segunda-feira, 8 de outubro de 2007

As pérolas do Coronel Hermes

As confissões do Coronel Hermes. (OESP/07/10) Foi melhor o ex-comandante da Rota, quando fala sobre suas experiências pessoais - aquelas vividas e as não vividas. Pelo menos soam mais verdadeiras e, por conseguinte mais plausíveis. Falar que o alto comando da milícia paulista está imune ao tipo de corrupção retratada pelo filme Tropa de Elite e que durante a formação e treinamento dos milicianos não são empregados métodos desumanos e cruéis, beira à xenofobia. Talvez o entrevistado tenha se esquecido das várias formas que a corrupção se apresenta no seio de uma corporação - principalmente policial. Evidente que não se lembrou:- que simplesmente utilizar-se do cargo ou posto para angariar atividade remunerada paralela à função pública também é uma forma de corromper-se. Basta lembrar que o regulamento ou lei orgânica da polícia exigem do policial dedicação exclusiva - aliás, a constituição federal restringe o acúmulo de funções ao agente público a situações específicas. A prática ainda se torna mais grave quando se lança mão dos recursos materiais e humanos da corporação para atender compromissos particulares dessa natureza. Muitas vezes situações são criadas - por exemplo, a sonegação do serviço público - para despertar no particular a necessidade de obter a prestação da segurança particular. Em outras, os recursos públicos são desviados para atender o compromisso assumido com o particular. Ainda existem aquelas situações, onde o alto comando apenas presta consultoria e supervisiona a segurança particular do empresário ou como costumam dizer:- "do cliente vip". Admite-se que o honrado Cel Hermes possa ter ficado chocado ao deparar, estampado na tela, com o alto comando da milícia receber dinheiro em espécie - corrompendo-se, para deixar de realizar ou praticar de maneira a atender interesses escusos, atos do seu ofício - ainda que a situação retratada seja perfeitamente factível!

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