segunda-feira, 31 de março de 2008

Conforta saber que Médici alcançou 80%

Ainda existe esperança! Diante dos escândalos, falcatruas e até mesmo a existência de "quadrilha" - os 40 do "mensalão" - que permeiam o governo petista, fica difícil entender os altos índices de aprovação e popularidade do Presidente da República. Para nossa compreensão, resta oconforto de saber que o governo Médici, no auge da repressão política, obteve 80% de aprovação popular. Fica evidente que no sistema presidencialista, o governante de plantão, goza de infindáveis meios e artifícios para angariar a simpatia e o voto do eleitor. Médici, por exemplo, comparecia ao Maracanã com seu "radinho de pilha" no ouvido e era ovacionado pela torcida. O mesmo acontece com o atual presidente, quando profere os seus discursos inflamantes (?) nos carentes rincões nordestinos. Talvez o petista ainda consiga igualar-se ao presidente / militar - desde que passe a se exibir perante uma platéia, digamos mais isenta, como a dos estádios do Rio de Janeiro!

domingo, 30 de março de 2008

Pato joga futebol e jornalista fala e escreve

Ao contrário do ilustre cronista-esportivo (matéria do jornal Folha de São Paulo - edição de 30/03/2008) , entendo que o atleta Alexandre Pato faz muito bem o seu mister. Pelo texto "Pato é craque, longe dos microfones" não dá para atribuir ao entrevistado a ausência de loquacidade em suas respostas. Indago do cronista:- as respostas do atleta não teriam decorrido da qualidade das perguntas? Também gostaria de ler bons textos e ouvir perguntas originais, pertinazes e, por conseguinte, inteligentes dos seus colegas repórteres esportivos, mas ... Há de convir, em geral, as perguntas são óbvias e repetitivas - com isso, as respostas monossilábicas acabam sendo inteligentes - isso para dizer o mínimo e não ser mal-educado. Portanto, é melhor falarmos de futebol!

A Luma também . . .

Em entrevista ao OESP/30/03, o empresário Eike Batista, sem qualquer modestia, fala do seu prazer em superar-se. O curioso é que sua ex-mulher Luma de Oliveira também demonstra a mesma disposição. Antes ou logo após a separação do casal, Luma superou o episódio adotando um remédio com nome de bombeiro - ou seria o contrário?

Licença dos Sarney não aconteceu

Já superamos o primeiro trimestre e a prometida licença dos senadores Sarney - José e Roseana - ainda não se efetivou. Até mesmo os motivos dos seus afastamentos - o pai, dizia ter compromissos acadêmicos inadiáveis na Europa e a filha, tratamento de saúde no EUA/* - foram anunciados. Agora, estamos a assistir a simpática senadora Roseana Sarney, sorridente e aparentemente saudável, enaltecendo os feitos do seu partido na televisão, não deixando transparecer qualquer problema de saúde. O senador José Sarney, por seu turno, exibe incomum disposição para ocupar a tribuna e proferir vibrantes discursos contra as iniciativas do presidente venezuelano. Enquanto isso, o Palácio do Planalto - atropelando interesses da ministra Dilma - adiantava-se para nomear as pessoas indicadas pelo clã Sarney para altos cargos no Ministério das Minas e Energias e Eletrobrás. *Das duas uma*:- os motivos aventados para o afastamento dos senadores não eram verdadeiros, tampouco relevantes ou as licenças prometidas se reduziram à chantagem explícita.

Dossiê, idiossincrasia petista

Alguns cronistas têm insistido em descrever o episódio do dossiê elaborado pela Casa Civil, como simples equívoco. O eufemismo, como outros utilizados pelo petismo (erro, alopramento, etc...), vem sendo empregado com o propósito de minimizar uma conduta caracterizada como crime - aliás, temos os exemplos do "mensalão", "sanguessuga" e outras passagens praticamente esquecidas. A repetição de fatos dessa natureza, sempre voluntários, por espontâneos da grei petista, se revelam em manifesta idiossincrasia. No sentido de uma tendência, que o petismo insiste em adotar quando premido pela circunstância - não se importando com seu caráter criminoso. Levam ao extremo o princípio "maquiavélico" os fins justificam os meios - mesmo porque esse método os conduziu ao poder!

sábado, 29 de março de 2008

Corinthians, parece uma brincadeira

Não há como negar que o Sport Clube Corinthians Paulista continua sendo mal administrado. O time continua mediocre e, ainda assim, sua folha de pagamento alcança dois milhões de reais. Podem crer, a razoável campanha no Campeonato Paulista é enganosa - os participantes estavam nivelados por baixo. Agora surge, como surpresa, a formação de um time feminino, Pare com isso, digam que é brincadeira ou piada de mau gosto - ação de marketing é outra coisa. Esse pessoal nunca me enganou - sob outros métodos, a administração continua nefasta! E ainda existem pessoas crédulas e abnegadas que ainda vão aos estádios. Repito - deixem de brincadeira!

Dilma, ainda ameaça

Quando interpelada a respeito das informações vazadas da Casa Civil, a ministra Dima Roussef responde que detém informações 20.000 maior que um dossiê. Considerando que a resposta da "guerrilheira", foi feita em meio ao envolvimento da secretária-executiva do seu ministério, evidente que soa em tom de ameaça.

José de Alencar continua o mesmo

Apesar do infortúnio da doença, o vice-presidente da república continua o mesmo. Antes já saira em defesa de José Dirceu e Antônio Palocci, que acabaram defenestados do governo petista. Chegou a minimizar a gravidade das condutas do Waldomiro Diniz e do Maurício Marinho, tampouco admitiu a prática do "mensalão" - sobre o qual chegou a testemunhar negociação com o antigo PL. Agora, com a mesma disposição vem a público isentar de responsabilidade pelo vazamento de informações sobre despesas do ex-presidente Fernando Henrique e dona Ruth, através da conta tipo B, a ministra responsável pela Casa Civil - mesmo sabendo que fora a secretária-executiva do ministério quem mandou levantar os dados. É ou não um crente?!

Uma questão de interpretação

A veiculação das despesas do casal FHC, enquanto inquilinos do Palácio da Alvorada, deu ensejo aos desmentidos de envolvimento da ministra da Casa Civil. Agora, se torna público que os dados foram levantados pela Secretária-Executiva da Casa Civil - *algo parecido com o episódio Waldomiro Diniz* - onde deve ter partido o vazamento. Dito isso e considerando que o governo petista se nega a fornecer à CPI dos Cartões os gastos dos atuais ocupantes do Palácio da Alvorada, sob argumento de estarem protegidos pela lei (?) - portanto, assunto sigiloso - inclusive com amparo na Segurança Nacional. Sendo assim, certamente haverá de existir algum ilícito criminal - administrativo é evidente- na conduta dos responsáveis pela organização e vazamento das informações publicadas pela revista Veja, que poderá alcançar não só os operadores, como também os idealizadores e mandates da ação ilícita. Cabe à CPI dos Cartões e também ao Ministério Público-Federal dar curso à persecução criminal, como é do seu feitio e competência.

Cadáver não anda

Pelo que observo, a exceção acabou se consagrando como regra. Já foi o tempo que as cidades não dispunham de velório, tampouco de necrotério em seus cemitérios. Ainda assim, a conduta equivocada, por onerosa ao administrado, de levar o cadáver à presença do médico-legista mais próximo - */muitas vezes nem tão próximo/* - foi elevada a procedimento padrão nos casos de morte violenta. Leio no prestigioso Diário de Assis que os corpos dos dois jovens mortos em acidente de
trânsito no município de Maracaí, precisaram ser transladados para o IML da cidade de Assis, onde foram realizados os exames cadavéricos. É oportuno esclarecer que nos casos de acidente de trânsito, em geral, por se tratar de crime culposo, os exames se atém à observação do exterior do cadáver, não havendo - */na maioria dos casos/* - a abertura das três
cavidades, a saber:- crânio, tórax e abdômen. Portanto, o procedimento - */exame necroscópico ou autopsia/* - é simples e não requer instalações super equipadas para sua realização dentro das regras técnico / sanitárias e de respeito à dignidade humana. O assunto merece alguma reflexão das autoridades competentes - quiçá alterando esse padrão de conduta!

Dilma - parece pronta para o confronto

Já foi comum, em tempos remotos, os lutadores se preparem para o embate prendendo a faca entre os dentes, como um gesto de provocação ao adversário. Recentemente, durante a denúncia do "mensalão", o ex-deputado Roberto Jefferson, quando do seu confronto com o ex-ministro José Dirceu, fez referência ao "gosto de sangue na boca" e que se dispunha a ir para a luta com "a faca entre os dentes". Agora, deparo com a fotografia da ministra Dilma Roussef, a eterna companheira de armas, com a caneta entre os dentes - como se fosse a faca do lutador - prenunciando disposição para o confronto. Poderia ser mais objetiva, comparecendo espontaneamente à CPI dos Cartões para explicar o vazamento dos gastos do governo anterior. O clima parece já ter sido criado!

Atraso do IML não se justifica

Primeiro, é preciso esclarecer que o IML, junto com o IPT, atualmente compõem o Departamento de Polícia Científica, órgão diretamente subordinado ao Secretário da Segurança Pública. O JP (27/03) traz em manchete que o IML tem demorado, em média, 60 dias para entregar os laudos de exames de corpo de delito - provas materiais, indispensáveis
para conclusão de muitos inquéritos policiais. Soa estranha a justificativa do respeitável médico-legista, sobre a carência de recursos humanos - presume-se que os recursos materiais disponíveis sejam suficientes - por se tratar de um problema que se arrasta desde sempre. Nesse caso, a experiência recomenda criatividade e iniciativa da direção do órgão, já que o compromisso do servidor é com o interesse público e este, evidentemente, não vem sendo atendido. Pode-se supor que a situação grasse por outras unidades do DPC e aqui no litoral tem sido possível observar que os médicos-legistas estão elaborando os laudos mais simples (lesão corporal, principalmente os negativos), que são predominantes, apenas preenchendo à mão os claros do formulário no momento do exame - dispensando com isso, o serviço de datilografia ou
digitação. Por certo, a adoção de medidas simples como essa, poderão contribuir para a celeridade do serviço.

quinta-feira, 27 de março de 2008

O discurso do Gilmar Mendes

Ainda que se possa contestar, ou pelo menos ponderar sobre a fala do recém empossado presidente STF, particularmente quando se refere ao sistema prisional brasileiro, "como um quadro de vergonha nacional", há que se reconhecer a oportunidade da assertiva. Ainda assim, infelizmentenão se pode oferecer a ele a conveniente equidistância do problema. Como membro do Poder Judiciário e antes eminente burocrata na esfera Federal, contribuiu, de alguma forma - */para o bem ou para o mal/* - para a existência da situação agora denunciada. Aliás, nesse sentido atribui ao Poder Judiciário, como órgão responsável pela execução criminal, a responsabilidade para apontar solução para o problema. Seria oportunoque o presidente do STF sugerisse alguma medida mediata. Aliás nesse sentido, poderia encaminhar suporte legal para impor aos magistrados - responsáveis pela execução criminal - obrigação de supervisionar a administração dos estabelecimentos prisionais, indicando-lhes novas diretrizes e adotar medidas indispensáveis para a efetiva recuperação dos sentenciados. Com isso, conheceriam a problemática carcerária mais de perto, obtendo subsídios indispensáveis para a aplicação da regra jurídica nos casos concretos. Certamente deixariam de ignorar os limites físicos e econômicos - */como ocorre nas demais áreas da administração pública /* - passando a adotar critérios, por convenientes, oportunos e necessários, como aqueles que regem princípios da física, como ciência exata. A bem da verdade, o mesmo caos se repete nos hospitais, escolas e nas cadeias brasileiras!

Delfim, apresenta como falso oráculo

Curioso é que esse economista já foi Ministro da Fazenda, da Agricultura e do Planejamento, em governos passados, sendo seu mais marcante atribuir ao preço do insosso chuchu o aumento dos índices de inflação. Depois tornou-se parlamentar, sempre defendendo os interesses da Febraban e dando pitacos nas políticas econômicas - em geral para atribuir defeitos, assim como fez com o glorioso chuchu. Sua atuação no parlamento, obteve tal irrelevância que acabou refletindo na sua não eleiçao para deputado federal pelo PP - o mesmo partido do Paulo Maluf e do Pedro Henry - que hoje integra a base do governo petista. Imaginem, um economista que serviu aos governos militares e depois emprestou seus mandatos aos banqueiros e agora se personifica como oráculo da boa marcha da economia brasileira. Nessa condição, não se constrange de oferecer os seus préstimos, na forma de opinião abalizada sobre qualquer assunto, desde que seja para apoiar a atual conjuntura, por demais favorável aos bancos - arrenega qualquer restrição ao crédito, mesmo reconhecendo no sub-prime barberagem do FED na implementação da política econômica americana.

Colecionador de Gibis

Recentemente o “Estadão” trouxe reportagem sobre os “comics hunters”, que se traduz nas pessoas que guardam o prazer de preservar as histórias em quadrinhos – algumas fazem desse deleite um meio de vida e outras as mantém como vício, chegando a dispender altas somas para adquirir exemplares raros – evidente que se revelam, aos olhos da família e do observador comum, como indivíduos excêntricos.

Esse registro, como outras matérias recorrentes, remexe com o baú das minhas lembranças de uma infância rica de passagens, hábitos, pessoas e lugares, dando lugar a mais um texto - desses que me permitem reproduzir, nem sempre com a fidelidade devida, situações e personagens - com a liberdade de expressão permitida aos incautos.

A primeira imagem é da fila do matinée, do Cine Ourinhos, nas tardes de domingo. A competição já se inciava antes da abertura das bilheterias – era disputado o primeiro lugar da fila - presumo que ainda existam as mesmas portas de ferro, que corria numa espécie de trilho. Ali aconteciam as vendas e trocas de gibis – do Mandrake, Fantasma, Flash Gordon, Cavalheiro Negro e outros - muitos já com suas capas um tanto rotas, isso pelo leitor ávido da novidade.

Sem dúvidas, essa experiência se traduzia nas primeiras lições da mercancia. Cada um estimava preço da sua mercadoria, sempre procurando obter o melhor resultado – infelizmente, não levei esse aprendizado para a vida real - nunca fiz bons negócios, até hoje não consigo vislumbrar uma boa oportunidade.

Mas esse interesse pelos gibis, certamente contribuiu para desenvolver o prazer pela leitura – adquirido como hábito, uns bons anos depois - e, principalmente conhecer verdadeiros “comics hunters” pessoas admiráveis e que se revelavam em profissionais capacitados, cidadãos respeitados e bons chefes de família, apenas reservavam algum tempo (e dinheiro) além do espaço em suas residências - muitas vezes a revelia ou contragosto da esposa – para cultivarem o hábito da leitura e manutenção de belas coleções de gibis ou revistas em quadrinhos.

Acho que já contei aqui sobre os meus avós maternos, donos de uma colchoaria na rua Paulo Sá, esquina com Euclides da Cunha. Ali trabalharam figuras inesquecíveis - Alípio, penso que se tornou policial rodoviário; “Taquinho”, lateral esquerdo do Operário e o senhor Jaime, cuja história de vida é de uma dignidade exemplar - entre eles um colecionador de gibis.

Suponho que o senhor Jaime havia chegado há pouco na cidade e com sua família foi morar na então longínqua chácara do meu tio Octávio Cristoni, - fundos do cemitério - enquanto trabalhava na Colchoaria Gonçalves – lá nos altos a cidade.

Ainda era bem jovem, com respeitável porte atlético. Isso não o impedia de ser uma pessoa amável, homem de fala mansa, educado e dotado de uma sabedoria incomum - chegava a se estranhar fosse ele colecionador de gibis e seu leitor contumaz – qualidades que o levaram a se tornar respeitado e admirado cidadão ourinhense.

A par de seu trabalho de colchoeiro, logo se integrou ao Esporte Clube Operário, como massagista, dentre as experiências que já que trazia na sua bagagem. Como atleta, tinha o judô como seu esporte preferido. Não demorou a compor o grupo de judocas que se exercitavam sob o o comando do Kodama, então alfaiate na rua Gaspar Ricardo, em locais improvisados, como o armazém da Cia. Prado Chaves – admirava sua habilidade saltando corda para se aquecer - onde o tatame dividia espaço com pilhas de sacarias de cereais.

Voltando ao matinée do Cine Ourinhos, num certo domingo, ao disputar um lugar na fila, acabei discutindo com o “Cachimbo”, outro menino, que se tornou craque no futebol - freqüentador do campo do Operário, desde cedo exibia habilidade incomum, sua jogada predileta era a bicicleta, que executava com perfeição - culminando com uma pretensa “briga” no interior do cinema.

Estava propenso a evitar o meu desafeto, mesmo porque nunca fui “bom de briga” – ao contrário de ocupar as primeira carteiras junto da tela, como era costume – fui me acomodar no balcão. Voluntária ou involuntariamente, o meu oponente teve a mesma idéia. Instigados por amigos comuns, acabamos nos engalfinhando – perigosamente junto ao parapeito. Não chegamos a correr nenhum risco, pois logo o senhor Tufi, bonachão lanterninha, aproximou-se e colocou ambos para fora do cinema – sob ameaça de suspensão – sem mesmo ouvir nossas justificativas. Engraçado que na rua, ao invés de darmos seqüência ao embate, cada um foi para o seu lado, lamentando a perda do seriado do “Flash Gordon”, como episódio a cada domingo.

Quanto ao senhor Jaime, este continuou sendo um exemplo – tenha certeza que em muitos momentos da minha, foi nele que me espelhei - retomou seus estudos em cursos noturnos que surgiam na cidade. Mais adiante prestou concurso para o correio, tornando-se funcionário da agência da cidade. Mesmo à distância, sempre procurei saber do colecionador de gibis. Fiquei sabendo que conclui com brilho a Faculdade de Direito e, pelo que sei, já que não mantivemos mais contato, tornou-se respeitável operador do direito.

Fica a lição sobre o hábito da leitura, ainda que despertado por obras sem valor literário – outras, jocosamente, são denominadas de subliteratura – não deve ser desprezado, pois mais adiante haverá de desenvolver o senso crítico e conduzir a leituras de melhor qualidade e conteúdo significante, ou não!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Petismo - experimenta do próprio veneno

É sabido que o Partido dos Trabalhadores para alcançar o poder contou com a presença de sua militância. Não foram poucos os governos que sofreram - muitas vezes falsamente - vazamentos de dados ou de práticas governamentais, por conta dessa mesma militância, já incrustada em várias instâncias administrativas. Essas informações encontravam eco, tanto da imprensa, como no ministério público, ambos impregnados com as cores petistas e dispostos a contribuir, de qualquer forma, para a tomada do poder. Agora, mesmo tomando o cuidado de aparelhar o Estado com os colaboracionistas de sempre - "mensaleiros","aloprados" e uma plêiade de "paus-mandados" - voluntária ou involuntariamente, acaba experimentando do próprio veneno. O vazamento das despesas do casal Cardoso haverá de produzir fatos novos - inclusive de caráter eleitoral - que fogem ao interesse do governo petista, pelo menos neste momento.

Telefonema - há que ser confirmado, ou não

A revista Veja, desta semana, traz matéria sobre gastos que o casal Fernando Henrique e Ruth Cardoso realizou, sob as contas tipo B, enquanto ocupantes do Palácio da Alvorada. Na segunda-feira, o Palácio do Planalto negou o vazamento das informações e adianta que a ministra Dilma, da Casa Civil, telefonou para dona Ruth. A boa prática jornalística recomenda que se consulte a parte ofendida, para que se esclareça a veracidade da informação e, se possível, o conteúdo da conversa. Quanto aos fatos noticiados pela Veja, certamente haverá desdobramentos e a indispensável repercussão.

segunda-feira, 24 de março de 2008

O sectarismo religioso dos atletas

Aliás, para felicidade dos falsos profetas, muitos jogadores de futebol adotaram a religiosidade como fonte de inspiração e garantia de sucesso. A maioria tem origem humilde e certamente encontram na religião asegurança e amparo para a incerteza da profissão prenuncia. Evidente que o atleta Kaká não figura nesse rol - */sua origem é da classe média e aparentemente usufruiu de boas condições, inclusive escolar ecultura/*. Ainda assim, não se priva de exibir em público a sua religiosidade - */chega a anunciar sua disposição de tornar-se pastor./*Agora, a declaraçã sobre sua admiração por Johan Cruyff e Marco VanBasten - */isso, por não dizer respeito à postura pessoal, tampouco pela técnica apurada de ambos, mas exclusivamente pela sua disposição deganhar três bolas de ouro, como os dois holandeses/* - causa certa apreensão. Evidente que se respeita a opção religiosa do nossos atletas, mas o sectarismo exacerbado, em geral não traz benefícios duradouros, simplesmente por não lhes permitir experimentar outras verdades. Supondo que a capacidade desses indivíduos não se restringe à habilidade e técnica na prática futebolística, nem mesmo da possibilidade momentânea e passageira de acumular riqueza, permite inferir que podem se desenvolver cultural e intelectualmente através da leitura e do estudo - lamentavelmente, não assistimos qualquer preocupação nesse sentido.

Qual é o carioca dessa relação?

Esse conchavo mineiro, envolvendo o governador Aécio Neves e o prefeitoFernando Pimentel, merece algumas reflexões. Uma delas é saber a queminteressa a inusitada, por estar sendo realizado em uma cidade aexpressão de Belo Horizonte, composição entre PSDB e PT. Independente daorigem dos principais políticos envolvidos, seria oportuno indagar: Qualé o carioca desse acordo ? Isso no sentido do pretenso ladino,vivaldino, esperto, sempre querendo levar vantagem - muita vezes, nãolevando em consideração a capacidade do oponente e até mesmo docompanheiro.

Discutiu, mas não assinou

A coluna da Sonia Racy, (OESP/21/3) cobra do presidente petista ocompromisso assumido, perante a OAB, durante a campanha presidencial, sobre a utilização das MPs estritamente nos termos autorizados pela CF/88 - relevância e urgência. É certo que esse compromisso não foi honrado, - ao contrário do "jogo do bicho" para ele não vale o que está escrito, ainda que assinado. A cronista ainda lembra que o petista participou da discussão e elaboração da atual constituição. Apenas não esclareceu que o então deputado federal, como seus demais companheiros no Congresso Nacional, sob pretexto chulo, ao final negaram-se a assinar a carta magna, certamente com o propósito de não cumpri-la.Talvez por isso, os senadores não acreditaram na carta por ele assinadae apresentada no estertor da CPMF - evidente que os antecedentes do presidente petista não o recomendavam!

sexta-feira, 21 de março de 2008

Mais uma provocação do governo petista

Leio que a ministra Marta Suplicy , da pasta do turismo, terá sua candidatura à Prefeitura de São Paulo anunciada aqui em Guarujá. Consta que o Presidente da República estará presente para lançar o programa
"Viaja Mais Melhor Idade" e na ocasião dará o seu aval para a candidata sair em campanha. A provocação fica por conta do local escolhido para lançamento do programa destinado à "terceira idade" - aqui tudo é caro e
difícil. Evidente que a cidade não é o melhor destino, tampouco oferece as melhores condições para acolher essa faixa etária - salvo os integrantes da "zelite". É conhecida a carestia do custo de vida em Guarujá. As vagas existentes em hotéis acessíveis (baratos) são poucas e a qualidade em geral não atende as expectativas; não dispõe de hospital, sendo a assistência médica precária; sua interligação é basicamente com a Capital, exclusivamente por ônibus, em horários incompatíveis com a demanda; e, não existe aeroporto civil.

Alckmin a procura de um novo modelo

Homem simples e de hábitos comedidos. Mesmo quando ocupava cargos relevantes, como o de Governo do Estado de São Paulo, nunca se revelava na ribalta. Precisando admitir alguma qualidade em sua atuação política, preferia tomar emprestado o comportamento de Mário Covas, Franco Monto e Fernando Henrique - a quem dizia ter como modelos de homens públicos. Agora, em plena campanha para a Prefeitura de São Paulo, quando afirma que vai defender a administração do José Serra, parece estar se travestindo de Orestes Quercia - cujo perfil reconhecidamente não é lá muito recomendável!

Mercado vulnerável

O mercado de capital no Brasil -* leia-se Bovespa / BM&F* - como a nossa economia, tem apresenta apenas ciclos de crescimento. Talvez isso aconteça por estar sustentado em poucos papéis com credibilidade e
rentabilidade. É o caso das ações da Vale do Rio Doce e Petrobrás. Não saberia dizer se o momento é oportuno que a Bovespa tornar público o quanto essas ações representam em suas operações diárias - *que vêm superando 60.000 pontos. *Evidente que não se pode afirmar que o mercado de capital no Brasil é uma farsa - */aliás, como tantas outras difundidas por aí /*- pela falta de lastro, mas que é vulnerável, por
estar sustentado em poucos papéis, lá isto é!

Polícia de Segurança Pública - nome sugestivo

Independente da ação policial realizada nas imediações do Consulado Brasileiro em Lisboa, a notícia do episódio nos sugere uma medida que poderia vir a ser adotada pelos nossos governantes - *como primeiro
passo para melhorar a nossa segurança pública*. Aqui não estamos a comentar tão pouco repercutir o ocorrido. Aproveitando a proximidade do dia 31 de março (ou seria 1º de abril) de triste memória, sugerir um novo nome para as nossas policias estaduais - *Polícia de Segurança Pública* - a exemplo de Portugal. Talvez eliminando a expressão "Militar" e a "Civil" - *e outros equívocos *- das corporações atualmente existente, a partir daí unificando-as, pudéssemos alcançar um novo patamar na prestação desse indispensável serviço público. Ou não, como diria o sábio!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Cana, produção aumenta 15% e preço cai 30%

A Unica, entidade que congrega as usinas de açucar e alcool, anuncia que a produção de cana-de-açucar cresceu 15% no ano passado. Isso significa que a área plantada foi expandida - muitos agricultores foram induzidos por um preço irreal/*. Por outro lado, repercute que o preço pago aos produtores rurais caiu 30%, no mesmo período, justamente pelo aumento da oferta. Indaga-se como garantir, para a próxima safra, a mesma área plantada - não se fala em aumento - sem garantia de um preço justo. Aliás, muitos agricultores foram levados pelo canto da sereia - preço pago na safra de 2006 foi convidativo/e se revelou ilusório - ficando frustrados com o valor recebido das usinas no decorrer da safra de 2007. Por isso, não se acredita nem mesmo na manutenção da área plantada - ainda assim existirá cana suficiente para garantir a produção - cabendo às usinas explorarem ao máximo a áreas próprias e arrendadas, para suprir a falta de alguns fornecedores desesperançados.

O senador Mercador é melhor como economista

Seria oportuno ouvir o general Oliva sobre o texto do seu filho senador Mercadante, a "PAZ" (OESP/18/3). É no mínimo oportunista a mensagem do petista quando impõe ao Governo Colômbia responsabilidade pela existência das Farc por mais de 40 anos. Ainda condena a ação militar, descrita como invasão do Equador, sem levar em conta que o país do presidente Correa acoitava o grupo beligerante em seu território, dando-lhe proteção - */ basta observar que os "guerrilheiros" trajavam pijamas, o que lhes confere o status de hóspedes./* Não quis ouvir as justificativas do presidente colombiano, tampouco levou em consideraçãoa ausência de "/ânimus invasor/" na ação dos militares colombianos - */ apenas um detalhe desprezível, por contrário a seu raciocínio/* - nem mesmo o pedido de perdão levou em consideração. A parcialidade do senador petista é manifesta e causa indignação, não só por considerar as Farc um grupo político, ignorando deliberadamente seu envolvimento com o narcotráfico e utilizar a prática do sequestro em massa, como instrumento de extorsão - */além de impor aos sequestrados tratamento desumano. /*/Também não levou em conta que o governo anterior aquiesceu à chantagem e desmilitarizou extensa área do território colombiano, com propósito de negociar a paz - /*a real e não a fictícia aventada pelo senador */- e disso se aproveitou as Farc para estender os seus domínios e impor o terror à população das áreas ocupadas. Com isso, fica evidente o oportunismo do senador Aloísio Mercadante, seu ostracismo político é merecido, como retribuição à sua atuação de legislador - sua análise dessa quadra da geopolítica sulamericana, certamente o recomenda como economista!

Clube dos 13, presa fácil

Com toda esperteza que marcou sua criação, o Clube dos 13 acabou se tornando presa fácil da Rede Globo. Em anos passados, chegou a contar com o interesse da Rede Record, para obter melhor ganho nos contratos de televisionamento dos jogos do Campeonato Brasileiro - aliás, a Record, entre as demais, é a única em condições de competir, simplesmente por não ter problema de caixa. No entanto, a falta de perspectiva, face a existência de regras que privilegiam a Rede Globo, fez a Rede Record desistir do embate. Com isso, o Clube dos 13 tornou-se refém da sua própria ganância - obteve, para os campeonato de 2009, 2010 e 2011, oferta menor que a esperada - agora, resta apenas lamentar!

Luiz Gushiken - estou certo da sua condenação

Ao contrário do petista Luiz Gushiken, envolvido no "mensalão", que sediz convicto da sua absolvição, estou certo da sua condenação - APOSTONA CONDENAÇÃO DE TODOS ENVOLVIDOS. A propósito, foi Henrique Pizzolato, também petista, quem o mencionou como mandante do repasse de verbas do Banco do Brasil para a DNA - empresa de propaganda do Marcos Valério, aquele "Carequinha" de Minas Gerais. Depois assistimos seu afastamentodo Governo Federal, ao que parece para se dedicar aos fundos de pensão - sua especialidade desde sempre. Ainda mantém seus postos no governo, inclusive no IBAMA/sp.

segunda-feira, 17 de março de 2008

A eleição no Ministério Público

O candidato mais votado na preferência dos eleitores foi um candidato deoposição à atual direção. Agora, os três candidatos mais votados, vão ter os seus nomes submetidos à apreciação do Governador do Estado. Adiantam que o escolhido será o mais votado, simplesmente porque expressa a vontade da maioria. Nos últimos tempos, parece que apenas o governador Mário Covas, no seu primeiro mandato, não levou em conta, ignorando a ordem de votação - */teria sido tachado de anti-democrático/*. Então, mesmo havendo o escrutínio interno para indicação dos três nomes a serem oferecidos ao governador, das duas uma:- se for simplesmente para nomear o mais votado, a escolha do governador não será livre, portanto fere a autonomia do Poder Executivo a quem cabe nomear o Procurador-Geral da Justiça de sua livre escolha ou o Governador do Estado não se deixa encabrestar e exerce o direito de escolher e nomear, como manda a Constituição. Felizmente ou infelizmente, o Ministério Público ainda permanece vinculado ao Poder Executivo, tanto na esfera federal - */onde cabe ao Presidente da República escolher e nomear o Procurador-Geral da República /* - e no âmbito Estadual - /*como vimos, essa Garantia Constitucional é exercida pelo Governador do Estado*/. A regra está posta e estamos a assistir como será observada!

domingo, 16 de março de 2008

Juiz faz parte do espetáculo

O texto do Hugo Giorgetti, ao contrário dos neófitos (cristãos novos nacrônica esportiva), traz a visão do cineasta, ou seja, sua escrita costuma trazer a imagem e as demais situações que a cercam - isto é, a repercussão do fato. Neste domingo, ao falar da expulsão do goleiro Marcos (OESP/16/3) comenta a conduta do árbitro e destaca a intervenção equivocada do juiz Paulo Cesar de Oliveira, na arbitragem da partida Palmeiras x Bragantino - ao contrário do cronista, sou corintiano. Ouso acrescentar ao comentário do cineasta que os árbitros, aí incluo os bandeirinhas, juiz auxiliar e chefe do departamento de árbitros (?), que o mediador esquece -*/ o certo seria dizer, ignora - /*que participa de um espetáculo, como os demais destinado ao entretenimento. Assim, não lhe cabe inibir, tampouco influir de forma a delustrar a performanceindividual e, principalmente, prejudicar o conjunto da apresentação. Pelo contrário, incube-lhe zelar pelo brilho e desenvoltura doespetáculo, deixando o jogo fluir e interferindo apenas quandoindispensável e sempre que possível - assim como na NBA - com propósitode dar continuidade ao show, mantendo ou acelerando a sua dinâmica.Aliás, ao que me consta, essa é a orientação da FIFA - deixar o jogocorrer e em caso de dúvida, premiar o gol e garantir a realização dasjogadas brilhantes, diria eu!

sábado, 15 de março de 2008

Alta dos juros - existem outras medidas

Preocupado com a inflação, decorrência do aumento do consumo, o governopetista prenuncia aumento dos juros - */chega ao cúmulo de sugerir que apopulação não consuma com exagero/* - caso a inflação não arrefeça. Seresume na imprudência de um governo populista, com sua visão eleitoreiratotalmente obtusa, com sua incapacidade ainda vai acabar desperdiçandoum período favorável da economia mundial, que tende a se exaurir.Evidente a existência de outras medidas, que podem antecipar-se aoaumento dos juros, como a limitação das prestações para as compras acréditos - /*principalmente, aquelas referentes a bens duradouros*/ - enão permitir que os empréstimos consignados possam ser acumulados, comduas ou mais operações, antes da quitação da primeira tomada dedinheiro. Outras haverão de existir - */certamente o aumento de 140%para o funcionalismo dessa gama de medidas /*- desde que sérias evoltadas para o interesse público. Presidente, há que se cuidar dopovo, mas com responsabilidade, talvez baste afastar de si esse cálice,representado pelo exacerbado populismo / eleitoreiro, acumulado com adesmedida incom*p*e*t*ência administrativa !

Texto do projeto de Lei-Complementar nº 8, é discutível

A minha experiência na atividade policial e defensor que sou da carreiraúnica nas corporações policiais -* aliás, percorri durante 30 anos asséries de classes da Polícia Civil até alcançar o cargo de delegado depolícia classe-especial *- penso ser suficientes para intervir nessadiscussão e oferecer algumas ponderações sobre as lacunas existentes nanorma ainda na forma de projeto de lei. O policial civil, *bacharel emdireito ou não*, que tenha por objetivo alcançar o cargo de delegado depolícia, como meio de ascender profissional e socialmente, com o adventoda exigência de 3 anos em atividade jurídica prevista nalei-complementar em gestação, estará, s.m.j.. impossibilitado dedesenvolver seu projeto de vida. A lei em questão, pela simples leiturade sua justificativa, não traz em seu bojo, tampouco no seu texto apossibilidade de ser considerada como atividade jurídica a função policial, mesmo que se desenvolva no âmbito da polícia judiciária, comoé o caso dos agentes da Polícia Civil. Com isso, ao contrário do queocorre com o serventuário da justiça, incluindo o oficial de justiça, oescrivão, investigador, agente de telecomunicações e carcereiropolicial, cujo regime especial de trabalho / dedicação exclusiva nãopermitem acumular outra função, salvo a de professor, portanto, nãoestarão aptos a concorrer doravante no concurso para delegado de políciado Estado de São Paulo. mesmo aprovado no exame da OAB. Suponho que,por se tratar de lei que restringe direito até então assegurado,evidente a constitucionalidade da regra proposta. Ainda que louve ainiciativa e seu objetivo de buscar um novo status para o delegado depolícia, no sentido de equipará-lo às carreiras jurídicas prevista na CF/ 88, haveremos de expandir essa discussão, como meio de aperfeiçoar otexto do Projeto de Lei-Complementar nº 08. A experiência e qualidadeprofissional dos nossos agentes não podem ser desperdiçadas. A PolíciaCivil de São Paulo não pode prescindir dessa mão de obra altamentequalificada, em cuja formação despendeu energia, tempo e partesignificativa do seu orçamento.

Governo petista está emitindo cheques pré-datados

A promessa feita pelo Governo Federal de reajustes salariais aosfuncionários públicos federais, de forma escalonados para os próximosquadro anos, haverá de alcançar o futuro governo certamente, nãopetista. Com isso, promessa dessa natureza vai comprometer programa degoverno alheio e se aproxima do consumidor contumaz que emite uma sériede cheques pré-datados com a certeza que não terá que cobri-los na épocado seu desconto / cobrança. Em qualquer circunstância, essa atitudepoderia ser considerada leviana, algo como fazer cortesia com o chapéualheio.

Inoportuna a representação do PT

Para dizer o mínimo, a representação oferecida pelo Partido dosTrabalhadores, junto ao Conselho Nacional de Justiça, contra o ministroMarco Aurélio Mello, nos parece inoportuna. Reputo que o momento paraimpugnar a intervenção do magistrado e até mesmo representar contra suaatuação, aconteceria quando de sua manifestação nos autos - eventualprocesso ainda não instalado - sobre o assunto que expenderapublicamente sua opinião. Agora, questionar ou tentar impedir que ocidadão, no gozo dos seus direitos, ainda que magistrado, banqueiro,policial ou lixeiro, se manifeste a respeito de qualquer assunto oumedida anunciada pelo Poder Executivo - mesmo no tom de crítica ouavaliação sobre sua legalidade- resvala para o terreno da censura. Oequívoco, por evidente, sugere outro (s) objetivo (s) - aliás, ogrão-mestre do petismo já traduziu em palavras sua contrariedade com osjuízes e legisladores - e o emparedamento, no sentido cercear aliberdade de julgar dos magistrados, certamente não está descartadadesse seu rol de intenções petistas.

O Prefeito Horácio Soares e as reservas brasileiras

Podem crer ! Houve tempo que os pais contavam histórias para os filhos. Nem sempre retiradas dos livros, como se tornou regra nos dias de hoje, muitas delas fundadas em experiência da vida pessoal ou passagens familiares. Nesse contexto, os assuntos do nosso cotidiano, incluindo religião, comportamento, atividades escolares davam o tom das conversas. Até mesmo a política integrava os diálogos domésticos. Os adultos assumiam suas posições com clareza - era comum nas residências a existência da fotografia de um líder político ocupando lugar de destaque - sem sofisma, mas com suas contradições.

Com isso, lá em casa nunca foi segredo que meu pai era "Getulista", sua raiz gaucha – vovó Anna nasceu em Carazinho-RS - falava mais alto. No Estado era eleitor cativo do Ademar de Barros, gratidão pela construção do Hospital das Clínicas. E no município sempre apoiou Horário Soares, enquanto político atuante. Com o retorno de José Maria Paschoalick, uma amizade antiga e freguês fiel no açougue, encontrou uma liderança para fazer frente ao "Barbozinha" e Carmelingo Caló, figuras que não gozavam da sua simpatia.

Sendo assim, a démarche da política municipal - recheada de vitórias, derrotas, críticas, elogios e campanhas desastradas - era acompanhada por toda a família. O assunto era recorrente, talvez por isso – meu irmão Aureliano, costuma dizer que os causus devem ser repetidos para não serem esquecidos - seus detalhes ainda são lembrados.

Certamente muitos ourinhenses ainda guardam na lembrança as práticas administrativas do prefeito Horácio Soares - evidente que não haverá unanimidade - alguns reconhecendo suas qualidades, principalmente a honestidade e retidão de propósito e outros lhe negando competência ou capacidade administrativa.

Mesmo depois de deixar a prefeitura – isso na década de 40 ou início de 50 - o líder popular continuou a participar ativamente da política ourinhense. As fotografias do José Carlos Neves Lopes registram a presença de Horácio Soares nos principais eventos políticos realizados na cidade – sua residência, nos altos da rua Arlindo Luz ou a sede da Fazenda Chumbiada, eram passagens obrigatórias dos seus aliados, talvez até dos adversários, sendo indispensável ouvi-lo, sua liderança sempre foi reconhecida e sua sabedoria respeitada - por último participou ativamente das campanhas do Ademar de Barros.

Evidente que sua figura cativante, bom papo, aliada à sua sabedoria, sempre ligado a atividade agrícola permitiram desenvolver sua vocação política, facilitando sua identificação com o grosso do eleitorado ourinhense – também, em sua maioria, oriunda do meio rural – que viam nele a figura do parceiro, vizinho ou mesmo do patrão.

A marca da sua gestão e principal caraterística de Horário Soares, por certo foi obtida na boa prática da agricultura – reservar recursos e provimentos de uma boa safra, para garantir a sobrevivência em períodos de "vacas magras" - racionalizando a aplicação dos recursos públicos, de forma a manter algum dinheiro nos cofres municipais, por certo antevendo algum período mais difícil adiante.

Existem controvérsias ! Mas, por décadas Horácio Soares carregou o estigma da falta de ousadia administrativa, as melhorias urbanas e embelezamento da cidade não teriam sido prioridade de sua administração – por exemplo, o calçamento somente teria sido implementado na administração do Cândido Barbosa Filho, o "Barbozinha" - talvez a educação e a racionalização dos gastos públicos foram suas prioridades.

Nesse quadro, a poupança realizada teria ocorrido em detrimento dos investimentos – por certo, como hoje, os recursos não eram abundantes, tampouco suficientes para atender todas as demandas - mantendo nos cofres municipais reservas substanciais. Talvez não houvesse aplicação financeira disponível, assim – comentam as más línguas - que Horário Soares teria socorrido a prefeitura de Avaré , que passava por dificuldades financeiras, mediante expressivo empréstimo – para os dias de hoje, uma situação irreal !

É bom lembrar que essa prática antigamente era muito comum entre os amigos e vizinhos.. Meu pai contava que um vizinho, famoso industrial da cidade, amigo de longa data - recentemente observei o seu nome como declarante no registro do óbito da minha avó Anna Cerqueira - costumava procurá-lo fora de horário bancário para que o socorresse com dinheiro vivo. Tudo na base da confiança - nem sempre recíproca, tampouco reconhecida !

Não é por acaso que faço a comparação da administração Horário Soares com o Brasil dos nossos dias – da administração petista. Reconhecidamente, o Governo Federal não é lá de ousar. E aproveitando período de "vacas gordas" e adotando práticas econômico / financeiras - duvidosas, segundo alguns analistas - o país acabou acumulando reservas internacionais, em moedas estrangeiras, principalmente dólares, nunca antes imaginável.

Afastado os defeitos de caráter, aparelhamento do Estado e favorecimento dos parentes e correligionários, o governo petista e o prefeito Horário Soares têm a aproximá-los a falta de aptidão para avançar na melhoria da infra-estrutura e dificuldade de gestão da máquina administrativa. Ambos optaram por garantir os cofres abarrotados, ainda que a custa de uma visão obtusa do desenvolvimento, preferindo manter cativo expressivo segmento da população, que por certo lhes garante o voto em futuras eleições.

Além de outros aspectos, ainda têm a diferenciá-los, a formação moral e experiência de vida do prefeito Horário Soares, sua conduta correta, construiu sua vida política através do trabalho e seus propósitos republicanos nunca foram contestados. Enquanto agora assistimos o presidente petista ignorar os crimes praticados por seus pares, envolver-se em confronto com os demais poderes da República e ainda festejar o enriquecimento de seus familiares por meios, digamos, não convencionais.

Sabemos que administrar não se resume apenas a uma questão de opção – no caso econômico-financeira, se traduzem nas reservas e no plano político-eleitoral, nos deparamos com a bolsa-família - podendo concluir que Governar é bem mais que isso, estabelecer prioridades e gerir com eficiência os recursos públicos, seguramente faria parte desse rol. Evidente que realizar empréstimo ou garantir dívida de outrem, em geral não diz respeito ao interesse público - antes o socorrido foi a cidade de Avaré, agora os Estados Unidos da América.

Assim como ocorreu com o prefeito ourinhense, apenas o decorrer do tempo mostrará os eventuais equívocos - Ourinhos ainda encontrou tempo para buscar o seu desenvolvimento, principalmente urbano, com outros modelos administrativos - do governo petista, cabendo aos eleitores brasileiros escolher como seus futuros governantes, além de gestores eficientes, pessoas verdadeiramente honestas e capacitadas a levar o Brasil encontrar finalmente o seu futuro !

terça-feira, 11 de março de 2008

Aplaudir e cobrar os procuradores

Há que se aplaudir a atitude dos procuradores da república, quando buscam inibir o uso do espaço da praia apenas por privilegiados. Não há como recriminá-los, apenas cobrar que igual medida pode ser tomada em outros municípios, onde a situação se repete. Por exemplo, a cidade de Santos, onde atuam. Ali a praia foi loteada por entidades de classes e clubes de serviço, cada um instalando sua barraca por toda a extensão da areia - quando não, arrendadas ou cedidas para particulares explorarem o espaço comercialmente. E atentem que as barracas, em Santos, são dotadas de cozinha, refeitório, espaço para descanso e lazer. Então, senhores procuradores, vamos estender a medida para outros rincões - ou não?

Franklin e Gabeira - destinos diferentes

Conhecemos a história política do Franklin Martins e do Fernando Gabeira. Ambos jornalistas de sucesso, ainda bem jovens convictos que a situação política do país exigia, bem mais que seus textos impressos nos jornais, engajados politicamente acabaram aderiram à luta armada. Alcançaram alguns feitos, o principal foi o sequestro do Embaixador dos Estados Unidos. Mais adiante foram presos e exilados. Retornaram por ocasião da anistia e cada um tomou o seu destino. Enquanto Franklin Martins retomava sua profissão, tornando-se respeitado jornalista da Globo, Fernando Gabeira assumia a condição de escritor, com sucesso e festejado pela juventude e esquerda, por suas posições polêmicas e comportamento excêntrico. Em certo período tornou-se uma figura folclore, pela defesa intransigente do meio-ambiente e campanha para descriminalizar a "maconha". Com isso, obteve seguidas eleições para a Câmara dos Deputados. A ascensão do petismo, por sua vez, permitiu que o político Franklin Martins saisse do armário e assumisse ministério no governo petista, após ser despedido da Rede Globo, supostamente por ter recebido benesses da administração federal. Nesse quadro, o deputado Fernando Gabeira, que já exercia seu mandato de forma escoteira (isolada - locomotiva que trafega sem vagões), adquiria status de liderança na busca de um parlamento independente. Viu seu prestígio crescer quando deflagrou o movimento que derrubou o Presidente da Câmara, sabujo do governo federal, por prática de corrupção. Agora, ao mesmo tempo que Franklin Martins tenta implantar a Televisão Pública, como instrumento do Governo Federal, assistimos Fernando Gabeira ascender como expressão política do Rio Janeiro . Candidatíssimo à prefeitura carioca, Gabeira vem recebendo uma avalanche de apoio e incentivo através dos editoriais dos principais jornais do país - prenúncio de esperança para uma cidade conturbada. Alvíssaras!

domingo, 9 de março de 2008

400 mil grampos - nem o Regime Militar foi capaz disso

Mais de mil escutas por dia - *justificadas ou não * - a justiça brasileira autorizou durante os 365 do ano passado. Pelo menos, é isso que o site Consultor Jurídico publica, tendo como fonte as empresas de telefonia. Nada menos que 406 mil sigilos telefônicos foram quebrados, mediante autorização judicial, durante o ano de 2007. Como não se tem controle dessas escutas, já que não existe fiscalização, tampouco acompanhamento do trabalho policial ou do ministério público, supõem-se que um número infindáveis de famílias e pessoas inocentes, tiveram suas vidas devassadas e suas intimidades bisbilhotadas ilegalmente. Causa arrepio saber que uma simples denúncia anônima - dessas feitas através dos disk-denúncia espalhados pelas cidades - basta para a polícia ou ministério público propor a escuta. Em geral a justiça concede a autorização. Seria oportuno obter o número de representações (pedidos) realizadas pelas autoridades e confrontar com as autorizações
concedidas. Os números devem se aproximar - ou não. Aqui não se menciona a gama de possibilidades criadas para se praticar extorsão e outros crimes não menos grave. O Conselho Nacional de Justiça haverá de intervir e os próprios juízes haverão de ser comedidos e cautelosos nessas autorizações. A sociedade brasileira não merece ficar exposta - a mercê de uma organização policial fragilizada por suas próprias mazelas. O mesmo cuidado haveremos de cultivar diante do ministério público, não foram poucas as vezes que seus membros se utilizaram do mesmo expediente, a socapa, movidos por interesses particulares, ideológicos e outros a margem da lei - também sem qualquer controle externo. Se traduz em verdadeiro escárnio à sociedade brasileira, que nem mesmo o Regime Militar, com suas medidas de exceções e truculência ousou nos impor nessa escalada.

sábado, 8 de março de 2008

Vista indispensável ou simples procrastinação

Por ter sido adredemente anunciada a atitude do ministro Direito já era esperada, Agora, diante do voto do ministro / relator frustrando a expectativa da Procuradoria-Geral da República, o anunciado pedido de vista foi efetivado. Resta a dúvida:- caso o ministro / relator votasse pela procedência da ADIN, o ministro Direito também pediria vista dos autos, sob alegação de melhor estudá-lo? Sabendo da formação do ilustre magistrado e conhecendo sua fidelidade com os valores religiosos, soa
estranho nos ouvidos do homem comum, o adiamento desse julgamento, pela sua importância para a pesquisa brasileira. A única certeza é que a medida adotada pelo ministro Direito encaminhou o veredito do STF para as calendas!

quarta-feira, 5 de março de 2008

A simplicidade e eficiência do Sd. Jacinto

O esmero com o uniforme. Sapatos sempre engraxados, metais brilhando. Barba feita e cabelos aparados. O quepe ainda era um acessório obrigatório no traje do Policial Militar e destacava o garbo na apresentação do soldado Jacinto - /* como o soldado Brasil, personagem da singela novela “Desejo Proibido”, exibida por volta de 18:00 hs., também é um afrodescendente.*/

Jacinto, embora dedicado ao seu ofício e fiel cumpridor das missões que lhe eram confiadas, nunca perdia a calma e a mansidão, fruto da criação no meio rural – /como a maioria da população brasileira/ - muitas vezes não compreendidas por seus superiores e confundida com alguma limitação no seu nível de compreensão e discernimento.

Não me lembro de tê-lo visto sentado, ainda que nos intervalos do seu turno de guarda na cadeia pública. Parecia estar sempre pronto a perfilar-se para saudar um graduado com a pertinaz continência. Com isso, a par de sua simplicidade, estava sempre atento e observando com acuidade incomum o que passava nos corredores e circunvizinhança da unidade policial. É verdade que muitas vezes, sua imaginação fértil, criava situações inverossímeis, que não hesitava em descrever como
possíveis de ocorrer.


Suponho que vivia com os pais, já bem idosos. Apesar da idade, era um policial experiente, já contava com três ou quatro qüinquênios, havia apenas um assunto que o incomodava. Esquivava-se de falar de sua vida amorosa. Quando indagado sobre namorada, ao contrário do Sd. Brasil, logo se esquivava do assunto, justificando sua responsabilidade com os pais e dissimuladamente abandonava a conversa.

Sua retidão na vida profissional e particular deve ser reconhecida e sempre destacada como sua principal qualidade. Apesar de contar com alguma reserva de seus pares e, principalmente, dos seus superiores - /*trago na lembrança seu caminhar lento e seguro pelos corredores da cadeia, compenetrado na vigilância ou integrando, com seu porte altaneiro, o corpo de policiamento em campos de futebol - */não há como negar/* */que cumpria as ordens e as exercia com exagerado cuidado.

A simplicidade, sua aparência calma e singela, longe da figura caricata, atabalhoada e completamente atrapalhada do personagem Sd. Brasil, certamente levaram a carreira do Policial Militar Jacinto a um desfecho digno - / /*aliás*/, //* não tenho registro da ocorrência de fuga de preso durante o seu turno de serviço, tampouco a prática de algum ato que o desabonasse como Policial Militar*/* * - sempre dedicado aos valores da sua corporação e exemplo de superação, dedicação e honestidade !

domingo, 2 de março de 2008

Uma troca humanitária

Justificada a preocupação dos familiares da senadora Ingrid Betancourt, refém das Farc, diante da morte do lider revolucionário "Raúl Reyes". O governo Colombiano anuncia o cadáver do guerrilheiro chegará à Bogotá sob forte esquema de segurança. Indago! Não seria o caso de propor a troca do cadáver de "Raúl Reyes" pela liberdade de Ingrid Betancourt. Sabe-se de antemão que a permanência da senadora em poder do movimento revolucionário é inestimável, tanto sob os aspecto político - mantém as Farc em evidência - como econômico, pois o valor de troca da então candidata à presidência da república, é significativo. Com isso, as Farc ou familiares do combatente morto, poderiam confirmar a veracidade da morte "Reyes" e sob quais condições ocorreu, enquanto a vida da sequestrada seria preservada, com méritos para os dois lados da contenda - além do caráter humanitário da negociação.

sábado, 1 de março de 2008

Por muito menos a OAB promoveu desagravo

Evidente que a fala do Presidente da República, quando se insurgiu contra críticas oriundas de membros do Poder Judiciário - dos parlamentares oposicionistas, pode-se até desconsiderar - merecem reflexão, já que atenta contra a harmonia dos poderes que constituem o nosso regime político. Suponho que seria o caso das lideranças políticas e representantes da sociedade civil - de oposição ou não - em conjunto com os chefes do Judiciário e do Congresso Nacional, convocarem a imprensa nacional e estrangeira para denunciar o pronunciamento do Presidente da República, como um atentado à democracia e à organização político-administrativa da República Federativa do Brasil. Por muito menos, a OAB realizou concorrida manifestação de desagravo contra o Promotor-Geral de Justiça de São Paulo. Não podemos esquecer de outros governantes, que seguindo os seus passos populistas e de manifestação de arrogância do executivo frente aos demais poderes, acabaram se tornando ditadores sanguinários - Hitler foi um deles, mas existem outros exemplos mais próximos! É bom nos precavermos, o terceiro mandato ainda não foi descartado e olhe que tem muita gente apostando nessa possibilidade!

Emparedando o Judiciário

O discurso do Presidente da República no Estado do Piauí, mais pareceu um desabafo de "botequim" ou de um torcedor fanático após a derrota do seu time do coração. Ao reclamar das críticas ao seu governo proferidas por parlamentares e membros do Poder Judiciário, tudo leva a crer que teve como objetivo constranger estes últimos. O presidente sabe que não pode calar os deputados e senadores, mesmo porque são criaturas políticas e ainda dispõem de espaço, visibilidade e o embate de opinião. Aliado à censura/crítica aos atos do adversário, são instrumentos do seu dia-a-dia. Agora, quando reclama das críticas ocasionais proferidas por Ministro de Tribunal Superior tem consciência que se trata de sinalização para decisões judiciais futuras sobre o programa do seu governo. Então, numa estratégia primária, tenta reverter a situação, colocando o Judiciário (perdoem a redundância)/ sub júdice/ - supõe que assim irá inibir futuras decisões judiciais contrárias aos seus interesses político-eleitorais. Aliás, é o que rotineiramente acontece com os árbitros de futebol, esporte tão ao gosto do nosso presidente. Cabe apenas lamentar a reação pouco expressiva dos partidos de oposição - */quase deixaram passar o episódio em brancas nuvens,/* */salvo pela repercussão de uma imprensa livre/*. Os oposicionistas, lamentavelmente, estão perdendo uma nova oportunidade de mobilização em defesa da democracia e particularmente dos membros do Poder Judiciário. Outras oportunidades já deixaram passar - Waldomiro Diniz, "mensalão", "sanguessuga", "dossies falsos" ... - por desídia ou covardia, temerosos de emparedar (mandar calar!) um presidente "falastrão", talvez por temerem os altos índices de sua popularidade, ainda que calcada basicamente em programa reconhecidamente assistencialista.

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