domingo, 9 de maio de 2010

Enfim, uma copa apenas com imagem!

A cada imagem dos torcedores sulafricanos nos estádios, fica cada vez mais claro  que assistir aos Jogos da Copa do Mundo se restringirá às imagens da televisão. Suponho que as transmissões radiofônicas serão um tormento para o ouvido - salvo se conseguirem filtrar o som das indesejáveis cornetas. Pelo menos à distância, em sã consciência não há como apreciar, nem mesmo levando em conta o caráter folclórico de um povo, o som produzido pelas vuvuzelas, sopradas às milhares pela torcida sulafricana - a sua estridência e ausência de sonoridade, harmônia ou ritmo o torna desagradável, ao ponto do insuportável. Com isso, as televisões não terão do que se preocupar com a qualidade do som, pois a maioria dos aparelhos  - garantida a liberdade dos incautos e imprevidentes - se restringirão a sintonizar a imagem dos jogos. Nesse caso, os telespectadores previdentes além de não serem importunados pelo insuportável som das vuvuzelas, ainda ficaram livres dos comentários óbvios, quando não impróprios e arrevesados, por distantes da realidade do jogo, pelos igualmente dispensáveis comentaristas esportivos - ditos cronistas esportivos, por obra e graça de Mário Filho, Nelson Rodrigues e Armando Nogueira. Para piorar, regra geral esses comentários são antecedidos por prolongados gritos histéricos do locutor esportivo numa descrição exagerada de uma jogada perdida ou registro de um gol (ainda que contra) - merece registro a serena e precisa locução de Luiz Noriega, que deixou o seu legado na TV Cultura. Não custa lembrar que a emoção decorre da sintonia e compreensão dos torcedores.  Assim, talvez consigamos conversar com mais tranquilidade, trocando considerações sobre o jogo em andamento, discutindo as táticas empregadas pelos técnicos, atuação individual dos craques e desempenho coletivo das equipes - sugerindo alterações e substituições permitidas. Mesmo porque as imagens transmitidas pela TV, ainda que parciais do campo de jogo,
são suficientes para nos permitir "palpitar" sobre as possibilidades das equipe em campo

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