repetir o flagelo que envolve a segurança pública do Rio de Janeiro.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Fiquem com seus assassinos, mas preservem a sociedade

Nada mais normal que as famílias tentem proteger os seus entes queridos. Também é compreensível que os familiares sejam os últimos a admitir que um dos seus membros incorreu em algum erro grave ou mesmo em crime. Por isso, nada de anormal quando parentes saem em defesa de algum familiar que venha a se envolver em situação constrangedora. Apenas preocupa quando a relutância em aceitar o desvio de conduta do membro da família, ainda que as evidencias o apontem como responsáveis, se revela em tendência - não aceitar o fato consumado, enquanto as provas não a convença do contrário. Nesse espaço, assistimos famílias idôneas, de formação ilibada e com história de vida exemplar, muitas vezes tomar partido e até mesmo afrontar a verdade dos fatos, enveredando por um comportamento que a torna refém de uma situação irreal. Certa manhã fomos surpreendidos com a morte de um casal, no recôndito da luxuosa residência da rua Cuba, localizada em bairro nobre da cidade de São Paulo. O crime causou comoção social, já que as evidências apontavam para o filho do casal, como autor dos assassinatos - a postura violenta diante dos pais e o comportamento errádico do jovem corroborava com esse entendimento. Mesmo assim, seus familiares - pessoas ilustres e de reconhecida formação jurídica - não mediram esforços para afastá-lo da cena do crime. Como em outras situações similares, o trabalho da policia foi criticado e suas conclusões consideradas precipitadas, por não corresponderem com as provas obtidas - apenas evidências, insuficientes para inculpar o suspeito. Nesses casos, a par das críticas, torna-se comuns a imposição de dificuldades, muitas com a colaboração de pessoas próximas às vítimas - até mesmo provas passaram a ser suprimidas e até mesmo destruidas. Imaginem roupas, colchões e móveis, destruidos ou, simplesmente lavados para depois serem apresentados para perícia. Não são raras as investigações malogradas e os culpados impunes - em alguns casos, sucumbem a essas dificuldades e em outras fica manifesto a falta de interesse da família enlutada - entre punir o culpado, preferem proteger o ente-querido, ainda que mais à frente venha a se arrepender, diante de outros deslizes do infrator contumaz. Mesmo assim, haveremos de reconhecer e louvar a existência de profissionais denodados, munidos de incomum senso responsabilidade - enfrentam as dificuldades e vencem os óbices para levar adiante o seu mister. Nessas situações, talvez fosse o caso de colocar para essas famílias:- /*" fiquem com seus criminosos e lamentem suas vítimas, mas preservem a sociedade da sanha desses algozes e da repercussão dos seus atos"*/.

Antes o "fundo perdido", agora o PAC

Os investimentos a "fundo perdido" foram muito comuns nos governos do Maluf, Quércia e Fleury. A prática consistia em investimentos promovidos pelo Governo do Estado de São Paulo, através do Banespa, então seu agente econômico, sem maior cuidado, tampouco critério, em geral favorecendo prefeituras e empresas privadas, supostamente para viabilizar projetos de interesse público. Evidente que não existia preocupação com a realização do projeto e muito menos com o retorno do capital empregado. Verdadeiro negócio de compadre, onde o dinheiro público era distribuido a "fundo perdido" - sem necessidade ou preocupação com sua restituição aos cofres do agente econômico. A situação se repete, agora pelo Governo Federal, através do PAC e tendo a Caixa Econômica Federal como seu agente, repassa dinheiro público para projetos em todo território nacional, favorecendo prefeituras, estados e empresas privadas. Aos funcionários, correntistas e poupadores apenas cabe torcer para que a Caixa Econômica Federal não tenha o mesmo destino que o Banespa - servindo como mero instrumento eleitoral!

domingo, 13 de abril de 2008

PF haverá de percorrer o "caminho do crime"

Embora possa contrariar a vontade da ministra da Casa Civil, tampouco se atenha à doutrina formulada pelo ministro da Justiça, a Polícia Federal haverá de percorrer o "iter criminis" da violação do sigilo imposto as despesas da presidência da república. É oportuno então refletir sobre o "caminho do crime", que passa pela cogitação, atos prepatórios, execuçao e consumação. A primeira fase, por acontecer na esfera do intelecto, não é púnivel, porquanto não exteriorizada. Os atos prepatórios, quando de per si caracterizam violação à regra penal, evidente a possibilidade de reprimenda legal. Já a execução e a consumação, salvo situações excepcionalíssimas são puníveis. Sabe-se, por ser do conhecimento público, que a idéia - fase de cogitação - da seleção de despesas do governo anterior surgiu na cúpula da Casa Civil. No mesmo ambiente, desta vez envolvendo outros ministros de Estado, foi realizada reunião para formulação do "banco de dados" - */ que faz lembrar a história do filho dea"Dona Candinha"/* - ou, simplesmente, de "dossiê", inclusive com a indicação de mão de obra especializada e considerada de confiança. Surgiram depois as figuras de Erenice e José Aparecido, que ultimaram a pesquisa e formatação das informações sigilosas, através de outro grupo de asseclas - escala inferior, os executores - muito comum na formação do "banco ou quadrilha". Depois das primeiras escaramuças, com as informações sendo mencionadas apenas por ministros e parlamentares da cozinha do palácio, a violação do sigilo foi consumada - até mesmo com publicações de documentos pela imprensa. Sabendo disso, ficaremos na expectativa do desempenho, nem sempre profissional - vide o caso Waldomiro Diniz, ainda não solucionado - da Polícia Federal.

sábado, 12 de abril de 2008

PT é o PMDB amanhã

Pelo andar da carruagem o PT não conseguirá construir - expressão petista - uma candidatura viável para 2010. Aliás, o petismo tem abatido em plena decolagem qualquer "companheiro" que ouse se aventurar. Primeiro foi Dirceu. Depois Palocci. E agora Dilma. Esse filme já foi visto! Basta lembrar das candidaturas oriundas do PMDB e que foram reduzidas a pó. Lembram-se do doutor Ulisses. Outros, também incautos, sucumbiram as incertezas que o PMDB reproduz. O próprio José Serra incorreu nessa incerteza, quando escolheu Rita Camata para sua vice. Como o PMDB, o PT também tem demonstrado diversas versões - a do Dirceu; a do Wagner na Bahia, a do Tarso Genro, com o pessoal do Sul e agora a corrente do Pimentel, lá de Minas Gerais, querendo inovar. Dificilmente, o PT, como aconteceu com o PMDB, coneguirá eleger um outro presidente, genuinamente petista.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Ode à amizade, ao esporte e à educação

Ocupei o meu final de semana tentando obter uma definição para o escrito - "Aniversário de um sério" - do professor José Faganelo, publicado no JP (06/04). A qualidade do texto, seu conteúdo e toda manifestação que dele se extraia, supera a crônica, sendo mais expressivo que um simples poema - sugiro que se equivale à ode. Mas também a supera, talvez por estar impregnado por alguma coisa que vai além da amizade e do bem querer, podendo ser resumida no respeito e admiração pelo parceiro. É pouco, já que também fala do amor pelo esporte e as inúmeras possibilidades que sua prática oferece, desde a aproximação das pessoas, passando pela evolução do corpo e da alma, para definir sua condição de elemento agregador de um grupo ou comunidade. Depreende-se, como se exalasse cheiro, o sabor de uma boa amizade, mas realça a importância da família, como fonte inesgotável de estímulos, através do amor, para uma vida saudável e profícua. Até mesmo quando critica o sistema educacional brasileiro, não abandona a ternura emanente do mestre, deixando antever sua profissão de fé na educação, como passagem obrigatória para formação do caráter, personalidade e da cidadania de um homem de bem!

domingo, 6 de abril de 2008

A visão periférica do cronista parece estar comprometida (Kenedy Alencar)

O curioso é que o raciocínio do cronista - em seu texto "Aécio cria em BH embrião de aliança para o planalto" (Folha 06/04) - caminha apenas em um sentido, enquanto a realidade apresenta suas nuances. Talvez seja resultado do uso do cachimbo - acaba, efetivamente, deixando a boca torta. No caso do Aécio, o cronista não se permitiu aventar a possibilidade, que pode ser concreta, do governador mineiro estar sendo "cristianizado" - ou pior, estar apenas servindo de instrumento nas mãos hábeis do petismo para colocar mais um componente desagregador no ninho "tucano". Porque não aceitar a possibilidade, ainda que remota é verdade, do neto do doutor Tancredo, compor a chapa de Serra. Omitiu que o PT, em sua última convenção nacional, estabeleceu que a anunciada composição mineira, obrigatoriamente haverá de ser submetida ao "comitê central". E, por um acaso, os "tucanos" de outras matizes, avalisará em 2010, a entrega do governo de Minas Gerais ao petista Fernando Pimental - como parece estar ficando alinhavado. Por fim, acreditar que o Ciro Gomes vai abrir mão da sua candidatura, beira a ingenuidade - em outros momentos, ainda mais desfavoráveis, impôs sua candidatura - imagine agora, que conta com alguma afeição do presidente petista. Vou empregar a mesma expressão, que outro dia, usei para definir a pena da sua colega Eliane Cantanhêde - o cronista integra ou, pelo menos é simpático, à maneira "frankliana" de fazer jornalismo - suponho que um dia também obterá uma vaga na TV Estatal.

A desenvoltura de "Paulinho", faz de "Joaquinzão" um ingênuo

Não há como negar, estamos a viver (ou sobreviver) em uma "República Sindicalista". As mascaras vêm caindo, uma a uma, a última foi assistir o presidente petista - */ainda um sindicalista, como gosta de jactar - /*vetar o dispositivo legal que obrigava os sindicatos a prestar conta ao TCU sobre a utilização das verbas decorrentes do Imposto Sindical. Antes a Câmara dos Deputados já havia sucumbido à pressão das corporações sindicais, quando reformulou (?) votação que extinguia o Imposto Sindical. O mais intrigante é observar a desenvoltura do misto de deputado e sindicalista Paulo Pereira da Silva, o "Paulinho da Força", comemorar a extensão do benefício às centrais sindicais. Imaginem, esse pessoal já fazia miséria com os recursos do FAT - */existe até uma história mal contada sobre compra de uma fazenda/* - agora passam a dispor de cem milhões anuais descontados do salário dos trabalhadores. A decisão sugere, que nesse imbróglio, as entidades patronais - vide Sistema "S" - como Sesi, Senac, Senai e outras, continuarão a ser beneficiadas. Vivendo esse momento, nós que criticávamos o "Joaquinzão", mentor sindical do "Paulinho" e da Força, intitulando-o de "pelego", agora haveremos de redimi-lo, reconhecendo que se tratava de um ingênuo - suas aspirações, apenas não chegavam a tanto. Resta a esperança de ver prevalecer as atribuições constitucionais do TCU - inclusive, aquela que o autoriza perseguir a aplicação desse tipo de verba.

Ministério Público não entra em bola dividida

Não há como negar, que a hesitação da polícia - particularmente do delegado responsável -- perdurou por todo final de semana passado. É certo que o casal envolvido na morte de Isabella foi mantido por longas horas no Distrito Policial - a disposição da autoridade policial - que poderia adotar três medidas:- a) autuá-los em flagrante delito, já que haviam evidências da ocorrência de crime e as circunstâncias sugeriam a implicação de ambos; b) ausente a convicção da autoridade, por não encontrar indícios suficientes da autoria, poderia representar - como o fez, posteriormente - pela decretação da prisão temporária do casal, por imprescindível à investigação policial: e, c) inseguro em adotar algumas da medidas anteriores, talvez levado pelo aspecto humano - o pai acabara de perder a filha em situação trágica - acabou liberando o casal. Os dias se passaram e o assunto ganhou as manchetes dos jornais e dos principais programas da televisão, sem que o Ministério Público - na condição de titular da ação penal, órgão responsável pelo controle externo da policia judiciária e fiscal da lei - se manifestasse silente e ausente. O assunto, efetivamente exigia alguma prudência - *lembram-se do episódio da Escola Base - mas a segurança na sua condução se revelava indispensável. Foi quando surgiu a figura da delegada-seccional da área para conferenciar com o delegado responsável pela investigação - orientado ou convencido, o certo é que se sentiu confortável para representar ao Poder Judiciário sugerindo a custódia, ainda que temporária, do casal. Efetivadas as prisões dos suspeitos e com surgimento de novas evidências, a intervenção do Ministério Público passou a ser conveniente e oportuna. Por ora, apenas para definir que houve um crime e, diante da carência de provas, aponta a necessidade da realização de reconstituição. Se vivo, diria Luiz Gonzaga:- " eta sabedoria pai d'égua!

Cabe à União legislar sobre o uso das pulseiras

Talvez por São Paulo deter literalmente a metade dos presos do Brasil, a discussão sobre o uso de pulseiras pelos presos, quando das saídas temporárias ou no regime semi-aberto, vem sendo mais intensa no âmbito estadual. A tramitação pela Assembléia Legislativa de projeto de lei e a disposição do governador José Serra sancioná-la, por concordar com a medida, penso que não suficientes para validá-la. Mesmo porque o assunto é privativo da União, por dizer respeito a norma de procedimento durante a execução da lei penal. Portanto, normatizar assunto dessa natureza, através de legislação estadual afronta o Artigo 22, inciso I, da CF / 88. Pode-se até entender o voluntarismo do governo paulista ou levar em conta suas razões político / eleitoral - no sentido de sinalizar que o governo federal vem sendo omisso - mas não se pode ignorar, no regime democrático, a observância das regras constitucionais.

sábado, 5 de abril de 2008

IML e IC não integram mais a Polícia Civil

A imprensa comete flagrante equívoco quando anuncia os concursos para médico-legista e perito-criminal como sendo da Polícia Civil. Com a criação do Departamento de Polícia Científica - subordinado à SSP/SP - tanto o IML ( Instituto Médico Legal) como o IC (Instituto de Criminalística) desvincularam-se da Polícia Civil, passando a responder diretamente ao Secretário da Segurança Pública. O mesmo ocorre com o DETRAN!

Vaidade do promotor, revela sigilo

Embora ainda não tenha atuado no inquérito policial, salvo para se manifestar quanto à representação pela prisão temporária - quiçá pelo decreto do sigilo de justiça - o promotor de justiça surgiu na tela dos jornais televisivos tecendo comentários sobre a morte da pequena Isabella. Estranho, visto que por ocasião do decreto da prisão temporária dos investigados, a justiça pública também impôs o segredo às informações contidas no inquérito policial. Ao contrário do delegado responsável e por seus superiores, o promotor não respeitou o sigilo e teceu comentários detalhados sobre o episódio, inclusive dando informações sobre os vestígios, provas circunstanciais e posturas dos envolvidos - adiantando sua opinio delicte - tachou, com a altivez dos sábios:- " houve um crime !" - ou dos incautos, levado pela insensatez da vaidade!

Parlamentares petistas se adiantaram ao "dossiê"

Muito tem se comentado sobre insinuações feitas por parlamentares da base do governo, particularmente petistas, sobre a existência de informações sobre gastos realizados por integrantes do governo "tucano". Dali surgiu a reportagem da revista Veja, confirmando a existência do "dossiê" com dados escolhidos na"ponta-dos-dedos" pela Casa Civil. Confirmado o vazamento criminoso, a persecução criminal haverá de ocorrer - portanto, oportuno que se identifique os parlamentares que primeiro sugeriram a existência do "dossiê" - estabelecendo seu ponto de partida. A imprensa pode muito bem ir se adiantando !

Dilma! Sua responsabilidade é objetiva

Primeiro é preciso dizer que a responsabilidade objetiva, não decorre do dolo e nem mesmo da culpa, basta a simples condição que no caso a Casa Civil se situe - como guardiã das informações sigilosas. Portanto, a teoria da responsabilidade objetiva não leva em conta a culpa, basta a ação ou omissão do poder público, através do (s) seu (s) agente (s).Por ocasião da violação do sigilo dos gastos do casal FHC percebe-se nitidamente a presença dos seus requisitos clássicos:- a ação ou a omissão voluntária, relação de causalidade ou nexo causal e dano - */a culpa, nesses casos, será presumida, como vem entendo a jurisprudência dos nossos tribunais/*. Ainda assim, o petismo tenta distorcer esse entendimento. Não foi a primeira vez, o presidente já o fez com algum sucesso por ocasião do "mensalão" e do "dossiê contra o Serra" -*/ lembram-se dos "aloprados"/*. A ministra Dilma Rousseff, mesmo admitindo a manipulação dos arquivos do governo anterior, para formação de um suposto "banco de dados", nega o vazamento das informações. A simples "organização dos arquivos" já a credencia como responsável objetiva pelo resultado (vazamento) -*/ com sua ação voluntária, simplesmente, assumiu o risco/*. A seu desfavor, haviam os petistas pré-anunciando as informações vazadas. Em outras oportunidades o petismo também se fez de desentendido - */vide a entrevista do presidente na França/*. E do petista Jacques Wagner, governador da Bahia, diante do criminoso desabamento da Estádio da Fonte Nova. Afirmou na ocasião que o Estado não tinha responsabilidade objetiva sobre o episódio e seu resultado -*/ como se não fosse dono do espaço e, tampouco lhe coubesse fiscalizar e autorizar o seu uso/* - abandonando as vítimas e famílias enlutadas aos frios e morosos corredores dos tribunais. Não sendo suficiente, ainda remanesce a culpa "in vigilando" !

Marta, turismo popular em Guarujá?

Soa como hipocrisia! Hoje, nas dependências do Hotel Casa Grande, o mais badalado da cidade, a ministra do turismo Marta Suplicy anunciou o programa de turismo popular. Certamente o local não foi o mais apropriado, tampouco a cidade escolhida para ser uma das opções do turista da "terceira idade" foi a mais feliz. Sabemos que Guarujá ainda guarda a fleugma dos seus tempos áureos, onde a aristocracia fazia seu point no verão. Aqui, praticamente não existe acomodação para esse modelo de turismo. Nem mesmo é permitido o ingresso de ônibus e vans nas ruas próximas da sua orla - logo na entrada os motoristas desses veículos deparam com a fiscalização da prefeitura - o estacionamento é vedado e punido com a remoção dos veículos. Portanto, o anúncio soa como hipocrisia de uma lídima representante dessa aristocracia decadente, agora integrando o governo da "república sindicalista". Haja ironia nisso tudo e escárnio aos incautos que acreditam nesses bons propósitos!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Casa Civil, também tem "guardião"

Antes é preciso lembrar que "guardião" é a denominação dada a um sofisticado equipamento eletrônico que permite a interceptação (escuta) telefônica simultânea de um sem número de linhas. Consta que a Polícia Federal e o Ministério Público do Estado de São Paulo dispõem de "guardiões", isso para levar a termo as 400 mil escutas realizadas no país durante o ano de 2007. Agora, a Casa Civil da Presidência da República resolveu inovar e, sob o auspício da sua chefe, criou o seu próprio "guardião". A esse dispositivo foi dado o nome de "banco de dados" e ao invés de "conversas" preferem catalogar gastos realizados pelos principais integrantes do governo passado, incluindo o casal Fernando Henrique e Ruth Cardoso. Outros, principalmente os bisbilhotados, preferem denominar a iniciativa da Chefe da Casa Civil de "dossiê" - isto, por se destinar a fins obscuros e até o momento não confessados.

Devanir Ribeiro, joga no "bicho"

A atuação do deputado Devanir Ribeiro, se resume na proposta legislativa - */desde sua nebulosa passagem pela Câmara de Vereadores de São Paulo/* - sempre insistindo no terceiro mandato para o presidente petista, faz lembrar o contumaz apostador no "jogo do bicho". Em geral, têm em comum a disposição de apostar sempre no mesmo "bicho" - */ou persegue a mesma centena ou milhar /* - certos que um dia possam obter o primeiro prêmio. No caso do presidente, seria o terceiro - */a ser ganho de forma cumulativa/* - o que não acontece, nem mesmo no "jogo do bicho". Sabemos que em eleição, como no "jogo do bicho", vale o que está escrito!

Livro sobre o PT, seria mais apropriado

Da série:- "não li e não gostei". Eliane faz parte de um grupo de jornalistas que tendem a poupar o governo e o petismo de críticas mais contudentes - */ao que parece por não encontrar defeitos (ações criminosas) ou por outro motivo "frankliano" qualquer /*- e apenas enfatiza, de forma recorrente, os equívocos, falta de estratégia e em alguns momentos inapetência da oposição exercer o seu mister. Com esse status, cronista Eliane Cantanhêde, certamente, teria melhores condições de escrever um livro sobre o PT - */como a sua origem, seus métodos de atuação e reiteradas idiossincrasias /*- onde poderia despir-se de qualquer pruido de isenção e expor suas convicções e crença no projeto político da situação. Agora, coerente com sua postura profissional, publica um livro sobre o DEM, que já foi PFL e conta em suas fileiras com políticos, tanto do antigo MDB, como da ARENA e PDS - evidente algum propósito menos nobre. Possivelmente, se já não obteve, encontre parceria em alguma estatal!

Felizmente, a cafetina saiu de cena

A vida moderna está mesmo dinâmica! Imaginem que por duas semanas as páginas dos jornais e os noticiários das TVs se ocuparam da cafetina Andréia Dias Schwartz, que ajudou o FBI derrubar o governador Eliot Sptzer, do Estado de New York. A capixaba desembarcou protegida por esquema de segurança particular e somente reapareceu em público, através do Fantástico da Rede Globo, com um novo visual. Embora haja controvérsia, a empresária negou que estivesse cobrando cachê para dar entrevista. Com o decorrer dos dias, o noticiário passou a ser ocupado com a morte da pequena Isabella e as prisões do seu pai e da sua atual esposa. E com isso, a figura de Andréia Dias Schwartz e sua história de vida nos Estados Unidos deixaram de ser relevantes, permitindo que ela retomasse sua vida - incluindo atividades profissionais!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Lamentável, o atual estágio dos jogos abertos

Os Jogos Abertos do Interior, assim como, os jogos regionais, a cada edição vêm perdendo o sentido como formadores de atletas. Hoje as cidades buscam o resultado imediato - a medalha pode significar projeção política para o prefeito. Por isso, ao invés de formarem atletas e compor sua delegação com valores da cidade, preferem contratar atletas de fora, para as modalidades individuais e também para as modalidades coletivas. As despesas vão se avolumando, tanto para a cidade-sede, como para as delegações visitantes e resultado - como celeiro de atletas - não acontece. Por outro lado, não assistimos mais o engajamento, tampouco a participação da população - salvo as famílias representadas e os aficionados pelo esporte - pouca gente se dispõe a assistir os eventos. Agora, tomo conhecimento através do comentário do senhor Arthêmio Lello, que a abertura dos jogos abertos aconteceu nas dependências do Teatro Municipal de Piracicaba. Ainda que bela, a cerimônia foi reservada a poucos convidados. Em outros tempos havia até desfile das delegações e a abertura se revelava em cerimônia cívica, com ampla participação popular, geralmente acontecia em estádios de futebol. Bons tempos!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Políticos natureba

O "piripaque" que tirou literalmente do ar o governador José Serra, permitiu recuperar a lembrança de alguns políticos que se mostravam sempre preocupados com saúde e outros adeptos da alimentação natural. Serra, por exemplo, é tido e havido como hipocondríaco - corre um boato que não sai de casa sem conhecer seu mapa astral. Portanto, não é verdade que os políticos de um modo geral, durante suas campanhas, se revelem em grutões irracionais, simplesmente para agradar seus correligionários e angariar os votos dos indecisos. Ainda que não sejam poucos aqueles que não se neguem a saborear os gordurosos pasteis defeira, acompanhado de um bom copo de garapa, ou mesmo se fartar de uma boa "buchada de bode", outros, como o governador Serra, costumam zelar pela saúde e bem estar pessoal. Na região de Assis, por vezes observei um conhecido deputado, reeleito por diversas legislaturas, depois de alguma inauguração ou reunião recheada de longos e enfadonhos discursos, acomodar-se em um daqueles barracões - */bancos e mesas improvisados/*- então existentes ao lado de uma igreja ou do centro comunitário sempre na companhia de um séquito ávido pelo anunciado churrasco. Esse conceituado político, cuidadosamente higienizava suas mãos na bica d'agua mais próxima, para depois então sacar de uma vasilha (tapuer) e adispor sobre um guardanapo cuidadosamente estendido sobre a mesa -*/dali retirava as frutas frescas que degustava segurando-as na pontados dedos /* - praticamente ignorando a massa ignata que o circundava, talvez lamentando apenas não poder usufruir do conforto do seu duplex no Paraíso, bairro da cidade de São Paulo.

Quadrilheiro como "Silvinho", vai para a cadeia

A imprensa abre espaço para noticiar a prisão de ALEXANDRE BEZERRA, envolvido no furto de quadros do Masp. Evidente que sua prisão não decorreu simplesmente de sua participação no crime de furto qualificado, que não integra o rol de crime hediondos, portanto, não caberia a priori o decreto da custódia provisória. A prisão pode ser justificada em decorrência do crime de quadrilha ou bando que os envolvidos acabaram formando para praticar o crime de furto dos quadro se, anteriormente, uma obscura tentativa de furto. Seria oportuno questionar:- */porque Alexandre não recebeu o mesmo tratamento dispensado ao petista Silvio Pereira, vulgo "Silvinho", integrante daquadrilha do "mensalão", que foi beneficiado com a suspensão do processo, por dois anos, sob condição de prestar serviço à comunidade. Ainda de acordo com a notícia, Alexandre Bezerra teria uma participação secundária no crime - apenas guardou os quadros em sua casa - enquanto de "Silvinho" sabemos muito pouco de seu envolvimento com a "quadrilha do mensalão". Certamente não ficou reduzida ao recebimento do Land Rover da GDK, empresa da Bahia, favorecida em concorrência realizada pela Petrobrás!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Caso Isabella, assemelha-se ao do promotor Igor

Embora haja algumas evidências sobre a conduta do pai e da madrasta de Isabella, que podem ou não se revelar em responsabilidade pela morte da menina, a polícia - particularmente o delegado - se mostra reticente no encaminhar das investigações. Como no caso do promotor de justiça Igor Ferreira, que assassinou friamente sua mulher Patricia Aggio Longo e depois simulou um crime de roubo seguido de morte, os familiares da pequena vítima, recolhidos na sua dor, permanecem silentes - quando se manifestam é para eximir de culpa o pai da criança. Os dias vão passando e o tempo muitas vezes se revela implacável com a busca da verdade real ou na maioria do casos acaba frustrando a aplicação da lei penal - como no caso do promotor Igor!

Danilo Miranda, seria o atual Abelardo Figueiredo

No momento em que é anunciado o lançamento do livro "O show não podeparar", sobre a vida e atividade artística de Abelardo Figueiredo, como produtor musical, oportuno comentar a atuação do sociólogo Danilo Santos de Miranda, como diretor e fomentador cultural do Sesc. São duas personalidades distintas, atuando também em épocas e situações bem diferentes. Ambos atuam no show business. Enquanto Abelardo, no seu tempo, criava e organizava shows, peças teatrais, programas de auditórios e musicais, com poucos recursos e utilizando-se da criatividade, Promovia shows em casas noturnas, como o Palladiun e o Beco, que se tornaram lenda na capital paulista. Daniel Miranda, por suavez, dispondo de respeitável receita, apenas viabiliza a apresentação de uma plêiade de artistas - basicamente cantores e músicos - que percorrem o Brasil apresentando-se nas unidades do Sesc. Percebe não existir muito rigor, tampouco critério técnico para essas escolhas. Em resumo, antes Abelardo Figueiredo realizava seus eventos com recursos próprios, assumindo os riscos de eventuais fracassos. Hoje, Daniel Miranda promove um grupo de artistas privilegiados - pelo nome ou relação com o poder - oferecendo-lhes contrato para uma série de apresentações. O risco é dispensável, já que a verba empregada provém dos cofres do Sistema "S" - neste exercício estima-se em mais de 5 bilhões de reais. Com isso, Daniel projetou-se no meio artístico, sendo badalado e considerado um mecenas - talvez o único - da MPB. Apenas lamente-se que a qualidade nem sempre define o perfil do profissional contratado. Mesmo porque o resultado pouco interessa!

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