Os paradoxos do governo petista
Os equívocos e contradições praticadas pelo governo petista durante seus sete anos, lamentavelmente vão se acumulando - *já viraram livros* - e mesmo servindo de mote para programas humorísticos, estão a causar sérios danos à imagem do país. Aparentemente a posição adotada por ocasião da invasão das instalações da Petrobrás na Bolívia e agora o abrigo concedido ao ex-presidente Manuel Zelaya, pela nossa Embaixada em Honduras , não deviam guardar parâmetros, mas acabam revelando, mais uma vez, os paradoxos de um governo sem rumo ou direção. Primeiro, diante da afronta do governo boliviano, quando invadiu com tropas do seu exército as instalações da Petrobrás naquele país, para depois desapropriá-las a preço vil, recebeu, não só aplausos do governo petista, como a tolerância pela violação de regras comesinhas de respeito nas relações internacionais - sob a justificativa de que caberia ao Brasil, como nação mais poderosa, compreender e aceitar as medidas adotadas unilateralmente pela Bolívia. Assim foi feito! Agora, diante de uma situação que não envolvia qualquer interesse do Brasil, onde a soberania nacional em nenhum momento foi questionada, o governo petista, injustificadamente - valendo-se apenas da idiossincrasia que o norteia - resolve imiscuir nos assuntos da política interna de uma nação amiga. Trata-se de Honduras, pequeno país da América Central, sem qualquer importância econômica, política ou estratégica, com o qual não mantemos relações tão próximas e nem mesmo guardamos afinidades relevantes - salvo o subdesenvolvimento - que teve há mais de três meses seu presidente Manuel Zelayas, democraticamente eleito, destituído por ato do Poder Judiciário e do Legislativo - assumiu o governo o presidente da Câmara dos Deputados. O repúdio formal ao golpe, levando em conta os princípios adotados pela OEA, pode até ser justificado - embora já se soubesse que Zelayas estava em vias de afrontar a Constituição do seu país. Até prestar solidariedade ao presidente destituído, recebendo-o cordialmente em visita e ouvindo seus lamentos, ainda faziam parte desse protocolo. Mas, abrir os portões da Embaixada Brasileira, na capital Tegucigapal, permitindo que Manuel Zelays, com mais de uma centena de asseclas de todas as espécies, que ingressara clandestinamente no seu país, nela adentrasse e fizesse uso de suas instalações como seu comitê político, com nítido propósito de interferir e inviabilizar o processo político eleitoral em andamento, beira à irresponsabilidade - além de violar a nossa constituição que veda qualquer ingerência, face adoção do princípio da não-intervenção e respeito a autodeterminação dos povos. Essa intervenção indevida beira a ingenuidade - isso para não dizer "burrice" - visto que o presidente deposto há mais três meses viajava livremente pelos países vizinhos, enquanto a sociedade hondurenha vivia em harmonia e participava intensamente da campanha eleitoral, com eleição prevista para o mês de novembro, quando será eleito seu novo presidente. Por isso, não há como negar a responsabilidade do governo petista - e, portanto, do Brasil - pela onda de violência que toma conta da capital hondurenha, com propósito mesquinho de inviabilizar o processo eleitoral em curso - quiçá até mesmo envolver aquela sociedade em injustificada guerra civil!
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