Outra vez, a fantasia e a realidade se confudem
A excelente série Amazonas, produzida e exibida pela Rede Globo, reproduziu no seu capítulo de terça-feira (06/02) a chocante cena da onça devorando uma criança. Confesso, ainda tocado pela bom desempenho da atriz Giovanna Antonelli, ter evitado assistir a continuidade do capítulo - mesmo sabendo tratar-se de ficção. Hoje, a mesma televisão nos informa - inclusive, simulando as circunstâncias do ocorrido - sobre a morte de um garoto, de seis anos de idade, arrastado por "assaltantes" preso ao cinto de segurança, quando o carro de sua mãe era roubado. O fato aconteceu na cidade do Rio de Janeiro, mas poderia ter como cena qualquer outra cidade brasileira, diante do desprezo pelos valores mais elementares da nossa desdita evolução social. Particularmente, quando a televisão exibiu o beco por onde os marginais fugiram, após abandonar o automóvel numa rua sem saída, isso depois de arrastar o corpo do menino por cerca de dez minutos, tive a sensação de estar revendo a imagem da onça pintada se afastando da casa simples, onde atacara a criança, embrenhando-se pela floresta, ainda lambendo os beiços. O nível de selvageria foi o mesmo - apenas a capacidade de discernimento dos algozes os diferenciaria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário