Congresso pós PT, apenas uma amostra
Com o início da atual legislatura, assistimos intrigados a sequência de escândalos que permeia o Congresso Nacional. Fica cada vez mais evidente, a malversação do dinheiro público, tanto no Senado, como na Câmara dos Deputados, mas é a ausência dos mínimos cuidados com a gestão, no âmbito das duas casas, que nos revela a incúria na maneira de administrar, fadada ao descalabro moral. Não pode ser coincidência, tampouco um acaso, que a Câmara dos Deputados viveu na legislatura passada sob a égide de uma "administração petista" - misto de médico e sindicalista, com inusitada capacidade de tergiversar e negligenciar sobre assuntos importantes - enquanto isso, o Senado vivia momentos tormentosos sob uma administração nefasta sob todos os aspectos, com a complacência da maioria de seus pares (leia-se base política do "governo petista") - coroada também com um ilustre petista em sua presidência. Agora, assistimos impassíveis, ainda que indignados, a revelação de uma sucessão de desmandos, que parecem infindáveis, envolvendo a administração e integrantes das duas casas legislativas. Desse imbróglio, o mais preocupante é suspeitar que esse modelo de administração pública, voltada para o clientelismo, onde permeia o favorecimento pessoal, desprezando o mérito e a qualificação individual, desapegada de valores éticos e privilegiando os interesses políticos/ideológicos, acabou impregnando os demais Poderes da República. As recentes manifestações do "presidente petista", sugerindo que o uso de passagens áreas utilizadas, até então sem qualquer controle, pelos parlamentares "não seria um mal a ser reparado" - além de revelar oportunismo deslavado, ainda quer nos fazer crer que comportamento dessa espécie tornou-se regra na administração pública brasileira. Aliás, sob essa visão, o Presidente da República se revela coerente, por já havia consagrado - quando do episódio do "mensalão" - a utilização do CAIXA 2 eleitorais. O tesoureiro do seu partido preferiu o eufemismo "dinheiro não contabilizado" - a sua fonte não vinha ao caso. Aos mais atentos, essa maneira "petista" de governar já era conhecida desde os tempos da Cpem, denunciada pelo então ex-petista Venceslau Tarso, com promessa de inchar as arrecadações municipais - esquema parecido com a participação nos royalties do Petróleo, envolvendo desta vez a empresa do Vitor Martins, alto funcionária da ANP - atualmente assistimos a manipulação despudorada dos fundos de pensões, FAT, FGTS e dos bancos oficiais, com propósitos político/eleitorais. Diante desse quadro, não fica difícil imaginar que ao "futuro governo" caberá administrar uma espécie de "terra arrasada", uma situação infinitamente pior que a do atual Congresso Nacional. Basta supor as dificuldades impostas pelo "inchaço" da folha de pagamento e despesas com custeio; aparelhamento dos fundos de pensões, bancos oficiais e empresas estatais - haja Tribunal de Conta, Controladoria, Procuradoria da República, desde que isentos e descomprometidos com a atual gestão. Cá entre nós, ainda que remanesçam algumas reservas, os tempos futuros inevitavelmente serão difíceis!
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