Oncinha, herança degradante para Ourinhos
Ainda que à distância, venho acompanhando a evolução da Caninha Oncinha - a conheci como Ivoran e, quando criança, brinquei no seu interior. A expansão de suas instalações pelas áreas adjacentes sempre me causou alguma preocupação - talvez uma certa indignação, por acreditar que o mais racional seria buscar um espaço mais seguro distante do centro urbano. Por décadas, a cada visita à Ourinhos - particularmente, à avenida Jacinto Sá, onde vivi - deparava com a degradação das cercanias daquela indústria. As casas residenciais e os imóveis comerciais, incluindo o belo Jardim da Da. Rosa e o Bar do Fagá, foram desparecendo e davam lugar a um desprezível paredão. As ruas da região se tornaram ociosas, por ausência de moradores e usuários, passando a ser utilizadas como estacionamento exclusivo para os caminhões utilizados no transporte de sua produção, enquanto seus motoristas davam outra destinação ao espaço público. Suponho que o grupo empresarial manteve, por mais de cinco décadas, considerável área na zona rural, bem próxima da Rodovia Raposo Tavares, onde poderia instalar sua unidade industrial, sem prejuízo, temor ou desassossego para os moradores do centro da cidade - infelizmente, preferiram utilizá-la parcialmente com alguns toneis para armazenamento de matéria prima. Por essas razões, a notícia do aventado fechamento daquela empresa não me surpreende - espero que não ocorra, para o bem de seus empregados e fornecedores - apenas reforça a indignação pela falta de visão de seus percursores, cuja herança se reduzirá a nova área degradada na cidade.
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