Ping-Pong ou Tênis de Mesa
Final da década de 50, lá íamos nós de BG - para quem não sabe, um trem, misto de carga e passageiros que realizava pequenos percursos - com destino à cidade de Assis, para um confronto de tenis de mesa. Era a Umpi - União da Mocidade Presbiteriana Independente - de Ourinhos contra a Umpi de Assis. O grupo de Ourinhos, na fase de transição de gerações, era formado por jovens e até adolescentes, como eu, e também por - digamos - senhores, já casados, que tinham em comum o gosto e o prazer de "bater a bolinha branca de um lado para o outro sobre a mesa verde". O pessoal de Assis, com base na família "Pacu" - Gerson e irmãos - já estava consolidado numa geração mais nova, inclusive representando a cidade em jogos regionais. Aqui chegando, como sempre, fomos bem recepcionados pelos umpistas assisense. Eu e Aureliano, meu irmão mais velho, fomos hospedados pelo casal Coraly e Laudomiro - a professora e esportista era filha do meus tios-avós Samuel e Maria. Recém casados, ainda bem jovens, curtiam a pequena Telma (?), primeira filha do casal. À noite, fomos todos para o salão paroquial da avenida 9 de julho, nos fundos do prédio antigo - o templo atual estava em construção. Surgiu então o impasse: ping-pong ou tênis de mesa. O pessoal mais novo preferia a segunda modalidade, mas ... Coube ao lendário reverendo Azor Ethz Rodrigues, com toda sua sabedoria e experiência, ponderar que poderiam muito bem realizar a disputa nas duas modalidades. Resolvida a questão, restou o problema de compor as equipes. Enquanto a Umpi / Assis dispunha de todo seu quadro, Ourinhos contava apenas com seus atletas e alguns simples torcedores, como eu - pirralho de 13 ou 14 anos, magrinho e de cabelos espetados. Acabei sendo convocado para compor - com alguns senhores - a nossa equipe de ping-pong. Para os jejunos, cabe esclarecer que a contagem de pontos no ping-pong é coletiva, enquanto no tênis de mesa a disputa se realiza em partidas individuais, sendo a equipe vencedora aquela ... E o fenômeno surgiu! O menino franzino e reconhecidamente feio, acabou brilhando e foi o destaque da equipe de Ourinhos - seu maior pontuador - aclamado como o "mascote" do evento. Acabamos vencendo no ping-pong e perdemos no tênis de mesa, mas a confraternização foi de todos, apesar da rivalidade existente. Agora vale um registro, anos depois, na cidade de Palmital, reencontrei o casal Coraly e "Mirinho", que recepcionavam Paula, do basquete, que fora exibir para seu eterno técnico a medalha que ganhara no Panamericano de Cuba. Naquela ocasião, ouvi Paula reconhecer que a craque do time de Assis, quando ela jogava pela Tenis Clube, era Telma (?) filha do casal de esportistas assisenses, lamentando que tenha deixado o basquete para se casar. Por fim, desculpem a modéstia, mas tinha que consignar esse feito e aproveitar para lembrar e homenagear pessoas muito queridas.
Um comentário:
Vim conhecer seu blog. Vi sua mensagem lá no orkut, na comunidade os mais bem escritos blogs... Adorei aqui, um grande beijo...drika
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