domingo, 29 de julho de 2007

Ministro Jobim - pode muito, mas não pode tudo

O ministro Nelson Jobim, recém nomeado, como todo gaúcho apresentou-se com o chapéu dobrado na testa, apetrechedo da guaiaca, espora e o inseparável punhal. Quis logo mostrar a que veio - exibiu sua destreza com as palavras, fruto da vivência na advocacia, tribunais e principalmente na política, oferecendo seu poder de mando para os subordinados e não impondo nenhum limite à sua área de atuação. Com essa postura, aportou no Aeroporto de Congonhas - vistoriou a pista, como se
fosse o seu gestor; percorreu o trajeto do avião sinistrado, na condição de perito/investigador e quis conhecer o palco do evento e as dependências do IML como pretor a averiguar o resultado dos trabalhados ali desenvolvidos. Ainda na condição de gestor da crise, foi ao encontro do governador do estado e do prefeito da capital, com a postura de estadista e com firme propósito de impor sugestões e estabelecer metas para solução do problema. Certamente, não contava com a experiência
política e argúcia do governador José Serra - evidente que se surpreendeu ao deparar com projetos elaborados pelo governo estadual e prontos para serem implementados, como a expansão dos aeroportos, trem expresso para Guaruhos e aumento da área de escape de Congonhas. Num misto de surpresa e indignação, tentou esquivar alegando não poder assumir a realização daqueles projetos e fazendo troça disse tê-los conhecidos a menos de "meia-hora". Mesmo sem confronto, bem ao gosto do
bom gaúcho, a cerimonia no Palácio dos Bandeirantes deve ter servido ao ministro Jobim apear-se do espírito farropilha e retornar à planície, certo das limitações do seu cargo - mesmo porque detém apenas o Ministério da Defesa.

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