quinta-feira, 11 de setembro de 2008

É comum delegado ser investigado

Soa como diversionismo, quando o delegado Protógenes admite que os investigadores passaram a ser investigados - por ser natural, no bojo do ordenamento jurídico brasileiro. Talvez seja o momento de lembrá-lo que outros delegados, tão ou mais famosos que ele, já foram investigados e processados - Fleury (pai e filho), Bellini (da PF), Álvaro Lins (RJ) e outros - por também terem promovido ações espetaculosas, com repercussão no campo político, econômico e social, que se tornaram alvo da curiosidade pública. Alguns conseguiram se safar da acusação pela prática de irregularidades funcionais - até de ilícitos criminais - no curso de investigações, outros sucumbiram as evidências dos seus desatinos e poucos levados à prisão, diante da abundância de provas de seus crimes. O delegado não pode ignorar a existência do controle, tanto interno como externo, na administração pública que permite a revisão dos atos de seus agentes e, se for o caso, corrigi-los ou até mesmo anulá-los. Portanto, não há motivo para tanto alarde, salvo se existirem motivos e razões para preocupação. Agora, depois de realizar brilhantes ações policiais, o zeloso e experiente delegado alegar que está sendo perseguido por pessoas ligadas a algum investigado, é o mesmo que reconhecer a existência de fragilidade que nunca ostentou - definitivamente, sua altivez no exercício do cargo de delegado da PF não se coaduna com essa postura defensiva, com nítido viéz de medo.

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