Delfim procura emprego?
O economista Delfim Neto, respeitado no mundo acadêmico, que já reinou nesse país - como czar da economia - transmudou-se pelo legislativo por mandatos consecutivos, sempre se pautando pelo comedimento de suas manifestações públicas. Com fama de parcimonioso, até mesmo na economia pessoal, suas declarações sempre foram sucintas - mas nunca desprovidas de conteúdo e objetividade, geralmente ferinas como uma verruma. Agora, desapeado de mandato e erigido à condição de auscultador do presidente da república, torna-se um cidadão loquaz e disponível. Neste final de semana, sua figura ressurge nas páginas de revista semanal e jornal de grande circulação nacional, tecendo comentários - sempre pertinentes e abalizados por seus conhecimentos na área da economia. Mas pouca coisa surpreende em suas análises, salvo suas costumeiras estocadas em determinados pontos da política econômica - mas, estranhamente não oferece sugestões claras e objetivas. Comporta-se como se estivesse a sinalizar - se quiserem ou precisarem de um cardápio diferente é só me procurar. Apresenta-se - ou melhor - oferece-se como candidato a um emprego. É um perigo - no governo do general Figueiredo, depois de um período de ostracismo, tomou acento no Ministério da Agricultura - diziam ter dificuldade para diferenciar a abóbora de uma melancia. Mesmo assim, daquele posto foi minando as iniciativas do Ministro da Fazenda (nada menos que Mário Henrique Simonsen) e tanto fez que acabou substituindo-o. Aliás, com toda sua elegância e cultura o ex-ministro Simonsen passou a se referir ao seu sucessor com termos nada elogios - e pelo andar da carruagem outros desafetos Delfim Neto haverá de angariar.
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