quinta-feira, 5 de março de 2015

Virtude ou Defeito?

Todo mundo já percebeu que o Brasil vive um momento - não sei dizer se importante ou simplesmente um período turbulento, em geral, deixam marcas indeléveis - de rearrumação das forças políticas. A meu ver o último período  com essas características aconteceu em 1954, situações que antecederam o suicídio do presidente Getúlio Vargas - e início governo Juscelino Kubitschek. As forças políticas esgarçadas e desmoralizadas pela corrupção, patrimonialismo e desapego com o interesse público; a imprensa manietada por interesses escusos, impregnada ideologicamente e desencorajada de exercer o seu papel num ambiente democrático; e o Povo ? Ah o povo, como na antiga musiquinha, caminha com a cabeça baixa, sem condições de perceber  as armadilhas (e artimanhas) que os líderes de plantão implantam em cada curva da estrada. Nesta quadra da vida nacional, novamente deparamos com uma dessas encruzilhadas, onde o Poder Executivo chefiado por um governo inapetente, sem condições de nos apontar um norte seguro, aturdido por ações, digamos: equivocadas, para não dizer deletérias e impróprias. Enquanto o Poder Judiciário se perde no corporativismo e não consegue oferecer, tampouco distribuir justiça de qualidade, tateia apenas em algumas escaramuças para a qual é levado por outras corporações.Mas é no Poder Legislativo onde encontramos a maior dúvida e que dá nome ao texto - vislumbro ser um reflexo do sentimento das ruas. Ali os parlamentares acabaram de eleger dois personagens reconhecidamente integrados ao que há de pior na política brasileira - ambos traçaram uma vida parlamentar sustentada pelo patrimonialismo, sempre mamando nas tetas do governo e amparados pelas volumosas doações eleitorais. Agora, não mais que de repente, assumem ares de vestais e acabam induzindo a maioria das casas que dirigem a impor reveses ao Poder Executivo - ainda não dá para identificar se essas ações são à vero ou... - aproveitando da sua fragilidade político / administrativa. A virtude que norteia os sentimentos e ações da maioria das pessoas não aparecem com frequência no âmbito do parlamento, raramente encontramos entre seus integrantes pessoas virtuosas de caráter e conduta. Na maioria dos casos, o que denotam são defeitos de toda espécie. Até mesmo de postura no  dia a dia do parlamento. E também na vida particular. Sugerem que simplesmente buscam o mandato parlamentar para se arrumarem financeiramente - que se dane o interesse público. Não se constrangem de mentir e prometer aos eleitores coisas e situações que não poderão cumprir. Assim, não sabemos onde vai dar essa revoada de aparente boas intenções Será que foram despertados para  virtu sugerida por Maquiavel ou apenas assistimos, mais uma vez, a desfaçatez e a dissimulação, como defeitos de caráter!

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