quarta-feira, 8 de março de 2017

Cidades sem delegados - matéria apenas informativa!

A ausência de um delegado de polícia exclusivo e permanente em mais de 200 municípios pode ser explicada pela lacuna no efetivo, pela decorrência de aposentadorias, demissões voluntárias e compulsórias, ou ainda, pela não realização de concursos públicos com maior periodicidade para reposição dos quadros. Também não pode ser desprezada a falta de atrativos para os bons profissionais do direito (e vocacionados) para a difícil missão, nem sempre reconhecida pela sociedade. A dedicação é exclusiva - não é concebível que um delegado de polícia faça "bico", as exceções devem ser coibidas, salvo no campo do magistério - e a remuneração nem sempre atende os anseios daqueles que se propõem a ingressar na carreira ou descobrem lhes faltar aptidão para o serviço policial. Vai além do mero conhecimento jurídico, por exigir outros atributos:- como capacidade gerencial, liderança, administrar e conduzir equipes dotadas de pessoas das mais diferentes origens e formação ética, moral e intelectual - diferenciam o delegado de outros operadores do direito. Curioso é que ninguém comenta a falta de promotores de justiça, defensores públicos e oficiais da Polícia Militar, nessas mesmas cidades - nem mesmo dispõem de uma sala para atender a população, salvo os destacamentos, regra geral alojados em prédios da Polícia Civil. Caso ali comparecem em uma ocasião ou outra utilizam-se de alguma dependência municipal, como a Câmara ou Prefeitura. Não vêm me dizer que não são  essenciais! A Polícia Civil, como a Polícia Militar, está presente em cada município do Estado de São Paulo. A população encontra uma unidade da corporação dotada de pelo menos um ou dois funcionários - na condição de policiais de carreira. Portanto, a população não fica desprovida de assistência da Polícia Civil, além dos escrivães, investigadores e agentes, sempre pode contar com um delegado de polícia, previamente designado para responder, ainda que à distância, ao dia a dia da unidade desprovida de autoridade policial efetiva. Disso, infelizmente a matéria jornalística não cuidou, por simples desconhecimento ou reconhecida falta de isenção para noticiar um fato interesse público. É lamentável!

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