Patente o desvio de finalidade
Leio que o ministro Nelson Jobim, certamente com propósito de aproximar-se dos militares, ressalta que a atuação das forças armadas, não só preserva o sentimento de patriotismo e lealdade, como também contribui para diminuir a desigualdade - isso, através de ações sociais. Paralelamente, assisto a Polícia Militar do Estado destacar seus policiais para proferir palestras nas escolas sobre os mais diferentes aspectos comportamentais, incluindo orientação sobre o malefício do uso de substâncias entorpecentes. Constato, que tanto os militares, como os policiais, incorrem em flagrantes equívocos - nada mais improdutivo que tentar buscar eficiência em outras áreas - quando não se desempenha a contento suas atribuições regulares. Evidente que as forças armadas, por inúmeras razões - que passam pela falta de qualificação / profissional do grosso da sua tropa, carência de material, má distribuição das suas unidades e outras - não consegue manter sob vigilância as fronteiras secas, mar territorial e o espaço aéreo brasileiro. Enquanto a Polícia Militar do Estado, mesmo contando com um efetivo que supera 100 mil homens, vem restringindo suas áreas de atuação - por exemplo, praticamente deixou de exercer o policiamento de trânsito nas cidades e suprimiu definitivamente a vigilância dos presídios - comprometendo sobremaneira suas atribuições legais. Portanto, praticar assistência social e realizar palestras em escolas, como atividades permanente dessas corporações, revelam-se em claro desvio de suas finalidades precípuas. Inimaginável os agentes sociais (médicos, farmaceúticos, dentistas, enfermeiros, assistentes sociais, etc..) reunirem-se em armas para defesa nacional, ou, deparamos com os professores da rede de ensino, orientadores educacionais e psicólogos, tomando posição nos cruzamentos para orientar o trânsito, realizarem blitz e/ou saírem na captura de marginais. Então ...!