Segurança Pública - não basta melhorar a remuneração dos policiais
Quando leio que o problema da segurança pública é a má remuneração dos policiais, fico intrigado. Salvo poucas exceções, como alguns Estados do Norte e Nordeste, onde não só os policiais, como os professores, médicos e servidores públicos em geral, são mal remunerados, regra geral - tomando-se a qualificação, forma de seleção e formação profissional - os integrantes das corporações policiais recebem a merecida retribuição pela qualidade do serviço prestado. Registre-se que o trabalhador brasileiro, em sua maioria, não é bem remunerado - aliás, os bancários são os exemplos mais evidentes - e, nem por isso, prestam serviço de má qualidade. A boa gestão dos bancos e empresas de grande porte, inclusive as públicas, implicam em bom resultado financeiro. Podemos então concluir que a deficiência do serviço prestados pelas polícias brasileiras não podem ser relacionados, exclusivamente, ao nível de vencimentos dos seus integrantes. Evidente, que um melhor ganho sempre motiva e impele o trabalhador a um melhor desempenho profissional, desde que tenha qualificação e sua atividade seja bem gerenciada. No caso das instituições policiais estaduais, sem exceção, revelam graves problemas - tanto na sua organização funcional, como na composição do seu efetivo e gerenciamento, resultando no comprometimento do serviço prestado. Um dos problemas é o gigantismo das corporações - algumas com mais de cem mil homens e muitas com efetivo superior a dez, vinte e trinta mil policiais. Certamente com um corpo menor, a seleção e formação poderiam ser aperfeiçoadas. É o caso das guardas civis municipais - talvez seja a única inovação na área da segurança pública com bom resultado. Então, sendo essa experiência salutar, ao invés do poder público continuar investindo altas somas nas Policiais Civil e Militar - desacreditadas perante a população brasileira e dominadas pelo corporativismo - seria o caso de implementar as guardas civis municipais, levando em conta as experiências existentes no área da educação e saúde. Os governos federal e estadual repassariam verbas para permitir que cada município - ou, pelo menos, aqueles com características de cidades - pudessem organizar e administrar o policiamento urbano fardado. Não se pode esquecer, que atualmente os municípios já vêm suportando despesas nessa área do serviço público - sem qualquer possibilidade de intervir na sua organização e supervisão.
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