domingo, 7 de janeiro de 2007

Cabe ao baixo clero recuperar o legislativo

Denomina-se baixo clero a pleiâde de parlamentares que dizem não ter voz e muito menos expressão, sobrevivendo das migalhas - como se fossem sobras do poder. Em geral, as mazelas do poder legislativo são atribuidas à ação - ou inação desse grupo - sempre voltadas para o interesse particular ou corporativo. Enquanto isso, as lideranças e personagens expressivas do congresso, passam praticamente incólume a todo tipo de crise. Quando não, são favorecidas por manipulações e conchavos de toda ordem - vide os últimos episódios do "mensalão" e "sanguessuga". Nem sempre esse tratamento faz justiça aos parlamentares menos dotados da capacidade de iniciativa e articulação. Aliás, esse tipo de discriminação não se restringe ao parlamento, já que outras áreas de atividade humana a situação se repete. Um médico ou advogado, geralmente, encontra dificuldade para ser aceito e inserido em outra comunidade. É sabido que o baixo clero dispõe, nessa condição de razoável número de parlamentares - principalmente, deputados - suficiente para decidir a eleição da presidência da casa. O exemplo mais recente foi a eleição do deputado Severino Cavalcanti, de triste memória. Com isso, poderiam muito bem tomar o "pião na unha" e conduzir o parlamento a um patamar - digamos, menos mal-cheiroso - onde a dignidade e o interesse público prevaleça, uma vez que a chamada elite parlamentar não consegue realizar esse feito. Por que não ?

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