Escolha das sedes para o Mundial de 2014
Mesmo sem apurar os "aloprados" gastos com o PAN / RIO, assistimos o país se enveredar em uma nova aventura, igualmente irresponsável. O Governo Federal, numa mistura de ufanismo / populismo e demagogia, reivindicou e foi atendido pela FIFA a extensão do número de cidades sedes do Mundial de 2014. As primeiras sedes visitadas - São Paulo e Rio de Janeiro - tiveram seus principais estádios vetados. Imaginem o que deve ter acontecido nas demais cidades visitadas pela Comissão da FIFA. Primeiro foi o Presidente da República e depois cada Governador ou Prefeito, diante da precariedade das instalações encontradas nas 17 cidades-candidatas e ausência dos requisitos mínimos para sediarem evento de tamanha envergadura, exibirem projetos mirabolantes - além dos altos custos, exigindo intervenções urbanas inexeqüíveis para a realidade nacional, como a construção de estádios, hotéis e aeroportos - em sua maioria flagrantemente inviáveis. Ainda assim, tomado por um sentimento que beira a falta de percepção da grandiosidade dessa empreitada - chegando a comparar a Copa do Mundo com o subdesenvolvido PAN / RIO, onde foram realizadas cinco ou seis de médio-custo, ainda que superfaturadas - prometendo que uma reunião com os governadores e prefeitos haverá de ser suficiente para implementá-la. Mesmo acreditando na intervenção do BNDS, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, abrindo seus cofres, não haverá dinheiro, tampouco crédito suficiente para viabilizar os empreendimentos prometidos - e exigidos pela FIFA. Ao final, quando muito poderemos oferecer dez (10) sedes para abrigar os Jogos da Copa do Mundo - isso, desde que racionalmente tomemos duas cidades, como Curitiba e Florianópolis; Brasília e Goiania, para compor uma única sede - desde que ajamos com responsabilidade, respeitando a nossa realidade!