quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Serviço de inteligência, não se restringe à ABIN

Nada mais regular no regime democrático que os órgãos do governo tenham seu funcionamento e atuação de seus agentes questionados e avaliados pela sociedade - mesmo porque, nenhum poder, órgão, corporação ou serviço público estará isento do controle externo da sua atividade. Por isso, as críticas sobre aplicação dos recursos humanos e materiais da Agência Brasileira de Informações, por mais desconfortante que seja à sua direção, integrantes e defensores não devem ser consideradas como atentado ao seu funcionamento, tampouco à sua existência. Por outro lado, a sociedade não deve ser ingênua e acreditar que somente a ABIN, como órgão do Governo Federal, mais precisamente da Presidência da República, atua nessa área - da observação, ausculta, informação e bisbilhotagem. As forças armadas, corporações policiais e delegacias, de algum forma mantém intacta suas unidades de informação. A Marinha ainda mantém o CENIMAR, o Exército, o seu CIEx, enquanto a Aeronaútica, o CISA. Até mesmo a Polícia Militar, em cada Estado, dispõe do P/4 - talvez o mais organizado e municiado órgão de informação social (psicossocial, como gostam de se autodenominar). Então, falar em desativação da ABIN beira a sandice, por pura ingenuidade, já que nenhum ato do legislativo, judiciário ou do executivo, será capaz de cessar essa intervenção, muitas vezes espúria é verdade, mas indispensável para razoável controle social - sob pena do governo ser tomado de surpresas, como já ocorre como freqüência, com as ações atribuídas ao MST.

Um comentário:

Francisco Castro disse...

Olá, gostei muito do seu blog e de sua abordagem.

Parabéns!

Um abraço

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